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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

CELEBRAÇÕES DOS 70 ANOS DA TV NO BRASIL OMITEM ALGUNS PERSONAGENS QUE SÃO MUITO IMPORTANTES COMO TAIGUARA (O ESQUECIDO MÚSICO VÍTIMA DA CENSURA)

Nestes dias Taiguara estaria fazendo 75 anos mas morreu aos 50 em 1996 depois de vários discos e canções de sucesso entre os anos 60 e 80 quando teve quase 100 músicas proibidas pela censura do governo ditatorial da época


Taiguara, um talento maior da música e da poesia 


Exilado duas vezes na África, Taiguara Chalar da Silva se casou ao retornar ao Brasil com Eliane Potiguara, líder indígena, que sobrevive no Rio de Janeiro onde segue indo à luta pelos povos da floresta e busca resgatar a memória e o valor do seu companheiro, com certeza, um dos músicos mais importantes da história cultural brasileira, basta ver a quantidade de canções dele proibidas pela Ditadura: um dos seus últimos álbuns - Ymira, Tayra, Ipy - não só foi censurado como todos os discos recolhidos das lojas e destruídos, tendo como tema também a cultura indígena e a luta pela liberdade. 


Uma das canções de Taiguara proibidas pela Censura você pode conferir nesta regravação feita com apoio de músicos amigos como Hermeto Paschoal, produção Kuarup, ouça copiando este link no Youtube canções de grande alcance cult e de amor à liberdade
https://www.youtube.com/watch?v=qEqGSgdYvgY

Taiguara nasceu em Montevidéu no Uruguai, filho do grande maestro brasileiro Ubirajara Silva e da cantora de tango Olga Chalar, além de cantor, letrista e compositor, era um exímio instrumentista, em especial no piano, nos teclados. Em algumas canções fundia características da guarania com o samba, usava harpa misturada com guitarra e tamborim, mostrou também influência da cultura afro e das origens indígenas dele (Charrua) e de nosso povo. Com tantos artistas sendo endeusados pela mídia no momento - devido aos 70 anos da televisão brasileira - Taiguara deveria ser um dos principais homenageados, ao menos por ter sido recordista de músicas proibidas pela censura, com mensagens que deixaram de chegar à população. Restam no Youtube e nos arquivos de museus como do MIS ou nas discotecas de emissoras de rádio algumas destas canções de sua autoria, um talento genial de criação musical e de comunicação, com uma voz fora do comum, com um estilo bem pessoal de se apresentar cantando junto ao piano. Além do mais, performático.


(No Folha Verde News, nosso blog ligado ao movimento ecológico, científico e de cidadania vamos postar dois vídeos com Taiguara cantando canções que fizeram sucesso popular antes dos seus exílios por pressão política. Na sua volta, teve que recomeçar quase do zero o seu trabalho, com apoio de músicos e de jornalistas amigos: mais tarde também, mais dados e informações na seção de comentários tanto sobre este músico fora de série como sobre outros personagens das 7 décadas de TV no Brasil que não podem ser esquecidos)


Taiguara e Eliane Potiguara

Uma de suas primeiras entrevistas

Personagem fundamental da música e da cidadania brasileira


Estamos enfocando Taiguara também na atual edição do Podcast da Ecologia, rodando trechos de áudios de composições dele e contando a sua história de vida e de luta pela liberdade. Um dos mais atuantes cineastas da nova geração do cinema brasileiro, Kleber Mendonça, de Pernambuco, homenageou e resgatou Taiguara, inclusive colocando uma de suas melhores composições - Hoje - como tema musical do filme Aquarius, longa-metragem que ganhou destaque e prêmios, mais no exterior, como aliás acontecia com as produções do movimento Cinema Novo, na época brava da Ditadura. Quem quiser conhecer mais sobre este músico (atualmente esquecido e totalmente fora do mercado) pode também consultar o livro Os Outubros de Taiguara, lançado em 2014 pela editora Kuarup. É apenas o começo de um resgate da cidadania e da criatividade maior deste músico tão importante quanto perseguido. (Antônio de Pádua Silva Padinha, ecologista, autor, editor deste blog)


O livro que resume Taiguara

Uma de suas canções que marcaram época no Brasil e sobrevivem no coração do nosso povo


MEMÓRIAS DE TAIGUARA PESSOA ATRAVÉS DE SUA FILHA MOÍNA LIMA




Segundo a memória da cantora e musicista Moína Lima, que estudou na Villa Lobos, escrevendo em sua time line no Facebook: "Em tempos sombrios de vírus e necropolítica, o que nos dá força é o amor de quem ficou e de quem partiu! A certeza de que um dia estaremos todos juntos novamente!"

Trecho 1: "Que os ouvidinhos queridos de Tajira, Poti, Moína e Luanzinho não esqueçam do samba, nem do papai. Vovô Taiguara" (1994 - bilhete aos 3 filhos e ao neto)

Trecho 2: "Não vai faltar à aula, não!
É preciso mãos, a gente trabalha melhor.
Te beijo. Te abraço. Te faço carinho. Te amo. Pai Tai."
(31 de dezembro de 1995 - Última carta dele para a Moína)



🌷 Última visita pessoal em Santa Teresa, Taiguara cantou e tocou para os 3 filhos, 1 neto, 2 genros, mãe do namorado da Tajira e ex esposa dele Eliane Potiguar a canção "Samba de Uma Nota Só" ao presentear o filho Samora com um teclado musical. Eliane tinha acabado de chegar da Índia e quis levar um conforto ao ex-marido. Nesse dia ele chorou muito sozinho com Moína quando todos foram embora e ficou apenas Moína com o marido e o neto. Chorou com palavras positivas, de medo, de arrependimentos, de ternura e no final, de muita inconformação - foi a última vez que se viram. 

Taiguara aos prantos, última imagem.  
Antes de todos chegarem, Moína chegou primeiro da praia do Arpoador. Taiguara quís o neto para brincar. Depois se sentou à mesa com o Luan no colo, abriu uma lata de ervilha e comeu, ensinando ao neto que aquele alimento era o seu preferido, fazendo gols na boquinda do menino. Últimas imagens mas jamais esquecidas porque viraram para sempre amor. 

Taiguara com certeza terá seu trabalho criativo resgatado quando este país for uma nação de verdade


Já que não dá para citar todo mundo em Sônia Braga e em Taiguara a gente homenageia os talentos brasileiros da nossa vida 

Homenagem da equipe deste blog a Taiguara e à Sônia Braga pelos 70 anos da TV no Brasil já que os dois são também partes da alma da comunicação brasileira (veja treiler de Aquarius)

https://www.youtube.com/watch?v=sEAiJShblXA

Fontes -  UOL - Youtube - Editora Kuarup - JB

                 folhaverdenews.blogspot.com


10 comentários:

  1. Mais tarde aqui nesta seção outros dados e informações sobre Taiguara, sobre a Censura na Ditadura, sobre também os 70 anos da TV no Brasil, realmente programas estão se esquecendo de profissionais fundamentais que vamos tentar resgatar aqui: aguarde e venha conferir depois, OK?

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  2. Você pode participar deste resgate sobre Taiguara e também a TV brasileira, bem como a luta pela liberdade, postando direto aqui nesta seção a sua opinião ou mensagem ou notícia.

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  3. Se preferir, envie o seu conteúdo (texto, foto, vídeo, pesquisa, arte, charge, informação) pro e-mail deste blog do movimento ecológico e de cidadania que depois vamos divulgar material, mande já para navepad@bol.com.br (Outra opção é enviar pro nosso editor padinhafranca603@gmail.com)

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  4. "Considero Taiguara tão criativo e fundamental para a música brasileira como Tom Jobim ou mais ainda, tendo em vista que ele foi tão censurado e tentaram destruir o seu trabalho de criação tão maravilhoso. Eu também tive problemas com a censura no meu trabalho em especial em TV e cinema, sei o que é isso, mas a luta pela liberdade continua hoje, como na música do querido Taiguara": comentário de Antônio de Pádua Silva Padinha, editor deste blog, ecologista, autor e cineasta. (Coloque aqui ou mande o seu comentário você também).

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  5. Segundo a memória da cantora e musicista Moína Lima, que estudou na Villa Lobos, escrevendo em sua time line no Facebook: "Em tempos sombrios de vírus e necropolítica, o que nos dá força é o amor de quem ficou e de quem partiu! A certeza de que um dia estaremos todos juntos novamente!"

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  6. "Na correria e pego de surpresa, não vou me aprofundar mas num primeiro comentário, além de concordar com este justo resgate ao talento de Taiguara, um comunicador, gostaria de somente citar alguns nomes que não podem também ser esquecidos na ainda curta história da TV brasileira. Por exemplo, entre outros, precisamos nos lembrar de pessoas da TV Cultura como Fernando Faro, Antonio Abujamra, Fernando Pacheco Jordão, Dias Gomes, Antonio Ghigonetto, Vladimir Herzog, Benedito Ruy Barbosa, Geraldo Vandré, Lima Duarte, Roberto Santos, Jão Batista de Andrade, José Paulo de Andrade, Boechat, Os Tropicalistas, Sônia Braga, gente da nova geração como Antonio de Pádua, aí deste blog, José Amâncio, Gregório Bacic, Arrigo Barnabé, Bruna Lombardi, Carlos Augusto Guga de Oliveira, Hermano Penna e toda a sua equipe da Blimp Film que ajudaram muito a expandir a TV, gente como por exemplo o músico e diretor Cláudio Guimarães Petraglia (produtor da Elis Regina), que foi um pioneiro ao criar a Rede bandeirantes, enfim, há muita muita gente, aqui um primeiro levantamento de nomes": comentário de José Antônio, de Salvador, tentando fazer uma pesquisa no tema na Universidade Federal da Bahia. (Ele informa que mandará para gente um texto, agradecemos).

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  7. "Aquela turma do Pasquim, tirando sarro bem humorado de tudo na época colaborou demais também": comenta ainda José Antônio, de Salvador (Bahia).

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  8. "Os discos de Taiguara hoje estão em catalogo, lançado pela gravadora Kuarup: www.kuarup.com.br pelo que sei ": comentário de José Nunes, Rio de Janbeiro, informando que viu a notícia no Youtube.

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  9. Já que não dá para citar todo mundo pelos 70 anos da TV no Brasil a gente neste blog e no Podcast da Ecologia homenageia Taiguara e Sônia Braga em nome de todos os talentos brasileiros, eles são partes da alma da comunicação brasileira.

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  10. "Eu tive a honra e o prazer de escrever os primeiros roteiros no Brasil de Vila Sésamo, produção de Cláudio Petráglia, direção de Antônio Abujamra, que foram praticamente a estreia de Sônia Braga na TV, realmente um talento que fala por todos nós que fazemos a comunicação brasileira": comentário de Antônio de Pádua Silva Padinha, eologista que edita para você este blog e o Podcast da Ecologia. Hoje, com carinho especial a Taiguara e à Sônia Braga, de Santo André para o mundo.

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