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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

ADULTERAÇÃO E APAGÃO DE DADOS GARANTEM “LEGALIDADE” NA VIOLENTA DESTRUIÇÃO DE ÁRVORES NATIVAS DA AMAZÔNIA HOJE

Estudo realizado pelo Imaflora mapeia pela primeira vez as espécies exploradas no bioma: apenas 10% do total comercializado é auditado para assim garantir legalidade deste crime, matéria do Eco no blog da gente

 

70% da madeira extraída na Amazônia é ilegal

Uma tragédia ambiental (e política)

O Brasil comercializou 998 tipos diferentes de madeira provenientes da Amazônia nos últimos anos, mas, segundo nos informa a repórter Cristiane Prizibisczki, apesar desta abundância, a indústria madeireira no país está concentrada oficialmente na exploração ao esgotamento de apenas 15 a 20 espécies (2%). Isso é o que mostra a mais recente edição do Boletim Timberflow (estudo sobre cadeia da madeira no Brasil) divulgado nesta semana. O boletim, que pela primeira vez lista as espécies mais exploradas no bioma, é realizado pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). No período analisado, cerca de 154 milhões de metros cúbicos de madeira saíram da Amazônia para abastecer o mercado. Segundo o trabalho do Imaflora, 52% deste total (cerca de 80 milhões de metros cúbicos) era desta lista restrita de 20 espécies, sendo que algumas delas são consideradas vulneráveis. O boletim foi feito a partir da análise do Documento de Origem Florestal (DOF) e do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. Segundo o Imaflora, este perfil de consumo – busca indiscriminada por determinadas espécies arbóreas até quase serem totalmente extintas – tem se repetido historicamente e representa uma fragilidade estratégica da indústria madeireira na Amazônia ou da falta de gestão governamental do meio ambiente no país. 


 Algumas espécies já estão extintas

 Não é só um drama ecológico porque a devastação influi no clima (falta de chuvas ou enchentes) e na economia do país


“O próprio Pau-Brasil, árvore que dá nome ao país, passou por isso. Infelizmente, ainda hoje a gente observa que isso é uma realidade no setor florestal, sobretudo na Amazônia. Se bem utilizada, a ampla diversidade ofereceria uma alternativa para que não venhamos a exaurir outras madeiras valiosas”, afirma Maryane Andrade, consultora da iniciativa de legalidade florestal do Imaflora.


 Gráfico Imazon vai no mesmo sentido

Ecologistas não se cansam de alertar


O trabalho do Imaflora traz várias recomendações para a maior diversificação das espécies disponíveis no mercado. A primeira é uma melhor identificação em campo, a partir de investimentos nas agências de pesquisa situadas na Amazônia e treinamento contínuo das pessoas que de fato vão para o campo, como mateiros. A organização também sugere uma melhoria nas tecnologias dos bancos de dados. “Temos um grande problema de inclusão errada de nome de espécies, caracteres diferentes, ausência ou não de espaços. Os sistemas não enxergam isso diferente e acaba tendo um super inflacionamento no número de espécies cadastradas”, explica a consultora do Imaflora. A sugestão é que o sistema de geração de DOF, por exemplo, já dê opções das espécies cuja grafia é similar e impeça a inclusão de nomes errados. Também aparecem como sugestões o aumento na transparência dos dados, geração de informações sobre a ocorrência de espécies pouco exploradas e melhoria nos sistemas de concessão florestal. “O setor precisa olhar para seus desafios e trabalha-los de forma conjunta. Senão, a gente vai continuar no mesmo estágio em que estávamos em 1500”, finaliza Maryane Andrade, consultora da iniciativa de legalidade florestal do Imaflora.


 Este estudo Imaflora é um roteiro para que...

...ainda que tarde se inicie uma gestão governamental do meio ambiente da Amazônia e de todo o Brasil


Fontes: O Eco – Imaflora – folhaverdenews.blogspot.com


2 comentários:

  1. Já temos outros dados e alguns comentários, venha conferir depois nesta seção.

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