“Não mexam com a floresta”, escreve Alexandre Mansur no blog ligado à
agência de causas O Mundo Que Queremos,
o seu texto é ilustrado com uma foto de Marcelo Camargo que mostra criança que vive em comunidade ribeirinha no Amazonas de coletar castanha, borracha e óleos
vegetais, sem destruir a natureza, mantendo a floresta em pé. Ele também divulga
o levantamento feito pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da
Amazônia (Imazon), comentando que “a pesquisa de opinião demonstra que os brasileiros de todas as regiões do país defendem a
integridade e até a expansão das áreas de preservação da Amazônia”. Mansur
acrescenta ainda que “O país pode estar polarizado. Mas, quaisquer que
sejam as diferenças ideológicas, de visão política ou de região onde moram, os
cidadãos têm em comum sua visão de orgulho pela riqueza natural do Brasil”.
Aqui, um resumo da pesquisa do Imazon - Uma sondagem feita pela
organização de defesa do consumidor ReclameAqui,
para o Imazon revela que cidadãos e
cidadãs de várias regiões brasileiras condenam também ataques recentes às áreas
de conservação. A pesquisa foi realizada assim: foram convidados todos os
usuários cadastrados nesta agência (cerca de 20 milhões de usuários no total do
cadastro) a responderem um questionário com oito perguntas. Entre 26 de outubro
e 4 de novembro agora foram recolhidos 4.294 questionários integralmente pela Internet.
As pesquisas foram feitas por região do país, porque há o entendimento que a
visão ambiental varia de um lugar para o outro. Os resultados mostraram que,
embora os brasileiros em geral apoiem a conservação da Amazônia, quem mora na
própria região Norte tem uma perspectiva diferente (talvez porque convive mais
diretamente com áreas nativas). Metade dos questionários são de pessoas que
conhecem e usam parques e unidades de conservação em todas as regiões. Já
visitou algum parque nacional ou estadual? Quase 50% dizem que sim no Sudeste,
entre os nordestinos, 40% de repostas afirmativas. Em todas as regiões
brasileiras, muito, muito pouca gente teve condição ou oportunidade de conhecer
ao vivo florestas da Amazônia, uma minoria, diante do custo e dos limites
atuais do Ecoturismo no país.
Em geral, a maioria dos
entrevistados apoiam a existência das Unidades de Conservação. Sobre as áreas
preservadas na Amazônia, a maioria fora da região Norte (83% no Centro-Oeste,
87% no Nordeste, 88% no Sudeste e 82% no Sul) acham que a região não está
devidamente protegida e que se precisa reservar mais áreas de conservação.
Entre os que acham que a Amazônia tem áreas protegidas em excesso e que falta
terra para produção, a maior proporção está no Centro-Oeste, com 5%, e a menor
no Sudeste, com 4%. A resposta é diferente na própria região Norte, onde 65% opinam
que é preciso proteger mais ainda, 18% dizem que há área suficiente protegida e
lá ainda 17% acreditam que falta terra para produção. Computando tudo, a
maioria em todas as regiões acha que é preciso preservar mais. Os entrevistados
apoiam a existência das Unidades de Conservação em sua maior parte, discordam que
o Brasil proteja mais do que deve e não acreditam que falte terra para
produção. (Neste ponto, vale lembrar que outras pesquisas já mostraram que já
há terras suficientes para ampliar a agricultura e a pecuária, não sendo necessários
desmatar mais nada, nem mesmo um alqueire mais de matas, como divulgou a
campanha do Greepeace, Desmatamento
Zero).
Na região Norte, 88% responderam
que os parques da Amazônia são “patrimônio público que conserva a floresta, os
rios, a biodiversidade, as chuvas e têm potencial para o turismo”. Apenas 12%
optaram pela afirmação que são “terra improdutiva que poderia ser usada para
agricultura, pecuária, gerando empregos e alimentos”. Nas outras regiões, o
apoio é ainda maior. Cerca de 95% acham que os parques são patrimônio público
que conserva as florestas. E apenas 5% dizem que são terra improdutiva. Sobre
os invasores das Unidades de Conservação, 62% no Norte e 66% no resto do país pensam
que sejam “latifundiários que querem se apropriar do patrimônio público para
enriquecer mais”. Apenas 9% no Norte, 7% no Sudeste e Nordeste, 4% no Sul e
Centro-Oeste admitem que as pessoas “fazem isso porque precisam de terra para
produzir e alimentar sua família”. Para 95% dos que responderam a esta
pesquisa, quando um grupo de pessoas ocupa terras públicas protegidas na
Amazônia (para tirar madeira ou criar bois) eles estão se apropriando de um bem
do povo brasileiro para 95% de quem responde na região Norte e de 97% a 98% de
quem responde nas outras regiões. Só 5% na região Norte e 2% a 3% nas outras
regiões acham que essas ocupações são vistas como justiça social (usar uma
terra improdutiva para subsistência).
Quem representa a maior ameaça
para a preservação? - "Os grandes latifundiários gananciosos” são os culpados para a
maioria: 55% no Norte, 62% no Sul, 64% no Nordeste e Sudeste e 68% no
Centro-Oeste. Os “interesses estrangeiros” levam a culpa para 22% no
Centro-Oeste, 25% no Sul e Sudeste, 27% no Nordeste e 30% no Norte. “Populações
pobres com falta de opção para produzir” levam a responsabilidade para 6% no
Centro-Oeste, 7% no Nordeste, 8% no Sul e Norte, 9% no Sudeste. Ao contrário do que muita gente supõe,
a maior parte da Amazônia é terra pública. Pesquisadores do Imazon (com base em dados federais e
estaduais) estimam que 18% das terras são privadas, 30% estão indefinidas (podem ou não ter títulos válidos), e os outros 52% definitivamente são
patrimônio público. A maioria da população acha que essas áreas públicas devem
continuar com florestas. Entre os entrevistados de todas as regiões, de 1% a 2%
acham que essas terras devem ser “loteadas e vendidas para produtores rurais”.
Cerca de 17% na região Norte e 7% no resto do país acreditam que essas terras
devem ser “usadas para geração de renda a partir de produtos da floresta”. O
restante dos entrevistados – a maioria em todas as regiões – acha que essas
florestas devem ser mantidas intocadas e apenas para uso turístico ou sustentável.
Pedro Paulo Diniz é um empresário que se dedica a alimentos orgânicos e acredita no uso sustentável dos recursos naturais |
Sinal de
alerta para empresários e políticos - Segundo comentou Alexandre Mansur
em seu blog, postado no site Exame da
Editora Abril, “está claro o sinal para
o setor produtivo e para o poder público. As empresas que desejam manter boa
reputação diante dos consumidores, fornecedores e investidores devem manter
distância de grupos envolvidos em invasões de terras públicas ou de grupos
mobilizados para reduzir Unidades de Conservação. Não pega bem. Isso é
especialmente crítico para negócios com cadeia de valor na Amazônia, como
pecuária, madeira ou soja. Também é mais seguro garantir que não há ilegalidade
na cadeia de suprimento. Principalmente uso irregular de recursos em terras
públicas de conservação, como madeira roubada de terra indígena ou carne de
bois criados ilegalmente em alguma Unidade de Conservação imprópria para esse
fim. Para o poder público, o recado é que a população quer ajuda para proteger
– e até expandir – as áreas preservadas. Existem várias formas de gerar riqueza
e empregos de forma sustentável na Amazônia”.
Fontes: exame.abril.com.br - Greenpeace - Agência Brasil
folhaverdenews.blogspot.com
"Os entrevistados neste levantamento do Imazon apoiam a existência das Unidades de Conservação. Não acham que o Brasil protege mais do que deve nem acreditam que falta terra para produção. Até o contrário": comentário de Alexandre Mansur, no blog ligado à agência de causas O Mundo Que Queremos.
ResponderExcluir"É curioso notar o tamanho do fantasma do interesse estrangeiro, quando se considera que os grandes grileiros (ladrões de terra pública), traficantes de madeira e especuladores denunciados pelo Ministério Público ou flagrados pela polícia ou Ibama são brasileiros. Em geral, as grandes empresas estrangeiras têm receio de entrar na terra sem lei da Amazônia. Isso acaba por reduzir oportunidades de investimento para um desenvolvimento sadio na região": comentário na matéria do site da revista Exame, da Abril, sobre esta pesquisa feita pela organização de defesa do consumidor ReclameAqui, para o Imazon.
ResponderExcluirLogo mais, mais comentários, em nova edição desta seção e você pode por aqui direto a sua opinião, se preferir, envie um e-mail pro blog da gente que aí posatamos aqui a sua mensagem, mande para navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirVídeos, fotos, material de informação,sugestão de matérias, você pode também enviar diretamente pro e-mail do nosso editor de conteúdo neste blog padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Realmente, se trata dum assunto muito atual e alguns pontos desta pesquisa patrocinada pelo respeitado Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon, são surpreendentes até para quem acompanha direto esta temática": comentário de Joana Linhares, professora universárta, formada pela Unesp de Araraquara em Geografia.
ResponderExcluir"Este levantamento do instituto Imazon precisa ser levado em conta pelas autoridades governamentais do Brasil nesse momento de transição entre os governos de Michel temer e de Jair Bolsonaro porque dimensiona exatamente o desafio mas também o potencial positivo do meio ambiente": comentário de Rose Farias Silva, de Pernambuco, produtor cultural que se formou em Biologia pela PUC de Minas Gerais. "Atuo em outro setor creio que exatamente pela falta do enfoque certo que nosso país dá à questão ecológica".
ResponderExcluir"O blog do Alexandre Mansur, o trabalho com alimentos orgânicos do Pedro Paulo Diniz, são sinais de vida em meio à escuridão em que está o meio ambiente brasileiro. Todo dia acesso o Folha verde News, que sempre tem alguma informação importante para este setor": Jerônimo Ribeiro, a quem agradecemos a menção elogiosa do nosso blog, ele se formou e se especializou em Economia Ecológica na FGV.
ResponderExcluir"Acredito que a Economia Ecológica deveria ser a prioridade da gestão pública num país como o nosso, com tantos recursos naturais e uma chance de mudar e de avançar a sua estrutura": comentário também de Jerônimo Ribeiro, de São Paulo.
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