Segundo cientistas a meta brasileira de cortar gases estufa ainda é insuficiente mas outros países estão em situação ainda pior em termos climáticos e em propostas ambientais
Ecologistas de todo planeta acompanham...
...o que vai acontecer ou não em Baku agora
Em Baku, a discussão será quem vai pagar a conta para países
menos ricos abandonarem o petróleo e investirem em energias limpas para acabar
com tantos desastres, ajudar a ecologia da natureza e começar um
desenvolvimento sustentável. Sem o presidente Lula e com o vice Alckminn na
delegação brasileira começou a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP29,
em Baku, Azerbaijão, países chegam com novas promessas. Por exemplo, parte do
plano para cortar as emissões nacionais de gases estufa nos próximos dez anos
foi anunciado dias antes, de surpresa, na noite da última sexta-feira. A meta ainda deve ser apresentada formalmente
pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, no documento oficial chamado de
Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês). Ela estabelece
que, em 2035, o país vai despejar na atmosfera entre 850 milhões e 1 bilhão de
toneladas de gás carbônico, o que significa uma redução de 59% a 67% em
comparação aos níveis de 2005. Analistas esperavam mais (para também estimular
a COP30 que será ano que vem no Brasil, em Belém do Pará), porém, o problema
maior será os Estados Unidos. A atual delegação, ainda do Governo Biden, também
apresentará metas otimistas, mas com Donald Trump eleito, a partir de 2025, os
States deverão estar na oposição de quaisquer medidas ambientais e climáticas,
quebrando todos os atuais acordos.
Pavilhão do Brasil destaca urgência da transição ecológica...
...para se evitar desastres e tragédias variadas mais constantes neste tempo de mudanças climáticas e caos ambiental |
Dois temas rolaram nos bastidores no primeiro dia em Baku. Nações ricas pagarem adaptação climática de países pobres não é caridade, afirmou a ONU, sendo sim uma necessidade para se evitar o caos do clima e do meio ambiente, algo que não interessa a nenhum país do planeta. Outro assunto, é a meta do Brasil. "Na prática, a meta mantém o país entre os poucos que ainda liberarão mais de 1 gigatonelada de CO2 por ano. O governo brasileiro ainda pode ser mais ambicioso antes de formalizar a sua meta à ONU", comentou Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa e especialista em política climática. Márcio Astrini, diretor-executivo do Observatório do Clima (OC), rede com mais de 40 organizações da sociedade civil brasileira por sua vez argumentou "Se a meta é entre 850 milhões de CO2 e 1 bilhão, na prática, a primeira meta é 1 bilhão. Vai depender do que será apresentado no corpo da NDC durante a COP 29". Em 2023, as emissões brutas de gases de efeito estufa do Brasil foram de 2,3 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e). O número representa uma redução de 12% em relação a 2022, quando o país emitiu 2,6 bilhões de toneladas, segundo dados do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases, plataforma de monitoramento criada pelo Observatório do Clima.
Nesta COP a meta é o dinheiro - São muitos os países que chegam à COP29 marcados por catástrofes recentes devido a algum evento extremo climático. Das enchentes no Rio Grande do Sul passando pela seca na Amazônia, o Brasil está nesta lista, incluindo Espanha, Estados Unidos e nações africanas. Em Baku, a discussão vai pender para quem vai pagar esta conta: serão necessários trilhões de dólares para prevenir e proteger as pessoas contra os impactos do aquecimento do planeta já previstos há décadas por cientistas. É fundamental uma nova meta de financiamento para recuperar a ecologia dos países, atualmente, é de 100 bilhões de dólares ao ano, mas este acordo não está sendo cumprido.
Vai custar caro salvar a vida na Terra mas é isso ou o fim de tudo conclamam os cientistas e os ecologistas |
Vencer o impasse histórico do financiamento, que coloca em
pontas diferentes da mesa de negociação as nações desenvolvidas e as mais
pobres, já seria um avanço, defende Fernando Sampaio, da Coalizão Brasil Clima,
Florestas e Agricultura. "A solução da crise climática depende de
recursos, de uma resposta conjunta das nações", ele comentou na sua entrevista.
E nesse sentido, o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos,
segundo maior poluidor do planeta atrás da China, tem tudo para bagunçar as
conversas e prejudicar estes avanços. O
vencedor das eleições é um notório negacionista do clima e, durante seu
primeiro mandato, se negou a cumprir os compromissos de corte de emissões assumidos
por Barack Obama durante a assinatura do Acordo de Paris, em 2015. Naquele ano,
na COP21, na capital francesa, os países concordaram em estabelecer
compromissos nacionais para evitar que o aumento médio da temperatura global
ultrapasse 1,5 °C em relação à era pré-Revolução Industrial. Medições recentes
apontam que 2024 tem tudo para se tornar o mais quente da história, com aumento
médio do termômetro no limite. E 2025 poderá ser pior. Cada vez é mais urgente alterar o contexto das mudanças
climáticas. Mas o planeta conseguira se libertar dos combustíveis fósseis? Este
é o dilema maior da atualidade.
Na seção de comentários depois mais dados, informações e atualização do que acontece na conferência mundial de meio ambiente da ONU no Azerbaijão, onde a recuperação da ecologia da vida do planeta ainda está longe de ser uma certeza.
A natureza e toda a vida no país e em toda a Terra ameaçados pelas mudanças climáticas e desequilíbrios ambientais |
Fontes: Deutsche Welle – Terra – folhaverdenews.blogspot.com
Logo mais aqui nesta seção mais dados, informações e atualização sobre a COP29 e também em nossa postagem dois vídeos nesse tema de luta pelo futuro sustentável.
ResponderExcluir"No caso específico do Brasil, apesar de nosso país ter aumentado a porcentagem da meta ambiental, na verdade cientistas e ecologistas ainda esperamos pelo Plano Clima, que seja capaz de explicitar as ações que possam recuperar a ecologia e incentivar o desenvolvimento sustentável, além de a curto prazo evitar mais tragédias ligadas às mudanças climáticas ou à falta de gestão do meio ambiente em quase todo o país que já foi da natureza, hoje é da violência, também ambiental": comentário de Antônio de Pádua Silva Padinha, editor do Folha Verde News.
ResponderExcluir"Ainda que não tenham cumprido as promessas anteriores de colocar dinheiro na mesa à altura da responsabilidade, os americanos têm relevância nos aportes aos fundos climáticos internacionais e serão peça-chave nas negociações. Com a eleição de Trump, está dado que os americanos vão se abster das suas responsabilidades históricas": comentário de Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa.
ResponderExcluir"E o fim dos combustíveis fósseis? Será debatido? O Brasil chega a Baku com bons números na bagagem. Em 2024, a taxa de desmatamento na Amazônia caiu 30,6% em relação ao período anterior, que vai de agosto de 2022 a julho de 2023. No Cerrado, que desaparece numa velocidade maior, o ritmo de destruição também diminuiu. Foi uma redução de 25,8% em relação ao período anterior, a primeira em cinco anos no bioma. Os números são inquestionáveis": comentário de Márcio Astrini , do Observatório do Clima.
ResponderExcluir"Mas reduzir o desmatamento para quem quer ser líder do planeta em meio ambiente e vai presidir a COP30 não é suficiente. Para ser líder, é preciso incidir na agenda global, e não nos problemas domésticos. Incidir na agenda tem a ver com discutir os combustíveis fósseis e o financiamento. E não é o caso do Brasil": comentário também de Márcio Astrini, O.C.
ResponderExcluir"Cabe à COP de Baku avançar, ou ao menos não permitir retrocessos na menção do documento final da COP 28, que citou pela primeira vez a necessidade de que os países reduzam o uso de combustíveis fósseis": comentário de Fernando Sampaio, Coalização Clima.
ResponderExcluir"Ainda não se sabe como o Brasil vai lidar com esse tema e dilema dos combustíveis fósseis. Em casa, nosso país pode inaugurar em breve uma nova frente de exploração de petróleo, na bacia marítima da Foz do Amazonas, ou Margem Equatorial. A Petrobrás busca licença há uma década para perfurar poços na região, mas nunca teve o pedido autorizado. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apesar de ter um parecer interno assinado por analistas que recomendam o arquivamento do pedido, deu mais uma chance para a petroleira detalhar seus planos e tentar mais uma vez": comentário também de Fernando Sampaio, Coalizão Clima.
ResponderExcluir"O que virá para Belém ano que vem? Com uma boa reputação junto a delegações do mundo inteiro, a diplomacia brasileira deve adotar uma postura colaborativa em Baku. É desejado que o máximo de "nós" possíveis sejam desatados para que não se acumulem para a próxima COP, marcada para acontecer em Belém no próximo ano": comentário de matéria na Agência Brasil.
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