Já vivemos o
Antropoceno (a fase inicial de uma nova era na história do planeta): mais cedo ou mais
tarde a humanidade desaparecerá tema da matéria de Duncan Geere da BBC Science
Focus Magazine: não se trata de profecia mas projeção científica
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Satélites e naves de origem terrestre despoluirão a biosfera |
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Animais que sobreviverem invadirão as cidades |
Desde a poluição do
ar na alta atmosfera até fragmentos de plástico no fundo do oceano é quase
impossível encontrar um lugar em nosso planeta em que a humanidade não tenha
tocado de alguma forma e ali deixado sua pegada, sua marca, a sequela ou a cicatriz de uma agressão à ecologia da Terra. Os humanos sempre
moldaram aspectos do ambiente, do fogo à agricultura ou a indústria. Hoje a influência
do Homo sapiens na Terra atingiu tal nível que agora define o
tempo geológico atual. A ciência afirma que mais cedo ou mais
tarde, a humanidade enfrentará sua extinção: mais de 99% das
espécies que existiram na Terra já desapareceram, a maioria durante catástrofes e
extinções como a que exterminou os Dinossauros. Você sabe, a humanidade nunca
enfrentou um evento desta magnitude, porém, mais cedo ou mais tarde enfrentará: "O fim da humanidade é inevitável", comentou o virologista australiano Frank Fenmer. A questão não é se os humanos serão extintos, mas quando isso
acontecerá. E há quem pense que isso acontecerá mais cedo do que se imagina. Para Frank Fenner provavelmente iremos desaparecer
no próximo século, devido à superpopulação, destruição ambiental e mudanças
climáticas. E claro, ele e outros cientistas são categóricos em afirmar, a Terra sobreviverá sem nós.
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Estradas desertas serão corredor ecológico |
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Pinturas rupestres de 13 mil anos como esta numa caverna da Argentina ficarão como memória da nossa pré-história |
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Em pouco tempo as cidades virarão ruínas... |
"A natureza vai decompor tudo", diz Alan Weisman, autor de The World
Without Us (O mundo sem nós) em que ele examina
o que acontecerá se os humanos desaparecem do planeta: "A vida continuará e as marcas que deixamos no planeta desaparecerão mais cedo do que poderíamos imaginar. Nossas cidades entrarão em colapso, o mato crescerá no meio urbano, as pontes cairão ou serão encobertas por nova vegetação. Em pouco tempo,
tudo o que restará da humanidade será uma fina camada de plástico, isótopos
radioativos e ossos de galinha (matamos 60 bilhões de galinhas por ano), tudo no
registro fóssil. Como evidência
disso, podemos olhar para as áreas do planeta que fomos forçados a abandonar. Na zona de exclusão
de cerca de 30 km ao redor da usina de Chernobyl, na Ucrânia, que foi
severamente contaminada após o colapso do reator em 1986, as plantas e os
animais prosperam de uma forma que nunca tinha ocorrido antes".
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...será como aconteceu em Chernobyl... |
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.....animais selvagens invadirão com liberdade... |
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...todos os espaços depois que os humanos forem embora |
Um outro estudo financiado pelo Natural Environment Research Council encontrou "populações
abundantes de vida selvagem" na área de Chernobyl, sugerindo que os humanos são uma
ameaça muito maior para a flora e a fauna locais do que 30 anos de exposição crônica
à radiação. A velocidade com
que a natureza assume o controle da paisagem depende muito do clima de uma
área. Nos desertos do
Oriente Médio, as ruínas de milhares de anos atrás ainda são visíveis, mas o
mesmo não pode ser dito das cidades que têm apenas algumas centenas de anos mas
estão em florestas tropicais. Em 1542, quando os
europeus viram pela primeira vez as florestas tropicais do Brasil, eles
relataram cidades, estradas e cultivos ao longo das margens dos principais rios. No entanto, depois
que grande parte da população indígena foi dizimada pelas doenças que os exploradores levaram ou pela violência dos invasores, essas aldeias e marcas desapareceram rapidamente encobertas pela selva. É certo, por
exemplo, que as ruínas de Las Vegas, nos Estados Unidos, persistirão por muito mais tempo
do que as de Bombaim, na Índia, no Oriente, árvores e raízes
ocuparam o templo Ta Prohm no Camboja. Só agora as
técnicas de desmatamento e sensoriamento remoto nos dão uma ideia do que
existia antes. As espécies de
plantas e animais que formaram laços estreitos com os humanos serão as mais
afetadas quando desaparecermos. As safras que
alimentam o mundo, que dependem de aplicações regulares de pesticidas e
fertilizantes, serão rapidamente substituídas por outras ancestrais selvagens.
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O cientista Frank Fenner estuda esta hipótese desde quando jovem |
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Na China a vegetação invadindo prédios é um sinal |
Alan Weisman explica: "As cenouras ficarão selvagens e
as espigas de milho poderão voltar ao tamanho original, não maiores do que uma
espiga de trigo. Como as ruínas
romanas, edifícios de hoje poderão permanecer reconhecíveis no futuro. O súbito
desaparecimento de pesticidas também significará uma explosão populacional de
insetos. Os insetos são
móveis, se reproduzem rapidamente e vivem em quase todos os ambientes, o que os
torna uma classe de espécies de grande sucesso, isso já acontece agora quando os humanos estão
ativamente tentando suprimi-los. Eles podem
sofrer mutação e se adaptar mais rápido do que qualquer outra coisa no planeta,
exceto, talvez, micróbios", conclui Weisman. Qualquer coisa que
pareça deliciosa será devorada pelos insetos".
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A Terra será herdada pelos insetos |
A explosão do
inseto, por sua vez, fará aumentar a população de espécies que se alimentam deles,
como pássaros, roedores, répteis, morcegos e aracnídeos, então, logo haverá um boom nas
espécies que comem esses animais, e assim por diante, em toda a cadeia
alimentar. Quando os humanos
deixarem o planeta, os insetos terão um renascimento rápido. No entanto, essas
enormes populações serão insustentáveis a longo prazo, uma vez que os
alimentos que os humanos deixaram para trás acabarão por serem consumidos. É certo para os pesquisadores que a extinção dos humanos terá consequências na cadeia alimentar por pelo menos 100 anos, antes
que um novo normal seja estabelecido. Algumas raças
selvagens de vacas ou cavalos e ovelhas poderão sobreviver, mas a maioria, que foi criada
como máquinas de comer, lentas e dóceis, acabarão morrendo em grande
quantidade. "Acredito que
em breve serão vítimas de carnívoros selvagens que vão começar a
proliferar", profetiza Alan Weisman: "Entre esses carnívoros, animais de estimação humanos, mais provavelmente gatos do que cães. Os lobos vão ter muito sucesso e vão competir com os cães. Os gatos são
uma espécie não nativa de muito sucesso em todo o mundo. Onde quer que vão,
eles prosperam".
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Estradas levarão a nenhum lugar |
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Grandes cidades serão como fazendas abandonadas |
A questão sobre se
a vida "inteligente" poderá evoluir novamente é a mais difícil de
responder. Uma teoria afirma
que a inteligência evoluiu porque ajudou nossos primeiros ancestrais a
sobreviver a choques ambientais. Outra é que a inteligência ajuda as pessoas a
sobreviverem e se reproduzirem em grandes grupos sociais. Uma terceira é que
a inteligência é simplesmente um indicador de genes saudáveis. Todos os três
cenários poderão ocorrer novamente em um mundo pós-humano? "Entre os
primatas, o segundo maior cérebro em peso corporal é o do Babuíno, e você pode então supor que esta espécie de macaco será seria o candidato mais provável a substituir os homens. Eles moram na
selva, mas também aprenderam a viver nas bordas dela. Conseguem colher
alimentos nas planícies muito bem e sabem se unir contra predadores. Os Babuínos poderão fazer o que fizemos, mas por outro lado não
vejo motivação para isso. A vida é realmente boa para eles do jeito que
é na natureza".
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Os Babuinos substituirão os humanos? |
(Depois mais tarde aqui nesta seção de comentários deste nosso blog Folha Verde News, outras projeções do que será o planeta após a morte dos humanos. A Terra pós humanos será uma outra Terra. Na edição de hoje vamos postar dois vídeos, um deles, da série Mistérios do Mundo, analisando exatamente a Terra após os humanos desaparecerem, o outro, um treiler de filme de terror de Stephen Kay, Pesadelo, que mostra o ser humano na situação de medo, algo que deverá acontecer quando nossa espécie começar a sumir em massa do mapa)
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Nem os monumentos de pedra resistirão... |
Depois que todos nós
desaparecermos amanhã, levará dezenas de milhares de anos para que os gases do
efeito estufa que lançamos na atmosfera voltem aos níveis pré-industriais. Alguns cientistas
acreditam que já ultrapassamos os pontos de inflexão cruciais, especialmente
nas regiões polares, que irão acelerar as mudanças climáticas, mesmo se não
reemitirmos outra molécula de CO2. Depois, há também o
problema das usinas nucleares do mundo. As evidências de
Chernobyl sugerem que os ecossistemas podem se recuperar das emissões de
radiação. Mas existem cerca de 450 reatores nucleares em todo o mundo que
começariam a derreter assim que o combustível acabasse nos geradores de emergência
que fornecem líquido de refrigeração. Não há como saber
como uma liberação tão grande e abrupta de material radioativo na atmosfera poderia
afetar os ecossistemas do planeta. E isso antes de supormos outras fontes de contaminação. As décadas após a
extinção humana serão marcadas por derramamentos de óleo devastadores,
vazamentos de produtos químicos e explosões de tamanhos variados, todas
bombas-relógio que a humanidade deixou para trás. Alguns desses
eventos podem causar incêndios que podem durar décadas. Por exemplo, abaixo da cidade de
Centralia, na Pensilvânia, uma camada de carvão está queimando desde pelo menos
1962, forçando a evacuação da população local e a demolição da cidade. Hoje, a área parece
uma pradaria com ruas pavimentadas passando por ela e nuvens de fumaça e
monóxido de carbono subindo do solo. A natureza tomou a superfície. E não restam pegadas do ser humano.
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...e a natureza engolirá a memória dos homens que estavam destruindo a ecologia da vida |
Fontes: BBC Science Focus Magazine - Getty Images
folhaverdenews.blogspot.com
"Nossas transmissões também durariam: a Terra tem transmitido sua cultura por ondas eletromagnéticas por mais de 100 anos, e essas ondas ainda estão no espaço": comentário de Duncan Geere, jornalista que pesquisou vários estudos sobre o que acontecerá com a Terra pós humanidade.
ResponderExcluir"Então, a 100 anos luz de distância, com uma antena grande o suficiente, você pode ouvir uma gravação de cantores de ópera famosos em Nova York, a primeira transmissão de rádio pública, em 1910, entre outras emissões sonoras. Essas ondas persistiriam em uma forma reconhecível por alguns milhões de anos, viajando cada vez mais longe da Terra, até que finalmente se tornem tão fracas que não poderiam ser diferenciadas do ruído de fundo no espaço": comentário extraído das projeções da matéria da BBC/Science Focus Magazine.
ResponderExcluir"Até mesmo nossos artefatos espaciais continuarão no espaço sideral. Supondo que não haja colisões, as sondas espaciais Voyager por exemplo serão o último legado remanescente da humanidade. As sondas Voyager, lançadas em 1977, estão deixando o Sistema Solar a uma velocidade de quase 60 mil km/h": comentário do especialista Alan Weismann, que foi entrevistado pela BBC News.
ResponderExcluirDepois mais tarde, amanhã, mais dados e comentários, venha conferir em seguida. Você pode postar a sua projeção ou a sua opinião direto aqui nesta seção do blog da gente, se preferir, envie seu conteúdo (texto, foto, arte, vídeo, pesquisa, notícia) nosso e-mail navepad@bol.com.br
ResponderExcluir"Apesar das explosões e incêndios que se sucederão, aos poucos a natureza vai se reconstituir de outra forma, sem a ação nefasta dos humanos": comentário de Analice Fernandes, de Santos, SP, o primeiro que chegou à nossa redação, mande você também sua mensagem que vamos divulgar em tempo todo o material.
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