A infectologista Vivian Avelino Silva em seu trabalho de 10 dias no
Amapá com indígenas Wajãpi ganha destaque na mídia e surpreende positivamente ao mostrar um povo pacífico e de cultura nativa ou original mas que se defende das invasões de garimpeiros e de caçadores deste o norte do Brasil até à Guiana Francesa sendo vistos como guardiões da Amazônia: hoje longe dali no Xingu tudo mais triste com a morte do pioneiro Cacique Aritana que não resistiu à pandemia e aos desafios da atualidade
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A médica da USP em ação no Amapá...
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...na comunidade Wajãpi que tem 1.500 pessoas
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Cristiane Segatto escreveu a sua coluna para o site Uol dentro da série Viver Bem com uma emoção diferente: ela se surpreendeu com as revelações da médica infectologista Vivian Avelino Silva que conviveu, no trabalho de lutar pela saúde indígena contra o Coronavírus, por 10 dias com a comunidade indígena de Pedra Branca, no Amapá. A profissional de saúde super especializada, acostumada com a mais alta tecnologia, teve que se adaptar rapidamente aos recursos da natureza, nem sabão os índios Wajãpi tinham para a limpeza pessoal: mesmo assim, ela conseguiu evitar contaminações pela Covid-19, não houve até agora nem um caso depois da sua visita médica: "Os índios e índias passaram a usar máscaras e seguiam atentamente as instruções da gente". Ela conta que eles estavam com medo Coronavírus mesmo porque alguns dias antes havia ocorrido a morte do cacique Emyra Waiãpi e duas invasões de garimpeiros relatadas pelo Conselho das Aldeias desta etnia, estava no ar o alto nível de tensão na região no momento da visita da equipe da médica infectologista da USP e do Hospital Albert Einstein, dois mundos e culturas totalmente contrastantes, porém, o atendimento médico e todo o contato foram situações de êxito e de alegria para os índios e os profissionais de saúde que viajaram de avião até Macapá, depois, mais sete horas de estrada de terra para chegar à Pedra Branca do Amapari e realizarem o atendimento ao povo Wajãpi do Amapá. Todo o contraste de cultura e de costumes foi visto pela médica como uma oportunidade de vivenciar um desafio novo na realidade da luta contra a Covid-10.
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Cristiane Segatto colocou na mídia esta situação...
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...contando como foi o contato da equipe médica com...
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...estes índios vistos como guardiões do Amapá
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Em julho, a infectologista Vivian Avelino-Silva, professora de duas
importantes faculdades de medicina de São Paulo (USP e Albert Einstein) foi ajudar a fazer prevenção à Covid-19 e acompanhar a instalação
de uma unidade de atendimento na área indígena dos Waiãpi. Viajou a convite do
Instituto Iepé, em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena Amapá e
Norte do Pará (DSEI). Durante dez dias, ela contribuiu para o esforço de evitar que o rastro
da doença atinja os Waiãpi da mesma forma como tem vitimado outras etnias no
país. Na semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga a ação que pede medidas imediatas
do governo federal para proteger os indígenas deste vírus, o relato da doutora Vivian revela ganhos valiosos, confira alguns trechos do relato da médica de São Paulo sobre o que viu, ouvi e viveu em Pedra Branca do Amapari.
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Cultura original e muito diferente...
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...da nossa tem porém alguns pontos em comum
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"Os Waiãpi são seminômades. Ficam alguns meses em uma aldeia, fazem
roça, colhem e depois se mudam. Em geral, para uma aldeia mais distante. Por
causa dessa tradição, foi meio intuitivo para eles se afastar para aldeias mais
distantes da estrada quando começou a pandemia. A BR-210 é a via pela qual
chegam os homens brancos com Covid-19. Alguns dos indígenas têm a lembrança da grave epidemia de sarmapomdos anos 70. A população foi
dizimada. Por isso, agora eles já estavam tentando se proteger com essa
estratégia de migração".
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Agora mais ainda a aldeia Wajãpi tenta se proteger de invasões e do Coronavírus que vêm das cidades
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"Chegamos na hora certa para fazer prevenção. Eles ainda não foram tão
atingidos pela doença como outros grupos indígenas. Não há transmissão
comunitária. Os Waiãpi são cerca de 1.500 pessoas. Até o início de julho,
apenas uma família pequena havia se infectado. Todos se recuperaram. A gente fez uma orientação sobre distanciamento social e distribuímos máscaras e
testes - tanto para os agentes indígenas de saúde, quanto para a equipe que
estava lá pelo DSEI. Foi uma parceria muito importante para eles e para nós. Nunca tive uma experiência parecida. Esse grupo indígena só teve contato
com o homem branco a partir da década de 70. Moram em maloca aberta, usam
tanga, tomam banho no rio, caçam, pescam, comem a mandioca que plantam. Têm
uma cultura preservada. Fomos recebidos com muito carinho. Eles são afetuosos e sentem
confiança. Querem que a gente esteja presente para explicar o que está
acontecendo. Ouviam as nossas informações com muita atenção e interesse. Estão
com medo. E não é para menos". (Depoimentos da médica Vivian Avelina Silva)
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Apesar dos desafios da realidade há muita beleza no dia dia da etnia Wajãpi no Amapá
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Quem são os Wajãpi? - O povo Wajãpi tenta manter um equilíbrio entre seu passado e o presente de tantas mudanças. Ele é guardião de uma terra rica em ouro e ferro de cerca de 607 mil hectares, uma área equivalente a quatro cidades de São Paulo delimitada pelos rios Oiapoque, Jari e Araguari, no oeste do Amapá. Chegaram ao local depois de uma travessia épica pelo rio Amazonas. Descendentes dos Guaiapi, falantes da língua da família Tupi, os Wajãpi saíram do baixo rio Xingu, no norte do Pará, no século 18 rumo ao território hoje ocupado pelo Amapá e pela Guiana Francesa. E sempre mantiveram o estilo de vida, tradições, rituais e autonomia. Vivem da caça e da agricultura e tentam defender sua terra como podem (com arcos, flechas, lanças e até armas de fogo, estas devidamente registradas e autorizadas pela Polícia Federal, segundo eles, e contando com a ajuda de organizações governamentais e não governamentais). Em 1996 foi homologada e registrada a Terra Indígena Wajãpi, localizada entre os municípios amapaenses de Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jari, é cobiçada por garimpeiros e caçadores de peles de animais e tem sido alvo de invasões frequentes. Há meio século os Wajãpi têm uma relação conturbada e traumática com garimpeiros e mineradores. No início dos anos 1970, uma epidemia de sarampo, disseminada após contato com homens brancos, causou a morte de quase cem pessoas da tribo, adultos e crianças. Na semana passada, a morte do cacique Emyra Waiãpi e duas invasões relatadas pelo Conselho das Aldeias desta etnia colocaram em evidência o alto nível de tensão na região no momento. A visita da médica da USP e do Hospital Albert Einstein com a equipe de profissinais de saúde foi um bálsamo e momentos de oásis e de paz para eles, em meios aos desafios aqui agora da realidade no Amapá, na Amazônia, no Xingu, "onde houver povos da floresta há conflitos devido a baixaria de interesses e a falta de uma estrutura de estado que poderia harmonizar o povo da cidade com os índios das últimas aldeias, eles que deveriam ser mais respeitados porque são na verdade os pais deste país", comenta aqui por sua vez o ecologista Antônio de Pádua Silva Padinha ao editar esta matéria.
(Confira depois mais tarde, amanhã, mas informações sobre o universo Wajãpi, a realidade dos índios e da luta médica contra o Coronavírus, na seção de comentários deste blog da gente: postamos dois vídeos hoje, um da TVT sobre situações do momento destes índios do Amapá e outro da TV Cultura, Repórter Eco, documentário que dá um cenário geral da questão indígena nestes tempos difíceis da pandemia e do dia a dia da Amazônia)
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Mapa do mundo Wajãpi que sobrevive apesar dos pesares e dos conflitos para todo povo da floresta
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Fontes: Viver Bem - Uol - CIMI - ISA
folhaverdenews.blogspot.com
Depois mais tarde, amanhã, outras informações sobre o contato da médica da USP e do Albert Einstein com os índios da etnia Wajãpi que conservam um modo de vida bem diferente do povo das cidades.
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ResponderExcluirMais tarde vamos divulgar por aqui todo o material e uma atualização das informações, OK?
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