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quarta-feira, 27 de julho de 2022

ORGANIZAÇÃO METEREOLÓGICA MUNDIAL ADVERTE SOBRE AMAZONAS E ANDES

Crise do clima está deixando a Amazônia e as geleiras andinas na situação mais crítica de todos os tempos


 Geleiras andinas diminuem 42% em 30 anos

 Chuvas geradas pela Amazônia diminuem 70%


O mais recente relatório da OMM indica que algumas regiões da Anérica Latina estão agora próximas de um caos irreversível. Eventos climáticos extremos atingiram praticamente todas as regiões da América Latina e Caribe ao longo de 2021, levando ecossistemas a condições “críticas” e colocando milhares de pessoas em situação de insegurança alimentar. Enquanto a floresta amazônica sofreu um aumento de 22% na perda de vegetação no último ano (as taxas mais elevadas desde 2009), as geleiras andinas consolidaram uma perda de mais de 30% de sua superfície em menos de 50 anos e a seca mega que atinge o centro do Chile foi classificada como a mais persistente do último milênio. Essas são algumas das preocupantes conclusões do mais recente relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM) sobre a situação do clima na América Latina e no Caribe, lançado na última semana. Agora este documento, que sintetiza os principais efeitos das mudanças no clima registrados no último ano, apontou que a tendência de aumento da temperatura já observada em anos anteriores continua, seguindo uma taxa de crescimento de 0,2°C por década entre 1991 e 2021, o dobro da taxa registrada a cada dez anos entre 1961 e 1990.


 Cientistas alertam sobre o caos...

...a as causa vão além do fenômeno La Niña


“Se continuarmos neste ritmo, vamos chegar a um ponto irreversível em alguns locais. A preocupação com a Amazônia é grande, mas não só com o ecossistema como também com o fato de ela ser uma fonte de umidade para outras regiões do Brasil e do continente. Com menos chuvas e mais desmatamento, temos uma situação que pode, por exemplo, afetar a segurança alimentar em vários locais”, alerta o climatologista José Marengo, principal autor do relatório 2022. 

Mais desmatamento, menos chuva

 Degelo nos Andes, menos água no continente


Em março deste ano, foi publicado um estudo no periódico Nature Climate Change já havia mostrado que a floresta amazônica está perdendo a capacidade de se recuperar de períodos de seca cada vez mais longos por causa das mudanças climáticas, e do desmatamento. Como resultado, o bioma estaria cada vez mais próximo de seu “ponto de virada” (tipping point), após o qual a floresta começa a morrer maciçamente. No relatório da OMM, especialistas afirmam que a degradação da floresta amazônica é uma grande preocupação para todo o mundo também pelo seu papel no ciclo do carbono. O documento destacou ainda a intensificação das tempestades tropicais no último ano. A temporada 2021 de furacões no Atlântico foi a terceira mais ativa já registrada na região caribenha e na América Central, com 21 tempestades nomeadas (incluindo sete furacões), sendo considerada a sexta temporada consecutiva acima do normal. Chuvas extremas também atingiram níveis históricos em várias regiões, causando centenas de mortes e obrigando milhares de pessoas a abandonarem suas casas. No Brasil, foram citadas a cheia do Rio Negro, em Manaus, que atingiu o maior nível em mais de 100 anos em 2021, e as inundações na Bahia e em Minas Gerais devido às fortes chuvas de dezembro, que deixaram um prejuízo de U$ 3,1 bilhões. O relatório da OMM apontou também que o nível do mar aumentou a um ritmo mais rápido do que no restante do mundo, com destaque para a costa atlântica da América do Sul, o Atlântico Norte e o Golfo do México, ameaçando então populações costeiras, contaminando aquíferos de água doce e inundando áreas baixas. Por outro lado, 2021 foi um ano em que a estiagem trouxe prejuízos importantes para produtores agrícolas. Chuvas abaixo da média em regiões do Chile, Brasil, Uruguai e Paraguai levaram a um declínio de 2,6% na safra de cereais da América do Sul. O relatório aponta que a mudança nos padrões de precipitação foi parcialmente relacionada ao La Niña, mas que “as mudanças climáticas provavelmente desempenharam um papel importante em alguns dos eventos climáticos extremos na região”.

 A partir da Amazônia seca em 4 países sulamericanos

Caos amazônico


"Uma seca gigante atinge há anos a bacia do Rio Prata que se estende por quatro países, Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, levando os níveis de água para os mais baixos desde 1944, este problema se intensificou em 2021, prejudicando a produção agrícola, reduzindo as colheitas de soja, de milho e impactando os mercados globais de alimentos": trecho do relatório da Organização Meteorológica Mundial. 


Crise do clima afeta a condição de vida no continente


No Chile, a crise hídrica se intensificou em 2021 pela seca gigante que seguiu na região pelo 13° ano consecutivo, se tornando a seca mais longa em mil anos. No relatório, a OMM prevê que as secas se intensificarão no nordeste do Brasil, na Amazônia, na América Central, no Caribe e em partes do México nos próximos anos. Algumas regiões da América do Sul também ficaram em alerta devido ao encolhimento das geleiras, que estão perdendo gelo de forma mais acelerada por conta do aquecimento global, ameaçando a segurança hídrica de milhões de sul-americanos. Em comparação com 1980, foi registrada uma perda total de mais de 30% de área glacial nos Andes tropicais e de 50% no Peru. “Extremos que eram esperados para as próximas décadas estão acontecendo agora. As mudanças estão acontecendo muito rápido”, alerta o climatologista José Marengo. De acordo com o cientista, o relatório mostra a necessidade de medidas urgentes tanto de mitigação como de adaptação ao clima atual. “Se nada for feito nos próximos anos, a mitigação vai chegar tarde demais, a adaptação não será mais possível e as cidades não alcançarão o grau de resiliência que todos gostaríamos, criando um caos”, comentou Marengo entrevistado por Jaqueline Sordi. 

 

 Mais uma razão para o desmatamento zero


Fontes: OMM – Observatório do Clima – O Eco -  Nature Climate Change - folhaverdenews.blogspot.com


 

9 comentários:

  1. Depois amanhã mais informações sobre esta tragédia que é climatolológica, econômica, social, ecolgica; Venha conferir depois.

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  2. "Chuvas abaixo da média em regiões do Chile, Brasil, Uruguai e Paraguai levaram a um declínio de 2,6% na safra de cereais da América do Sul. O relatório aponta que a mudança nos padrões de precipitação foi parcialmente relacionada ao La Niña, mas que as mudanças climáticas provavelmente desempenharam um papel mais importante em alguns dos eventos climáticos extremos na região”: comentário da jornalista Jaqueline Sordi que fez matéria sobre o novo relatório da OMM.

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  3. Você pode postar aqui sua opinião ou se preferir, envie o seu conteúdo para o e-mail do editor deste blog que mais tarde divulgará o material, mande desde já a sua mensagem para padinhafranca603@gmail.com

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  4. "Não só o clima e o meio ambiente, mas também a economia e então a condição de vida do povo sofrem com a escassez de chuvas": comentário de Letícia Mendes Souza, do Rio de Janeiro, que nos envia por e-mail notícia que ele captou no site da ONU, a gente agradece e vamos divulgar, abraço e paz aí.

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  5. "Mudança climática ameaça população e economias latino-americanas. Segundo relatório de 2022 da Organização Meteorológica Mundial, OMM, o desflorestamento está em seu nível mais alto desde 2009; 22% a mais de área florestal da Amazônia desapareceu em 2021 em comparação a 2020; geleiras andinas perderam 30% de área e seca no Chile antecipa crise hídrica na região. Neste cenário, os impactos climáticos extremos e alterações do clima, incluindo secas, tempestades, ondas de calor terrestres e marinhas e derretimento de geleiras estão afetando a região da América Latina e do Caribe, da Amazônia aos Andes. Os dados são do estudo sobre a situação do clima na região, publicado pela Organização Meteorológica Mundial, OMM, destacando os impactos do clima para ecossistemas, segurança alimentar e hídrica, saúde humana e pobreza": comentário no site da ONU sobre o novo relatório da OMM.





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  6. "De acordo com o relatório da OMM, as taxas de desmatamento na região foram as mais altas desde 2009, o que causa um impacto direto tanto para o meio ambiente quanto para a mitigação das mudanças climáticas. Na América do Sul, a degradação da floresta amazônica é destacada como uma grande preocupação para a região, mas também para o clima global, especialmente pelo papel da floresta no ciclo do carbono. Segundo o levantamento, o desmatamento na floresta amazônica brasileira dobrou em relação à média de 2009 a 2018, atingindo seu nível mais alto desde 2009. Além disso, 22% a mais de área florestal foi perdida em 2021 em comparação a 2020": comentário que foi extraído de matéria no Cepal, Comissão Econômica para a América Latina, em Santiago do Chile.



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  7. "Efeitos econômicos e sociais - O último relatório do IPCC mostra mudança nos padrões de precipitação, elevação das temperaturas e áreas passando por mudanças na frequência e gravidade de extremos climáticos, como chuvas fortes. Com o aquecimento e o aumento da acidez dos oceanos Pacífico e Atlântico, um impacto maior deve ser visto na América Latina, ameaçando o abastecimento de alimentos e água. O levantamento mostra que riscos hidrometeorológicos, incluindo secas, ondas de calor, ondas de frio, ciclones tropicais e inundações, levaram à perda de centenas de vidas, danos graves à produção agrícola e infraestrutura, bem como deslocamento humano": comentário do secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, .

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  8. "Esta análise do secretário-geral da OMM é confirmada pelo Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres, que registrou um total de 175 desastres durante o período 2020-2022. Destes, 88% são de origem meteorológica, climatológica e hidrológica. Esses perigos foram responsáveis​​por 40% das mortes registradas relacionadas a desastres e 71% das perdas econômicas.
    Um exemplo citado pelo relatório são as inundações e deslizamentos de terra nos estados brasileiros da Bahia e Minas Gerais levaram a uma perda estimada de US$ 3,1 bilhões": comentário Cepal.


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  9. "O estudo indica que o aumento do nível do mar e o aquecimento dos oceanos continuem a afetar os meios de subsistência costeiros, além do turismo, saúde, alimentação, energia e segurança hídrica, particularmente em pequenas ilhas e países da América Central. Em muitas cidades andinas, o derretimento das geleiras representa a perda de uma fonte significativa de água doce, usada para uso doméstico, irrigação e energia hidrelétrica. Segundo a OMM, as geleiras andinas perderam mais de 30% de sua área em menos de 50 anos. Algumas geleiras no Peru perderam mais de 50% de sua área": comentário também de Petteri Taalas, diretor da Organização Mundial de Meteorologia.

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