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sábado, 30 de março de 2019

AUMENTOU EM 54% DESMATAMENTO NA BACIA DO XINGU NOS DOIS PRIMEIROS MESES DE 2019: 170 MIL ÁRVORES DERRUBADAS POR DIA NA MACRORREGIÃO

O Instituto Socioambiental (ISA) informa que as áreas desmatadas foram detectadas pelo Sirad X, sistema que monitora o desmatamento nesta região da Amazônia cada vez mais problemática em termos de clima e de ambiente com a derrubada agora de mais de 10 milhões de árvores



Esta situação exige medidas do Ministério do Meio Ambiente


Nosso blog recebeu por e-mail matéria de Ana Maria sobre a bacia do Rio Xingu, onde a destruição da vegetação nativa nos dois primeiros meses de 2019 superou em 54% o desmatamento no mesmo período em 2018. Em média, 170 mil árvores foram derrubadas por dia, destaca a manchete hoje no site Envolverde, portal Carta Capital. Nos dois primeiros meses do ano, mais de 8.500 hectares de floresta, o equivalente a 10 milhões de árvores, foram derrubados na macrorregião do Xingu. O avanço da agropecuária, grilagem, focos de garimpo, invasões de terras indígenas e abertura de estradas ilegais explicam esses índices, que superaram a expectativa mais pessimista do movimento ecológico, científico e de cidadania de olho no que acontece por lá, levando em conta que entre janeiro e fevereiro do ano passado haviam sido detectados 5 mil hectares de floresta, agora em 2019, 8.500 hectares no chão a dano da ecologia brasileira. 

 Sirad detectou desmatamentos em toda macrorregião

No lado matogrossense da bacia do Xingu, essa porcentagem atingiu 204%, impulsionada por três municípios: Santa Carmem, com 1.119 hectares e Feliz Natal, com 755 hectares. Em União do Sul, os 1.139 hectares de floresta destruídos apenas nestes dois primeiros meses de 2019 representam 30% de tudo o que foi desmatado ao longo de todo o ano de 2018. 

Um rombo de 10 milhões de árvores em 2 meses

O "avanço" do desmatamento no Xingu só não foi maior ainda graças apenas à natureza, no caso, devido às fortes chuvas em dezembro, algo que levou a uma redução no desmate em Terras Indígenas (TIs) em comparação com os últimos meses de 2018. O aumento dos índices em relação ao ano anterior, no entanto, é significativo: em janeiro, a destruição da floresta cresceu 221% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já em fevereiro, a taxa atingiu 361% a mais do que o detectado em 2018.


Garimpos ilegais também complicam a situação

TI Ituna/Itatá, no Pará, foi a mais desmatada nos dois primeiros meses do ano, com 453 hectares. Nesse período foi detectada uma estrada no interior da TI, que se espalhou criando ramificações e segue em direção à vizinha TI Koatinemo, do povo Assurini. O ramal, localizado no meio da floresta, provavelmente está sendo utilizado por grileiros e madeireiros. A abertura de uma estrada para retirada ilegal de madeira na região é algo sem igual na história da destruição florestal da região. 

As Terras Indígenas são uma última reserva da ecologia

O desmatamento na Terra Indígena Ituna/Itatá, no Pará, foi criticado e lamentado em todo o planeta também por pesquisadores e por ecologistas de todo o Brasil, Juan Doblas – ISA também documentou estrada ilegal que ameaça sobrevivência de índios isolados.

Desmatamento cresce a dano da ecologia e da economia do país agredindo também e até habitat de povos indígenas isolados

(Confira na seção de comentários deste nosso blog de ecologia e de cidadania mais informações e outros detalhes desta situação, por exemplo, só a expectativa da construção da Estrada de Ferro 170, conhecida como Ferrogrão, já faz aumentar o desmatamento também por lá na região oeste do Mato Grosso)
Câncer do desmatamento cresce na região do Xingu


Fontes: ISA – Envolverde -  folhaverdenews.blogspot.com

7 comentários:

  1. "O território é uma área com restrição de uso, que impede a circulação de não-indígenas e destina seu uso exclusivo aos grupos de índios isolados que ali vivem. Em 9 de janeiro, uma Portaria renovou a restrição de uso da área por mais três anos. Apesar disso, foi constatada a inscrição de CAR em dezenas de propriedades dentro da área interditada, que muitas vezes se sobrepõe. Algumas áreas dentro da TI chegam a ter cinco registros, o que indicaria que o território está sendo disputado por vários grupos de grileiros": comentário de Ana Maria na matéria do Envolverde, Carta Capital.

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  2. "Esta Terra Indígena em foco fica a menos de 70 quilômetros do sítio Pimental, que é o principal canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, a destruição da floresta vem aumentando exponencialmente desde 2011, início da construção da usina. A implantação de um plano de proteção à Tis é uma condicionante de Belo Monte, mas nunca foi integralmente cumprida": comentário do ISA sobre a situação na Bacia do Xingu.

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  3. Logo mais, em nova edição de comentários, mais dados e uma atualização, você pode colocar direto aqui a sua informação ou mensagem ou opinião, se preferir ou precisar, envie o conteúdo pro e-mail deste blog que a gente então posta aqui nesta seção para você, mande para navepad@netsite.com.br

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  4. Vídeos, como esta hoje no blog da Folha de SP, bem como todo material de informação ou sugestão de matérias, por exemplo, você pode também enviar diretamente pro e-mail do editor do blog padinhafranca603@gmail.com

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  5. "A expectativa da construção da Estrada de Ferro 170, conhecida como Ferrogrão, vêm aquecendo o mercado de terras na região oeste do Mato Grosso. No ano passado, 17.685 hectares foram desmatados nos municípios de Cláudia, Feliz Natal, Marcelândia, União do Sul e Santa Carmem, todos na área de influência do projeto. Em União do Sul, município campeão de desmatamento em fevereiro, foram produzidos mais de 196 mil toneladas de soja em uma área de 59 mil hectares, segundo dados do IBGE/2017": comentário que acompanha fotos de Juan Doblas para este relatório do ISA.

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  6. "É um absurdo a falta de gestão ambiental no Brasil, nosso governos estão deixando (por outros interesses ou então por incompetência) acontecer a destruição da ecologia das nossas florestas, o que agravará o caos do clima e do ambiente em nosso país": comentário de Artur Rui Santos Ribeiro, de Salvador, que está se preparando para fazer mestrado em Biologia na Universidade da Bahia.

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  7. "Até quando vai continuar o ecocídio da natureza no Brasil? Não aguento mais e deixa a pergunta no ar": comentário também de Artur Rui Santos Ribeiro, que nos envia uma série de notícias sobre ameaças à Biodiversidade no Nordeste do país. A gente agradece e vamos divulgar. Paz aí.

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