Há 4 anos biólogos já advertiam sobre efeitos do desmatamento crescente na redução das chuvas e crise ambiental que agora em 2020 já se aproxima de um caos: uma das causas deste problema é a impermeabilização do solo que muda o ciclo das águas das chuvas
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Apesar dos temporais chuvas cada vez mais escassas
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Até em regiões antes de clima temperado sinais da falta...
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...de chuvas intensas e regulares que hoje escasseiam
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Neste domingo a previsão do instituto Climatempo para São Paulo é que volta o calor e a chuva vai embora, no interior paulista, a tendência é ir voltando o calorão e devido à circulação dos ventos, pode chover apenas de forma isolada também em regiões próximas ao Paraná. Bastante sol, algumas pancadas de chuva em todo o Sudeste, por exemplo, por aqui na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, índices de baixa umidade relativa do ar também predominam, riscos de temporais isolados. Novas áreas de instabilidade, com ventanias, segunda e terça, dias 19 e 20 de outubro, perigo de temporais mas não há indicativos de chuva regular e constante. Dias atrás fizemos matéria sobre a primavera mais seca, também resultado dos desmatamentos e queimadas, também na Amazônia e no Cerrado, impedindo o caminho normal dos rios voadores que traziam em anos anteriores chuvas mais intensas e regulares nesta época. Chove no Pantanal, mas após as maiores queimadas e seca em 50 anos, vai levar muito tempo para regularizar o clima. Além do mais, para complicar agora em 2020, a ação do fenômeno oceânico La Niña (confira os dois vídeos ilustrando este fato aqui no blog da gente). La Niña e mais a crônica falta de gestão ambiental pública e sustentável no Brasil (mais grave ultimamente) e os sinais de um deserto no Brasil já começam a entrar no mapa dos meteorologistas, dos geólogos e dos alertas dos ecologistas. Eles já clamam hoje como os antigos profetas no deserto...
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La Niña agrava a projeção de um cenário mais seco
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Luciene de Assis e Marco Moreira fizeram em 2016 matéria completa sobre a anormalidade climática no país já em 2016, depois, a reportagem foi atualizada em 2019 e agora, diante da situação da realidade hoje, voltamos a um resumo das informações que os dois jornalistas levantaram no site REDD+. Eles sugeriam, como uma alternativa de gestão e de solução, o Brasil criar e manter unidades de conservação da
natureza nas áreas urbanas como uma proposta para a falta de água, que
deflagrou há alguns anos a maior crise hídrica no Sudeste que agora pode ser mais intensa. A escassez está associada a
vários fatores, como a carência de planejamento dos assentamentos urbanos, os
equívocos no manejo do uso do mineral, a utilização de equipamentos urbanos de
distribuição ineficientes e responsáveis por enormes desperdícios, e a pouca
consciência de autoridades e do povo brasileiro em relação à escassez dos recursos hídricos. A avaliação
foi feita através do biólogo Sérgio Henrique Collaço de Carvalho. Segundo ele,
a existência de unidades de conservação dentro e no entorno das cidades
ajudaria na estabilização do regime de precipitação de chuvas e reteria água no
subsolo e lençóis freáticos. O desmatamento e a impermeabilização do solo fazem
com que a água da chuva chegue mais rápido aos cursos d'água e ao mar, além de
modificar o regime de precipitação bastante irregular no momento em uma primavera mais seca que o normal.
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O clamor por chuvas é questão de ecologia e de economia
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Elas têm sido escassas ano a ano cada vez mais
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”Todos esses fatores
influenciam no clima, provocando períodos de estiagem, com escassez de água e
crise de abastecimento da população, sendo que, imediatamente depois, vem o período de
chuvas, acarretando alagamentos e a ideia de abundância do recurso”, explicou Collaço: "Quem vive no Nordeste tem uma percepção mais realista sobre a
necessidade de se poupar água e se fazer uma gestão do recurso hídrico. Só o nordestino tem mais essa
percepção porque está acostumado com a escassez de água". E à exceção do
Nordeste, as demais regiões ainda carecem dessa consciência acerca da escassez de
água". Segundo ele, no país, boa parte das cidades
não tem nem reservou espaços para unidades de conservação da natureza que ajudariam no provimento de água, ainda mais agora, com nascentes e rios mais secos, ano a ano, cada vez menos água.
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Calor de mais de 40 graus e poucas chuvas...
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...já há o temor de um Atacama por aqui no país que um dia já foi da natureza mas hoje é da violência ambiental
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(Confira a seguir na seção de comentários deste blog da gente mais informações neste tema urbano e também sobre desmatamento, Amazônia, crise hídrica e caos causado pela destruição da ecologia que vem das florestas: nesta edição do Folha Verde News, já postamos dois vídeos, ambos sobre a influência nesse cenário de primavera mais seca do fenômeno La Niña atuando nestes meses do final de 2020, um deles da Webtvnews)
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Já se mapeiam sinais de um deserto no Brasil
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Fontes: Climatempo - REDD+ - Webtvnews -
folhaverdenews.blogspot.com
Já temos mais informações e comentários tanto sobre os problemas como as eventuais soluções, tanto sobre a falta de gestão sustentável do clima e do ambiente sobre como a luta para recuperar a ecologia que vai se perdendo no Brasil.
ResponderExcluirVenha conferir depois aqui esta seção onde você pode desde já postar direto a sua opinião, se preferir, envie o seu conteúdo (texto, foto, vídeo, arte, charge, pesquisa, notícia) pro e-mail deste blog navepad@bol.com.br ou para o nosso editor no padinhafranca603@gmail.com (mais tarde e amanhã vamos divulgar o material)
ResponderExcluir"Já deveria ter sido declarada uma situação de emergência climática e ambiental no Brasil": comentário de Henrique dos Santos Soares, engenheiro agrônomo, que atua no sul da Bahia.
ResponderExcluir"Tenho alertado em matérias há algum tempo, agora, esta pauta está de volta: o oficial da unidade de facilitação para América Latina e Caribe da UNCCD (convenção para o combate da desertificação) o brasileiro Heitor Matallo, afirmou que as mudanças climáticas mais o cenário de agressões à ecologia estão agravando muito o problema.: “Há um ciclo em que um fenômeno alimenta o outro. Se o meio ambiente é degradado com desmatamento e erosão, os reservatórios de água diminuem, aumentando as áreas desertas. Por sua vez, essas terras degradadas influenciam no clima, impedindo a formação de chuvas e aumentando ainda mais a desertificação”: comentário de Fernanda Nidecker, jornalista, repórter da BBC.
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