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terça-feira, 8 de setembro de 2020

TODA ESSA SECA OU FALTA DE CHUVAS ESTÃO VINDO TAMBÉM DAS CHAMAS QUE QUEIMAM A AMAZÔNIA

O regime de chuvas e o clima por aqui em todo sul do Brasil é enfocado por Eduardo Luís Ruppenthal no EcoDebate: o resumo da informação está aqui no blog da gente, confira a seguir


A umidade amazônica não está chegando nem ao Pantanal...

...nem aqui e a esperança de chuvas fica travada


"A Amazônia está em chamas e o que mudou é a intensidade das queimadas e dos incêndios florestais ou o alcance de sua dimensão, impulsionadas pelo discurso, pelo apoio e política ecocida e/ou genocida do governo e do anti-ministro incendiário, capatazes do agronegócio": protesta Ruppenthal: "As consequências dessa política anti-ambiental já espalhou as chamas e o desmatamento para outros biomas brasileiros, como o Pantanal (agora lá está toda uma tragédia socioambiental sem precedentes, algo que coloca em risco toda a dinâmica pantaneira) também o Cerrado (onde a expansão agrícola tem convertido áreas com enorme biodiversidade em mais extensas monoculturas para exportação, basicamente soja) e ameaça a “caixa d`água”  que é o norte do Brasil. Todos os demais biomas estão sob risco, já que a lógica degradadora é a mesma, seja a Mata Atântica, a Caatinga ou o Pampa, as ameaças históricas estão potencialiazadas pelos discursos, intenções e ações dessas que “passam a boiada” de qualquer jeito, com ou sem pandemia, com ou sem os holofotes da mídia, a mesma que diz que o “agro é pop, é tech, é tudo”. Cá entre nós, do ponto de vista deste desequilíbrio caótico do clima e do meio ambiente, agro é pop, é tech mas é nada que possa continuar como estão, as sequelas desta falta de gestão ambiental dos governantes e de parte dos agronegociantes abala todo o país e o continente.  


Um dos vídeos hoje é uma análise do cientista Paulo Artaxo da USP...

...sendo o outro documentário da alemã Betina Elihardt que é mundialmente considerada uma expert  sobre os danos das queimadas e incêndios florestais ao clima e às chuvas


A intenção do texto de Eduardo Luís Ruppenthal não é aprofundar e enumerar a importância da Amazônia para o equilíbrio ambiental do planeta, mas o foco agora é a região sul do país que um dia já foi da natureza, hoje é da violência ambiental. Hoje este artigo enfoca as mudanças climáticas e demais consequências da devastação da Amazônia na sua relação direta com a quantidade de chuvas que caem ou deixam de cair no sul brasileiro, provenientes de massas de ar de vapor de água e de nuvens formadas no Bioma Amazônico. Você sabe, isso se deve a um fenômeno chamado rios voadores, que são “cursos de água atmosféricos” que viajam centenas e milhares de quilômetros e que regam o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul do Brasil, além de países vizinhos. A Amazônia funciona como uma bomba d`água. Toda a umidade evaporada do Oceano Atlântico segue floresta adentro pelos ventos alíseos, é descarregada em forma chuva, que cai na floresta, e é muita chuva, que coloca a região em uma das mais quentes e úmidas do planeta. Com esse calor tropical, acontece a evapotranspiração nas árvores, retornando toda essa água para a atmosfera em forma de vapor de água. Os ventos direcionam essas massas de ar carregadas de umidade para o oeste, mas no caminho encontram a Cordilheira dos Andes, com mais de 4.000 metros de altitude. Uma parcela das massas de umidade precipita nas encostas da Cordilheira, o que forma as nascentes dos rios amazônicos que abastecem vários países e se transformam na maior bacia hidrográfica do mundo, a do Rio Amazonas. Nos impressionamos com a imensidão, grandeza e vazão do Amazonas (200.000 m³/s). A evapotranspiração não fica para trás. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a quantidade de vapor de água evaporada pelas árvores da floresta pode ser a mesma ou até maior do que a vazão do  rio Amazonas. Outra parte dessas massas de ar carregadas de vapor de água são direcionadas para o Sul, os rios voadores percorrem centenas e milhares de quilômetros, levam umidade que se transforma em chuva para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do nosso território, além dos países vizinhos. Vale lembrar que essas chuvas abastecem o próprio Pantanal que, além do desmatamento e dos incêndios, atravessa uma estiagem histórica. Assim, outras áreas abastecidas pelos rios voadores passam por estiagem em 2020: o Paraná, onde há neste momento racionamento de água em Curitiba e região metropolitana, e o Rio Grande do Sul, que passou por uma estiagem de mais de seis meses no início do ano, com consequências para centenas de municípios gaúchos. Por aqui, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais não chove há mais de 100 dias e a baixa umidade do ar e o clima estão desérticos, o que é perigoso demais para a saúde da população nesse tempo de Coronavírus.


 No momento além do mais há uma influência também dum fenômeno oceânico que complica mais ainda a situação


(Confira depois mais tarde mais dados ou informações nesse tema na seção de comentários aqui do blog Folha Verde News, nesta edição, já postaamos dois vídeos, um deles com a especialista climática da Alemanha Betina Elirhardt traduzido e outro, com o cientista da USP, Paulo Artaxo)


A gente espera que os rios voadores do norte tragam a primavera das chuvas aqui para toda a região sul do país 


A Amazônia é essencial para o regime de chuvas e clima para a região sul. E essa água que chega até aqui é devido às árvores e à floresta em pé. As consequências já sentidas, amplamente estudadas e descritas por vários cientistas e centros de pesquisa (CPTEC, Inpa, Inpe, LBA e Imazon) e nos cenários colocados nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), tendem a se intensificar e aprofundar com o modelo neste ponto de vista predatório do agronegócio brasileiro e falta de uma gestão ambiental governamental. É necessário e urgente superar esse modelo capitalista agroexportador, que alimenta os países do capitalismo central, caso contrário as chamas continuarão cada vez mais freqüentes e intensas, aschuvas cada vez mais escassas, assim como a falta de água e os períodos de estiagem no Sul cada vez mais longos. Essas chamas não queimam somente a floresta lá no Norte, mas a umidade, as chuvas e a água por aqui. É o que analisa Eduardo Luís Ruppenthal, biólogo, professor, especialista em Meio Ambiente e Biodiversidade (Uergs), mestre em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 


Arte que resume este estudo de Ruppenthal


Fontes: EcoDebate - USP -  Sul21

           folhaverdemews.blogspot.com                              


5 comentários:

  1. O caminho dos rios voadores. Fonte: Projeto rios voadores
    Eduardo Luís Ruppenthal – biólogo, professor da rede pública estadual, especialista em Meio Ambiente e Biodiversidade (Uergs), mestre em Desenvolvimento Rural (PGDR/Ufrgs),

    * Filme “Amazônia em chamas” de 1994 Link: https://www.youtube.com/watch?v=DI6mhtMgr_o
    **CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
    Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
    Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
    LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia
    Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

    Artigo enviado pelo Autor e originalmente publicado no Sul21.
    in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 07/09/2020

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  2. Depois, mais tarde, mais comentários neste tema, aguarde e venha conferir depois, OK?

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  3. Você pode postar direto aqui sua opinião, se puder, envie o seu conteúdo (texto, foto, vídeo, mapa, pesquisa, notícia) pro e-mail do nosso editor padinhafranca603@gmail.com.br

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  4. Até amanhã estaremos postando por aqui todo o material e então até logo +.

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  5. "Sobre a influência do La Niña, vi no Canal Rural uma informação que Vale ressaltar, dentro do normal, já significa pouca chuva nessa época. Na região Sul especificamente, a chuva pode ficar ligeiramente acima da média em algumas cidades, porém nada que reverta a estiagem. Com isso a situação agrícola e os reservatórios de água (sendo para energia ou para abastecimento) podem ficar ainda mais críticos": comentário de José Felício Borges, que é de Londrina, Paraná, atuando como engenheiro agrônomo em várias fazendas na região sul do Brasil.

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