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quinta-feira, 16 de abril de 2020

MEIO AMBIENTE VERSUS CORONAVÍRUS: A CULPA NÃO É DO PANGOLIM OU DO MORCEGO MAS DOS HOMENS E DA VIOLÊNCIA DA ATUAL FORMA COM QUE NOSSA ESPÉCIE VIVE ATUALMENTE

Relação entre o meio ambiente e a pandemia: estamos aqui divulgando no blog da gente texto de Ricardo Cintra Torres de Carvalho dentro desta pauta que é superatual para todo o nosso movimento da ecologia, da ciência, da cidadania e da cultura da vida na guerra contra o Coronavírus



Cientistas confirmam: a culpa é do chamado ser humano (o animal mais violento da Terra)


O mundo parou. Os humanos estão recolhidos e amedrontados. A economia preocupa e há quem diga que o ‘day after’ será mais difícil que o dia de hoje. Digladiam-se, ao invés de convergir, os que defendem a proteção da vida (isolamento social, redução de atividades) e os que defendem a proteção da economia (continuidade das atividades econômicas, proteção do emprego e da renda, proteção do trabalhador informal). Os cientistas buscam a origem da epidemia, vacinas que evitem e remédios que curem a doença: uma febre, mal estar, tosse seca que pode evoluir para uma séria pneumonia, bloqueio dos pulmões e morte por insuficiência respiratória. 



 No seu habitat o Pangolim é um bicho tranquilo...

...e o Morcego tem lá a sua função ecológica...


Qual a relação da Covid-19 com o meio ambiente? Não tenho em mãos estudos científicos, trabalhos acadêmicos ou o necessário distanciamento, no tempo e no espaço, para um artigo de maior profundidade; mas não custa tentar entender algo do que aconteceu e do que pode acontecer a partir das entrevistas, das publicações e da incessante atividade de estudiosos e jornalistas conscientes. Este artigo não tem pretensão científica; é apenas uma colocação inicial do tema, uma reflexão nestes tempos pandêmicos. Já se sabe que a Covid-19 é causada por um vírus (os únicos organismos acelulares da Terra, seres muito simples e pequenos formados por uma cápsula proteica envolvendo o material genético). O nome vem do latim virus (fluído venenoso ou toxina) e designa os vírus biológicos e, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária. Não são células: o vírus é uma partícula sem metabolismo próprio que, para executar seu ciclo de vida, busca um ambiente que tenha o que lhe falta. Esse ambiente é o interior de uma célula que efetuará a síntese da proteína do vírus e, simultaneamente, fará a multiplicação do material genético viral; por isso são parasitas obrigatórios do interior celular, pois se reproduzem pela invasão e controle da máquina de reprodução celular. O vírus muitas vezes adere à parede da célula e ‘injeta’ o seu material genético como uma seringa, ou então entra por englobamento em que a célula ‘engole’ o vírus e o introduz no seu interior. A reprodução ocorre de duas maneiras: o vírus invade e assume o controle da célula, produz novos vírus, a célula se rompe e libera os vírus produzidos, que invadirão outras células (ciclo lítico); ou então, após a invasão o DNA viral incorpora-se ao DNA da célula infectada que continua suas operações normais; o material genético do vírus é duplicado nas células-filhas a cada mitose, causando doenças que tendem a ser incuráveis, como foi a AIDS (ciclo lisogênico).




O Sars-Cov-2 causou a Covid-19 e todo um caos na saúde e na vida socioambiental de todo o planeta


Os coronavírus são um grupo de vírus conhecido dos humanos desde a década de 1960, causa comum de infecções respiratórias brandas a graves de curta duração; nesse grupo estão os vírus SARSr-CoV, que causa a síndrome respiratória aguda grave (SARS), que apareceu em 2002 na China e se espalhou rapidamente para todos países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, infectado mais de 800 mil pessoas e SARS-Cov-2, que causa a Covid-19, a atual pandemia que até hoje já atingiu grande surto na China continental, Itália, Estados Unidos, Espanha e Alemanha, 2 milhões de vítimas fatais em todo o planeta hoje. No Brasil, 30 mil infectados, 2 mil mortes até agora. A virose se transmite de pessoa a pessoa com enorme rapidez, mas não é um vírus resistente: cede à água e sabão, a medida comuns de higiene e não sobrevive muito tempo se não for absorvido por outra pessoa.



A história e a tragédia desta pandemia passam por Morcegos...

...por Pangolins e pela violência dos homens contra a ecologia da vida

A hipótese mais provável é ter origem em Morcegos (que não adoecem dele, por causa de seu especial metabolismo), daí passou para o Pangolim (uma espécie africana, que lembra o nosso Tatu, procurado na China pelo sabor da carne e por ditas propriedades medicinais) (fala-se nele, pois os estudos indicam que a Covid-19 é 99% igual ao vírus do Pangolim), e dele para os humanos. Essa tripla passagem é rara, pois o curto espaço de vida do vírus exige que os três animais: o morcego, o pangolim e o humano, estejam junto no mesmo tempo e lugar. Aí entra o mercado de Wuhan, onde animais vivos, domésticos e selvagens de todo o mundo, ficam empilhados em engradados, um em cima do outro, de modo que os debaixo recebem os resíduos dos que estão em cima (fezes, urina, sangue, pus, seja o que for) e assim se contaminam, se algum acima carregar o vírus; e dali são comprados e consumidos por humanos. O período em que o humano é assintomático e a facilidade da transmissão explica a rápida expansão da epidemia.



Para os cientistas tudo começou desta vez lá no...

 ...mercado de animais vivos e selvagens em Wuhan


Morcegos? Zoólogos e infectologistas indicam que mudanças no comportamento humano – destruição de habitats naturais somado ao rápido movimento de pessoas no planeta – facilitou a transmissão de doenças antes circunscritas à natureza distante. Morcegos são os únicos mamíferos que voam, por isso as colonias se movimentam por uma grande área. Os vírus que neles se desenvolvem aprendem a suportar a elevação da temperatura corporal durante o voo, e por consequência acabam resistindo à febre humana (um meio de defesa), quando nos atacam. Segundo Andrew Cunningham, Professor de Epidemiologia Selvagem na Sociedade Zoológica de Londres, a transferência inter-espécies decorre da atividade humana: quando o morcego está assustado ou estressado por ser caçado, ou porque seu habitat está sendo destruído pelo desflorestamento, seu sistema imunológico enfraquece e tem dificuldade de controlar tais patógenos; a infecção aumenta e é excretada ou expelida. O stress porque passam os animais selvagens nos mercados de animais vivos como em Wuhan leva à excreção mais acentuada dos animais contaminados, que atinge animais também engaiolados, nervoso e estressados, com menor resistência. Kate Jones, Professora de Ecologia e Biodiversidade no University College London lembra o aumento exponencial do transporte de animais e que a destruição de seus habitats em troca de paisagens mais ‘humanas’ causa o contato entre animais de uma maneira anormal, que nunca aconteceu antes, ainda mais quando empilhados em gaiolas em mercados desse tipo. Interações que se continham no local onde ocorreram agora se espalham por grandes áreas. A conclusão dos dois cientistas é a seguinte: primeiro, a culpa não é dos Morcegos; segundo, a maneira com que interagimos com as outras espécies leva à disseminação pandêmica do patógeno; e o Coronavirus talvez seja o primeiro sinal claro, incontestável, de que a degradação ambiental pode matar os humanos com rapidez, e pode acontecer de novo. A destruição dos habitats é a causa, de modo que a restauração deles é a solução


A violência contra os animais e a destruição dos seus habitats na natureza na causa desta pandemia

 ...o animal mais violento da Terra


"Não é OK transformar uma floresta em agricultura sem entender o impacto que causa no clima, na concentração de carbono, na deflagração de doenças e de inundações, você não pode ver apenas a transformação da natureza sem pensar no que ela causa nos humanos", comenta ainda a ecóloga Kate Jones. E p
ara encerrar este artigo com uma nota positiva, a desaceleração da economia trazida pela pandemia fez regredir rapidamente a poluição do ar, a concentração de dióxido de carbono, a redução do ruído e uma melhoria na qualidade de vida nas cidades. É uma demonstração de que a mudança nos hábitos de consumo, a redução no uso de combustíveis fósseis e uma nova dinâmica na produção de bens e serviços pode produzir resultados duradouros e benéficos para a humanidade e, melhor ainda, para o planeta. Não desanimemos. (Texto de Ricardo Cintra Torres de Carvalho)





(Confira depois mais informações na seção de comentários deste blog da gente, no vídeo postado no Folha Verde News jovem protetor de animais, ecologista em Maringá - Paraná - youtuber fala também com precisão de repórter, assim como o Dr, Ricardo Carvalho, sobre esse tema aqui, agora)

Até crianças sabem o que vem destruindo a ecologia da nossa vida e também causando doenças como agora  a Covid-19


Fontes: Conjur - Revista Consultor Jurídico -  Google

                folhaverdenews.blogspot.com

9 comentários:

  1. Na sexta-feira, 17, atualizaremos a seção de comentários, aguarde e venha conferir depois, OK?

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  2. Você pode postar direto aqui sua opinião, pode também enviar o seu conteúdo (texto, foto, vídeo, notícia, pesquisa etc) pro e-mail do editor deste blog padinhafranca603@gmail.com e/ou também navepad@bol.com.br

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  3. Você também enfoca o ser humano como um animal violento?...

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  4. "A criação de animais selvagens era permitida, foi proibida por ocasião da epidemia SARS de 2002, também originada em um mercado de animais vivos ao sul da China, e depois liberada. Além do risco de doenças, esses mercados são um incentivo ao tráfico ilegal de espécies, inclusive a fauna protegida ou ameaçada de extinção. Foi novamente proibida por ocasião da COVID-19 e entidades de proteção lutam para tornar a proibição permanente. Há um vídeo que traz o histórico dessa evolução. Não verifiquei a fonte das informações... Este artigo não adentra eventual questão política": comentário de
    Ricardo Cintra Torres de Carvalho, no site Conjur, ele é
    desembargador do TJ-SP. Um texto de muito valor para o movimento da ecologia.

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  5. Revista Consultor Jurídico, 28 de março de 2020, 8h00
    COMENTÁRIOS DOS LEITORES LÁ
    Miguel Monico Neto (Juiz Estadual de 1ª. Instância)29
    "Excelente artigo. Direto ao ponto, o ilustre Desembargador expõe a relação entre as alterações ambientais provocadas pelo homem no planeta e a proliferação de novas doenças desconhecidas da ciência. Parabéns !!!"



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  6. gilberto adv gyn (Advogado Autônomo - Tributária)
    "Parabéns... matas, florestas, rios, riachos, entre tantas dádivas da natureza, deram espaço para a monocultura agrícola, para a atividade industrial sem controle, entre outros "progressos" tecnológicos... nem as abelhas temos mais, entre tantas espécies... posso estar errado, talvez esteja, um novo paradigma deve ser pensado e construído.... urgente": comentário também extraído da Revista Consultor Jurídico.



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  7. "As doenças transmitidas de animais para seres humanos estão em ascensão e pioram à medida que habitats selvagens são destruídos pela atividade humana. Cientistas sugerem que habitats degradados podem incitar e diversificar doenças, já que os patógenos se espalham facilmente para rebanhos e seres humanos": comentário extraído do relato do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

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  8. "Segundo pesquisas e cientistas o novo coronavírus se disseminou pelo mundo em virtude a ação destrutiva e invasora do ser humano contra a natureza. A família de coronavírus já é conhecida desde meados dos anos 1960. Geralmente, as infecções destes já conhecidos causam doenças respiratórias leves à moderada, semelhantes a um resfriado comum. Esse já causa uma doença respiratória mais grave para alguns acometidos. Com o aumento da urbanização, o coronavírus quebrou seu ciclo natural, deixou seu hospedeiro natural e alcançou o homem, cujo organismo ainda não está preparado para combatê-lo. A disseminação do vírus é resultado do consumo desenfreado, da destruição do planeta e das mudanças climáticas. Por isso a importância em buscar meios de consumo e produção mais limpa, protegendo o meio ambiente e seus recursos"> comentário de Maria Helena Santos, que nos envia matéria do blog VGResíduos.

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  9. "Sim é fundamental conter a violência contra os animais, o meio ambiente e o ser humano, mas mudar a forma de viver é algo mais a longo prazo. Esse é o meu medo, estamos com desafios que são imediatos. Aqui para vocês, resumo da matéria hoje na BBC. No ritmo atual de evolução da pandemia de covid-19 no Brasil, o volume de unidades de terapia intensiva (UTIs) disponíveis no país não seria suficiente para atender a demanda a partir da semana do dia 21 de abril.
    Essa é a projeção de um modelo matemático criado por um grupo de seis pesquisadores das áreas de Física e Medicina ligados às universidades federais de Alagoas e do Rio Grande do Norte, à Santa Casa de Maceió, ao Centro de Testagem e Acolhimento de HIV/AIDS de Itaberaba (BA) e à Escola Superior de Ciências da Saúde, em Brasília": comentário de Júlio Pereira Ribeiro, do Rio de Janeiro, dirigente de clube de lazer que se confessa estressado com a questão da saúde e do meio ambiente hoje no país.

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