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sábado, 15 de outubro de 2022

PESQUISA DO IPEC REVELA O QUE A POPULAÇÃO BRASILEIRA PENSA SOBRE OS PROFESSORES E PROFESSORAS HOJE

No Dia do Professor menos da metade dos brasileiros creem que os profissionais da educação são respeitados como deveriam ser 


Brasil dividido, polarizado (e sem educação)


Mariana Alvim enfocou na BBC este problema  e também comentou que para 98% dos entrevistados em pesquisa IPEC/Instituto Península, os professores são capazes de transformar a vida de uma pessoa com o valor extraordinário da educação. A maioria dos brasileiros, 74%, acreditam que ser professor é tão ou mais difícil do que ser médico, engenheiro ou advogado, mas apenas 25% da população consideram que os docentes são tão valorizados quanto aqueles profissionais. Este descompasso entre um enorme reconhecimento pela população da importância do professor ou da professora  e a percepção de que estes educadores são pouco valorizados em suas comunidades foi revelado por uma pesquisa realizada pelo IPEC e pelo Instituto Península e divulgado ainda ontem na véspera do Dia do Professor, celebrado neste sábado, 15 de outubro. Um dia de luta, com certeza, como diz a Professora Bel, líder da Apeoesp que acaba de se eleger Deputada Estadual com o projeto de mudar esta realidade. 


É a mais importante e hoje a mais difícil profissão no Brasil 

A partir de uma amostra de entrevistados com características semelhantes à população brasileira, a pesquisa estimou que nada menos de 98% dos brasileiros acreditam que bons professores são capazes de transformar a vida de uma pessoa e 86% que esses profissionais estão sempre agindo no melhor interesse dos estudantes. Mas, para a maioria dos entrevistados, 53%, os docentes não têm carinho e respeito dos colegas, alunos e famílias no ambiente escolar. Apenas para 45% dos entrevistados, os professores são sim respeitados e cuidados no ambiente escolar. Segundo Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península, o objetivo da pesquisa foi quantificar como os professores são vistos pela sociedade brasileira, algo do qual pouco se sabia. E, para ela, alguns dos resultados foram surpreendentes. "Foi uma grata surpresa saber o quanto as famílias e a sociedade de fato reconhecem a importância do professor e o quanto elas têm clareza sobre a complexidade dessa profissão". Ela completou esta sua visão: "Levando em consideração alguns estudos que nós fizemos durante a pandemia, temos a percepção de que, quando a escola entrou para dentro da casa das famílias (com aulas remotas, por conta do isolamento social), isso deixou muito evidente, quase palpável para cada um dos brasileiros a real complexidade do que é ser professor". 


 A pesquisa Ipec revela um conteúdo vital da educação no país



Para a diretora do instituto Península, formada em engenharia química e com uma carreira anterior na área de negócios, a mesma sociedade que entende a importância do professor considera que as condições para o trabalho dele não são favoráveis: 
"O sistema educacional e as escolas não oferecem todas as melhores condições de trabalho para que o professor possa exercer o ofício dele da melhor maneira. Então não é uma questão da sociedade não enxergar o professor. É que se você olha para as condições de trabalho do professor, para o desenvolvimento profissional e o reconhecimento dele, você vê que tem algumas peças faltando nesse tabuleiro", diz Heloisa Morel: "A minha percepção é que a gente ainda tem um universo importante de crianças, estudantes e pais que respeitam profundamente os professores", acrescenta a diretora executiva do Instituto Península: "Quando você pergunta para os professores e professoras o que significa a valorização profissional, eles falam do reconhecimento das famílias, eles falam de salário, claro, mas eles sempre também falam de formação continuada, eles falam do ambiente escolar, eles falam de jornada de trabalho", argumenta Morel, enumerando diferentes fatores que influenciam o desenvolvimento profissional e o reconhecimento do trabalho daqueles e daquelas que se dedicam à educação.


Em todas as famílias brasileiras a maior parte das mulheres são educadoras


Para Heloisa Morel, a percepção majoritária de que os professores não são cuidados e respeitados por colegas, alunos e famílias não é um reflexo apenas de casos de agressões — verbais ou físicas — contra docentes. "Os casos extremos, com toda razão, recebem muita divulgação, mas eles não representam o dia-a-dia da escola. A minha percepção é que a gente ainda tem um universo importante de crianças, estudantes e pais que respeitam profundamente os professores". Uma questão prática que é parte do cotidiano de boa parte dos professores brasileiros e pode explicar alguma "peça faltando" na relação entre colegas é o acúmulo de trabalho em diferentes escolas, por exemplo, professores trabalhando em duas, três ou até mais escolas. "Esse profissional tem menos tempo de planejamento das aulas, menos tempo de engajamento na comunidade escolar e de troca com colegas. Muitas vezes, o professor se sente muito solitário". O professor é o foco do Instituto Península, fundado em 2010 pela família de Abilio Diniz, que se propõe apoiar iniciativas que lidem com o desenvolvimento emocional, cognitivo, relacional e social desses profissionais.  Caso avance no país a educação e a condição do trabalho e da vida dos professores e das professoras de todos os níveis, aí com certeza o Brasil poderá mudar e avançar no contexto da atual realidade. 




Em nome de todos professores e professoras aqui a nossa homenagem a um deles Paulo Freire, que marcou a história, a luta e o conteúdo humanitário da educação no Brasil 





 Fontes: BBC - folhaverdenews.blogspot.com  - Esta pesquisa foi realizada pelo IPEC agora em 2022 com 2 mil participantes que foram entrevistados pessoalmente 

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