Rio Tapajós
tóxico: garimpo aumenta níveis de mercúrio poluente no
rio e população sofre doenças debate o site Brasil de Fato e nosso blog de
ecologia lembra que dragas de garimpo estão também no Rio Grande
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Dragas invadem Tapajós e outros rios... |
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...cada vez mais... |
"A
gente não pode deixar de comer o peixe porque está com mercúrio. Se fosse
assim, todo mundo ia morrer de fome", lamenta descendente de índios pescando
no Rio Tapajós, falando com Luciana Console, em sua matéria para o site Brasil
de Fato que chegou por e-mail aqui no blog da ecologia e da cidadania: este rio, um dos maiores do país, é um dos locais da região
amazônica onde a atividade garimpeira de diamantes ou pedras preciosas está presente
há décadas. No entanto, a presença do garimpo no Tapajós está adoecendo as
populações por conta de um componente químico presente na extração do ouro:
mercúrio, um garimpo mais devastador e além do mais, tóxico, a lavagem para
extrair ouro da terra e pedras usa esta metal de alta toxicidade e altamente
poluidor da água, peixes e população. É o que a relata a indígena Alessandra,
liderança Munduruku na Aldeia Praia do Índio, à beira do rio.
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Rio Tapajós do povo Munduruku |
“Na frente da aldeia Sawré Muybu está cheio de draga, a gente vê uma
cena terrível quando eles mexem no fundo do rio, na barriga do rio e vão
puxando aquela lama velha, contaminando o rio cada vez mais” (Índia Munduruku).
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Um povo de paz e beleza até chegarem os madeireiros, os fazendeiros, os garimpeiros e tudo mais |
As dragas estão por aqui também
entre os Nordeste Paulista e o Sudoeste Mineiro há muitos milhares de
quilômetros da Amazônia, lá as embarcações usadas para remexer o fundo dos rios
em busca de minerais, o ouro, principal procura na região. A pescadora indígena
fala sobre o aumento da quantidade da embarcações do tipo no
rio, apontando maior atividade garimpeira no Tapajós. Ela também conta que
os efeitos do rio contaminado já são sentidos pela população da aldeia e cita
maior ocorrência de abortos espontâneos e crianças indígenas com problemas de
memória.
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Draga no Rio Grande |
De acordo com o neurocirurgião Erik Jennings, que trabalha em Santarém e
atende diretamente à população da região do Tapajós, a intoxicação acontece por
conta do metilmercúrio, versão venenosa do mineral e com capacidade de
atravessar a membrana celular dos organismos. Neste sentido, os peixes do
Tapajós se contaminam ao se alimentar das algas do rio e assim o metilmercúrio
chega até o homem. O peixe é o principal alimento das populações ribeirinhas. "A garimpagem ilegal é uma grande vilã porque ela mexe o fundo dos
rios e é isso que aumenta o nível de mercúrio. Porque a garimpagem ilegal
derruba a floresta, faz crateras no solo e nessas crateras eles usam bico
de jato, furam a terra com enormes mangueiras, pressão de água. Isso vai
removendo o solo e colocando disponível pro meio ambiente, o próprio mercúrio
que estava ali quietinho inorgânico e não venenoso. Aí sim ele vira o
metilmercúrio venenoso”, afirma Dr. Erik Jennings.
Esta explicação do médico é confirmada
por um estudo realizado
na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). A pesquisa, de
autoria da bióloga Heloísa de Moura Meneses, aponta que o solo amazonense é
naturalmente composto por mercúrio. Porém, é a intervenção humana, através do
garimpo, do desmatamento, das hidrelétricas e queimadas, que fazem com que haja
o desequilíbrio. E o metilmercúrio, veneno tóxico. Pesquisas mostram níveis intoleráveis de mercúrio ali no Rio Tapajós e em outros rios da região amazônica desde a década de 80 e agora, muito mais.
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Ele faz parte também do Rio Tapajós |
A região do Tapajós é a que mais concentra garimpo ilegal em
toda a Amazônia, segundo o coordenador de Fiscalização do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), André Alamino. Ele também
lamenta que as ações de combate e fiscalização são dificultadas por conta da desmobilização do aparelho ambiental do governo, do extenso território e da dificuldade de acesso às regiões, muitas vezes
alcançadas somente por helicópteros. Neste sentido, o financiamento das
entidades que combatem crimes ambientais seria fundamental. Alamino explica que
focos de desmatamento podem ser vistos como os principais indícios de atividade garimpeira.
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Desmatamentos anunciam a chegada dos garimpos... |
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...inclui também queimada e derrubada das matas |
(Confira depois vídeo do Deutsche Welle (DW) neste blog sobre índios Munduruku no Rio Tapajós indo à luta pelas suas terras, sobrevivência e cultura nativa, entre na seção de comentários aqui deste webpágina, que depois editaremos para ampliar as informações sobre este tema de hoje, OK?)
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Garimpos também mudando ecologia,mapa e... |
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...vida dos rios e matas não só da Amazônia |
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Sinal de que temos que ir à luta mais e rápido antes do caos das águas e dos peixes ou do povo dos rios |
Fontes: Brasil de Fato –
Superinteressante – DW
folhaverdenews.blogspot.com
Aguarde e venha conferir mais tarde, comentários e mais informações aqui nesta seção.
ResponderExcluirVocê pode (e deve) participar, coloque aqui sua opinião, se preferir ou precisar mande o conteúdo pro e-mail do editor deste blog que aí postamos aqui para você, mande então para padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Tinha visto umas fotos no site Hypeness e agora vi post no Facebook, vim conferir esta matéria superlegal aqui, se bem que muito triste": o 1º comentário que recebemos no blog hoje, é de Maura Baptista, de São Paulo, executiva. Mande ver também sua opinião.
ResponderExcluir“A gente tem um setor de monitoramento que identifica polígonos de desmatamento, só que ele é um alerta, eu não sei exatamente o que tem lá. Então tem que fazer essa constatação de campo. Eu preciso que uma equipe física vá no local e confirme o que está acontecendo ali”, comentário de André Alamina. coordenador de Fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
ResponderExcluir"Um recente laudo da Polícia Federal do Pará também confirma a alta presença de atividade garimpeira no Tapajós. Segundo os dados, de setembro de 2018, são lançados no rio 7 milhões de toneladas de sedimento por ano oriundos do garimpo ilegal. As informações fazem parte de uma investigação da PF sobre lavagem de dinheiro envolvendo garimpos clandestinos de ouro na bacia do Tapajós": comentário de Luciane Console, jornalista, no site Brasil de Fato.
ResponderExcluir"Uma pesquisa feita na Universidade Federal do Pará em 2014 aponta que no município de Itaituba, no sudoeste do estado e uma das cidades alvo da operação da PF, houve um aumento na concentração média de mercúrio na população local, cujo consumo de peixe era mais frequente, em dois anos analisados. O resultado mostra um índice acima da tolerância estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 6µg de mercúrio por grama. As análises foram feitas com amostras de cabelo. Outra pesquisa, datada de 2010, também já indicava contaminação pelo mercúrio das populações ribeirinhas de Itaituba, Pará": comentário de Erik Jenning, médico, que atua na região de Santarém (PA).
ResponderExcluir"Boa matéria e vídeo bom demais, desta forma este blog cumpre a sua missão de informar nosso movimento da ecologia e da cidadania como andam as lutas da gente, seja aqui nas cidades ou nas florestas": comentário de Renato Cardoso, que está em Ribeirão Preto, visitando a USP e a região, ele que é TI em São Paulo. O blog agradece seu comentário, paz aí.
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