José
Eustáquio Diniz Alves escreve direto no site EcoDebate, é ligado à ENCE e ao
IBGE, comenta que enquanto a Austrália cresce há 30 anos e hoje tem o 3º IDH do
planeta, o Brasil não engrena, mas também há semelhanças entre os dois países com
muitos recursos naturais e portanto ambos podem ter boa chance de futuro: na
diferença, podemos encontrar o rumo pro nosso país quem sabe nos próximos anos
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| O IDH faz muita diferença |
“A
Austrália e o Brasil são dois países continentais, mas com grandes contrastes
demográficos e econômicos. A Austrália tem um território de 7,7 milhões de km2
e apresentava uma população de 25 milhões de habitantes em 2018. O Brasil tem
um território de 8,6 milhões de km2 e uma população de 208 milhões de
habitantes em 2018. A densidade demográfica da Austrália é de apenas 3,2
hab/km2 e do Brasil de 25,2 hab/km2. Em
termos econômicos, a Austrália tem cerca de 30 anos de crescimento relativamente
alto e contínuo do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Brasil apresentou 5
anos de recessão e um crescimento baixo do PIB, entre 1990 e 2020, segundo
dados do FMI. O gráfico abaixo mostra que a Austrália só vivenciou uma recessão
(moderada) em 1991. Na média, a Austrália cresceu a 3,1% ao ano durante 30
anos, enquanto o Brasil cresceu em média apenas 2,3% ao ano, no mesmo período. Em termos de renda per capita o contraste é
ainda maior. O gráfico abaixo mostra que o Brasil é um país de renda per capita
média e que apresentou um crescimento pequeno entre 1990 e 2010 e uma
estagnação entre 2010 e 2020. Já a Austrália já era um país de renda alta em
1990 e manteve o crescimento nos 30 anos seguintes”.
Continua a
comparação e as informações sobre Brasil e Austrália feitas pelo Dr. José Eustáquio Diniz Alves, confira na sequência
“A renda per capita da Austrália era
de US$ 29,1 mil (em poder de paridade de troca – ppp na sigla em inglês) em
1990 e passou para US$ 46,5 mil em 2018, devendo chegar a US$ 47,8 mil em 2020.
No Brasil, a renda per capita era de US$ 10,5 mil em 1990, passou para US$ 14,4
mil em 2018 e deve chegar a US$ 14,9 mil em 2020. A Austrália tinha uma renda
per capita 2,7 vezes a Brasileira em 1990 e deve acançar 3,2 vezes em 2020. O
Brasil ficou mais pobre, relativamente, quando comparado com a Austrália no
espaço de três décadas. A Austrália
parece desmentir a máxima que diz que as recessões periódicas são inevitáveis,
semelhante ao sol que nasce e se põe, ou como as marés num indo e vindo
infinito. Em geral a economia se expande por cerca de uma década e depois se
contrai. Mas no maior país da Oceania, a atual expansão do país está chegando
próximo ao aniversário de 30 anos e tem sido a expansão mais longa da história
moderna, levando alguns comentaristas a falar em “economia milagrosa. Na verdade a Austrália contou com
estabilidade econômico-política, localização geográfica e com políticas
públicas capazes de enfrentar os ciclos econômicos como a crise asiática do
final da década de 1990 e a grande recessão mundial gerada a partir da quebra do
banco Lehman Brothers, em 2008. A primeira característica é que a Austrália
sempre teve inflação baixa e não passou por uma situação de endividamento das
famílias e nem crise séria do setor imobiliário (suprime). Combateu
corretamente as recessões com políticas fiscais e monetárias adequadas. Apesar
de ter uma população pequena e taxas de fecundidade abaixo do nível de
reposição, o país se abriu à imigração e mais de um quarto dos australianos
nasceram no exterior, o dobro da taxa nos Estados Unidos ou na França. A
Austrália também se beneficiou de estar em uma região geográfica de rápido
desenvolvimento, próximo ao Vietnã, Indonésia, Filipinas e especialmente da
China. O comércio entre a China e a Austrália aumentou dez vezes nos anos 2000,
além de contar com investimentos chineses de alto vulto. Por fim, a Austrália
investiu muito em educação e saúde e possui o 3º maior IDH do mundo (0,939 em
2017)”.
O baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) do Brasil trava nosso avanço na opinião deste especialista respeitado por aqui e em todo o planeta
“Já o Brasil optou por enfrentar a crise de 2008/09 com políticas de estímulo fiscal expansionistas sem criar as bases de sustentação da dívida e sem garantir investimentos adequados em termos de custo/benefício. Tendo baixas taxas de poupança e investimento, o Brasil não conseguiu incrementar a produtividade dos fatores de produção e gerou um desequilíbrio fiscal que só se agravou com a mais profunda e longa recessão da história tupiniquim (2014-2016). O Brasil vive a sua segunda década perdida e está preso na armadilha da renda média. Tudo indica que a distância entre a Austrália e o Brasil vai aumentar ainda mais nas próximas décadas” (José Eustáquio Diniz Alves).
Fontes: ecodebate.com.br – folhaverdenews.blogspot.com






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ResponderExcluir"Tirando o futebol e mais um ou outro setor secundário, o Brasil perde em quase tudo para a Austrália, muito boas as análises e dados deste grande mestre brasileiro de demografia, de economia, já vi também no EcoDebate alguns artigos dele sobre meio ambiente": comentário de Rodolfo de Araújo, de São Paulo, engenheiro civil.
ResponderExcluir"A Austrália é o Brasil que deu certo? Este conceito é muito citado por brasileiros e por australiano. Fazem provavelmente essa afirmação por diversos motivos: ambos os países foram colonizados, estão no hemisfério sul e tem climas e belezas naturais parecidas. Só que a Austrália também é conhecida mundialmente pelo seu alto desenvolvimento e todos os anos milhões de pessoas de todas as partes do mundo fazem planos para mudar-se para aquele país, isso mostra bem que existe um fundamento nesta afirmação": comentário de Alano Queiroz, médico, ortopedista, ligado também ao site Hora Extra.
ResponderExcluir"Mas por que a Austrália evoluiu tanto enquanto o Brasil ficou para trás? Creio que a diferença de desenvolvimento entre os dois países se dá principalmente por razões econômicas, ou nem tanto. É importante lembrar que tanto o Brasil como a Austrália são primordialmente exportadores de matéria-prima (commodities). Bem a grosso modo, soja e carne no primeiro e carvão e gás natural no segundo. A única diferença que nosso irmão da Oceania adotou os princípios do liberalismo. A Austrália, diferente do Brasil, adota uma economia livre que reduziu a pobreza e expandiu a oferta de empregos até para os menos qualificados. O mercado aquecido e competitivo por ter poucas burocracias e impostos deu direitos incríveis ao empregado. Se ele está de saco cheio de seu patrão, pode pedir demissão porque sabe que terá um emprego garantido no outro lado da rua. A taxa de desemprego no país paradisíaco não passa de 6%, enquanto no Brasil estamos em 13%": comentário também do médico Alana Queiroz, que elogia este texto de José Eustáquio Diniz Alves, postado aqui no blog da gente.
ResponderExcluir"A facilidade de ganhar dinheiro empreendendo no país permite muitas vezes que o salário de um profissional, recém saído da faculdade não seja muito diferente de um faxineiro, um garçom ou porteiro": comenta Aurélio Santos, que trabalhou por 5 anos como entregador de pizza em Sidnei e voltou ao Rio de Janeiro recuperado em sua vida financeira, "voltei só para cuidar da minha família, pretendo enviar meus filhos para estudarem lá".
ResponderExcluir"O Estado enxuto faz a Austrália ter pouca corrupção. Os políticos e servidores públicos australianos por não terem privilégios como no Brasil, não tem como vender facilidades para empresários, amigos e familiares. A cidadania hoje em dia faz também a diferença": comentário de Helena Bastos, do Rio de Janeiro, que está pesquisando sobre a Austrália com o objetivo de montar uma agência de turismo ao Brasil lá.
ResponderExcluir"Em média os australianos vivem 8.7 anos a mais do que os brasileiros. No Brasil você tem cerca de 25 vezes mais chances de ser assassinado do que na Austrália. O australiano ganha em média 72% a mais que o brasileiro. Acho que esses dados definem a polêmica, realmente o Brasil só perde na comparaçaão": comentário de Júlio José Silveira, de Vitória, Espírito Santos, que atua com importação e exportação.
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