Estudo realizado pelo Imaflora mapeia
pela primeira vez as espécies exploradas no bioma: apenas 10% do total
comercializado é auditado para assim garantir legalidade deste crime, matéria
do Eco no blog da gente
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70% da madeira extraída na Amazônia é ilegal |
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Uma tragédia ambiental (e política) |
O Brasil comercializou 998 tipos
diferentes de madeira provenientes da Amazônia nos últimos anos, mas, segundo
nos informa a repórter Cristiane Prizibisczki, apesar desta abundância, a
indústria madeireira no país está concentrada oficialmente na exploração ao esgotamento de
apenas 15 a 20 espécies (2%). Isso é o que mostra a mais recente edição
do Boletim Timberflow (estudo sobre cadeia da madeira no Brasil) divulgado nesta semana. O boletim, que pela
primeira vez lista as espécies mais exploradas no bioma, é realizado pelo
Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). No período analisado, cerca de 154
milhões de metros cúbicos de madeira saíram da Amazônia para abastecer o
mercado. Segundo o trabalho do Imaflora, 52% deste total (cerca de 80 milhões
de metros cúbicos) era desta lista restrita de 20 espécies, sendo que algumas
delas são consideradas vulneráveis. O boletim foi feito a partir da
análise do Documento de Origem Florestal (DOF) e do Sistema Nacional de
Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) nos estados do Acre,
Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. Segundo o Imaflora, este perfil de
consumo – busca indiscriminada por determinadas espécies arbóreas até quase
serem totalmente extintas – tem se repetido historicamente e representa uma fragilidade
estratégica da indústria madeireira na Amazônia ou da falta de gestão governamental do meio ambiente no país.
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Algumas espécies já estão extintas |
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Não é só um drama ecológico porque a devastação influi no clima (falta de chuvas ou enchentes) e na economia do país |
“O próprio Pau-Brasil, árvore que dá
nome ao país, passou por isso. Infelizmente, ainda hoje a gente observa que
isso é uma realidade no setor florestal, sobretudo na Amazônia. Se bem
utilizada, a ampla diversidade ofereceria uma alternativa para que não venhamos
a exaurir outras madeiras valiosas”, afirma Maryane Andrade, consultora da
iniciativa de legalidade florestal do Imaflora.
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Gráfico Imazon vai no mesmo sentido |
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Ecologistas não se cansam de alertar |
O trabalho do Imaflora traz várias recomendações para a maior diversificação das espécies disponíveis no mercado. A primeira é uma melhor identificação em campo, a partir de investimentos nas agências de pesquisa situadas na Amazônia e treinamento contínuo das pessoas que de fato vão para o campo, como mateiros. A organização também sugere uma melhoria nas tecnologias dos bancos de dados. “Temos um grande problema de inclusão errada de nome de espécies, caracteres diferentes, ausência ou não de espaços. Os sistemas não enxergam isso diferente e acaba tendo um super inflacionamento no número de espécies cadastradas”, explica a consultora do Imaflora. A sugestão é que o sistema de geração de DOF, por exemplo, já dê opções das espécies cuja grafia é similar e impeça a inclusão de nomes errados. Também aparecem como sugestões o aumento na transparência dos dados, geração de informações sobre a ocorrência de espécies pouco exploradas e melhoria nos sistemas de concessão florestal. “O setor precisa olhar para seus desafios e trabalha-los de forma conjunta. Senão, a gente vai continuar no mesmo estágio em que estávamos em 1500”, finaliza Maryane Andrade, consultora da iniciativa de legalidade florestal do Imaflora.
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Este estudo Imaflora é um roteiro para que... |
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...ainda que tarde se inicie uma gestão governamental do meio ambiente da Amazônia e de todo o Brasil |
Fontes: O Eco – Imaflora – folhaverdenews.blogspot.com
Já temos outros dados e alguns comentários, venha conferir depois nesta seção.
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