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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A MAIORIA DAS PESSOAS DE TODAS AS REGIÕES DO PAÍS CONSIDERAM MUITO IMPORTANTE PRESERVAR A NATUREZA DO BRASIL

Pesquisa do instituto Imazon resume dados sobre este tema da hora e o blog de Alexandre Mansur discute detalhes deste levantamento. Aqui no Folha Verde News a gente hoje abre o nosso webespaço para estas informações e comentários que estão divulgados também no site Exame da Abril, bem como nas redes sociais (estão em posts de ativistas de vários setores e postagens do movimento ecológico, científico e de cidadania): este levantamento divulgado aqui hoje é essencial para todos os que buscamos o desenvolvimento sustentável, algo capaz de equilibrar os interesses econômicos com a preservação do meio ambiente, um enfoque superimportante na realidade agora



Esta pesquisa de opinião pública mostra o que o povo pensa da nossa natureza



“Não mexam com a floresta”, escreve Alexandre Mansur no blog ligado à agência de causas O Mundo Que Queremos, o seu texto é ilustrado com uma foto de Marcelo Camargo que mostra criança que vive em comunidade ribeirinha no  Amazonas de coletar castanha, borracha e óleos vegetais, sem destruir a natureza, mantendo a floresta em pé. Ele também divulga o levantamento feito pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), comentando que “a pesquisa de opinião demonstra que os brasileiros de todas as regiões do país defendem a integridade e até a expansão das áreas de preservação da Amazônia”. Mansur acrescenta ainda que “O país pode estar polarizado. Mas, quaisquer que sejam as diferenças ideológicas, de visão política ou de região onde moram, os cidadãos têm em comum sua visão de orgulho pela riqueza natural do Brasil”.




Alexandre Mansur postou esta foto de Marcelo Camargo para ilustrar esta pesquisa


Aqui, um resumo da pesquisa do Imazon -  Uma sondagem feita pela organização de defesa do consumidor ReclameAqui, para o Imazon revela que cidadãos e cidadãs de várias regiões brasileiras condenam também ataques recentes às áreas de conservação. A pesquisa foi realizada assim: foram convidados todos os usuários cadastrados nesta agência (cerca de 20 milhões de usuários no total do cadastro) a responderem um questionário com oito perguntas. Entre 26 de outubro e 4 de novembro agora foram recolhidos 4.294 questionários integralmente pela Internet. As pesquisas foram feitas por região do país, porque há o entendimento que a visão ambiental varia de um lugar para o outro. Os resultados mostraram que, embora os brasileiros em geral apoiem a conservação da Amazônia, quem mora na própria região Norte tem uma perspectiva diferente (talvez porque convive mais diretamente com áreas nativas). Metade dos questionários são de pessoas que conhecem e usam parques e unidades de conservação em todas as regiões. Já visitou algum parque nacional ou estadual? Quase 50% dizem que sim no Sudeste, entre os nordestinos, 40% de repostas afirmativas. Em todas as regiões brasileiras, muito, muito pouca gente teve condição ou oportunidade de conhecer ao vivo florestas da Amazônia, uma minoria, diante do custo e dos limites atuais do Ecoturismo no país.


 Ecoturismo como em Foz do Iguaçu visto como positivo


Em geral, a maioria dos entrevistados apoiam a existência das Unidades de Conservação. Sobre as áreas preservadas na Amazônia, a maioria fora da região Norte (83% no Centro-Oeste, 87% no Nordeste, 88% no Sudeste e 82% no Sul) acham que a região não está devidamente protegida e que se precisa reservar mais áreas de conservação. Entre os que acham que a Amazônia tem áreas protegidas em excesso e que falta terra para produção, a maior proporção está no Centro-Oeste, com 5%, e a menor no Sudeste, com 4%. A resposta é diferente na própria região Norte, onde 65% opinam que é preciso proteger mais ainda, 18% dizem que há área suficiente protegida e lá ainda 17% acreditam que falta terra para produção. Computando tudo, a maioria em todas as regiões acha que é preciso preservar mais. Os entrevistados apoiam a existência das Unidades de Conservação em sua maior parte, discordam que o Brasil proteja mais do que deve e não acreditam que falte terra para produção. (Neste ponto, vale lembrar que outras pesquisas já mostraram que já há terras suficientes para ampliar a agricultura e a pecuária, não sendo necessários desmatar mais nada, nem mesmo um alqueire mais de matas, como divulgou a campanha do Greepeace, Desmatamento Zero).

Arte de Krischner Franzi sobre o povo do Brasil


Na região Norte, 88% responderam que os parques da Amazônia são “patrimônio público que conserva a floresta, os rios, a biodiversidade, as chuvas e têm potencial para o turismo”. Apenas 12% optaram pela afirmação que são “terra improdutiva que poderia ser usada para agricultura, pecuária, gerando empregos e alimentos”. Nas outras regiões, o apoio é ainda maior. Cerca de 95% acham que os parques são patrimônio público que conserva as florestas. E apenas 5% dizem que são terra improdutiva. Sobre os invasores das Unidades de Conservação, 62% no Norte e 66% no resto do país pensam que sejam “latifundiários que querem se apropriar do patrimônio público para enriquecer mais”. Apenas 9% no Norte, 7% no Sudeste e Nordeste, 4% no Sul e Centro-Oeste admitem que as pessoas “fazem isso porque precisam de terra para produzir e alimentar sua família”. Para 95% dos que responderam a esta pesquisa, quando um grupo de pessoas ocupa terras públicas protegidas na Amazônia (para tirar madeira ou criar bois) eles estão se apropriando de um bem do povo brasileiro para 95% de quem responde na região Norte e de 97% a 98% de quem responde nas outras regiões. Só 5% na região Norte e 2% a 3% nas outras regiões acham que essas ocupações são vistas como justiça social (usar uma terra improdutiva para subsistência).

Queimadas, o desmatamento, a poluição, a destruição dos recursos naturais...


Quem representa a maior ameaça para a preservação?  - "Os grandes latifundiários gananciosos” são os culpados para a maioria: 55% no Norte, 62% no Sul, 64% no Nordeste e Sudeste e 68% no Centro-Oeste. Os “interesses estrangeiros” levam a culpa para 22% no Centro-Oeste, 25% no Sul e Sudeste, 27% no Nordeste e 30% no Norte. “Populações pobres com falta de opção para produzir” levam a responsabilidade para 6% no Centro-Oeste, 7% no Nordeste, 8% no Sul e Norte, 9% no Sudeste. Ao contrário do que muita gente supõe, a maior parte da Amazônia é terra pública. Pesquisadores do Imazon (com base em dados federais e estaduais) estimam que 18% das terras são privadas, 30% estão indefinidas (podem ou não ter títulos válidos), e os outros 52% definitivamente são patrimônio público. A maioria da população acha que essas áreas públicas devem continuar com florestas. Entre os entrevistados de todas as regiões, de 1% a 2% acham que essas terras devem ser “loteadas e vendidas para produtores rurais”. Cerca de 17% na região Norte e 7% no resto do país acreditam que essas terras devem ser “usadas para geração de renda a partir de produtos da floresta”. O restante dos entrevistados – a maioria em todas as regiões – acha que essas florestas devem ser mantidas intocadas e apenas para uso turístico ou sustentável. 

 Pedro Paulo Diniz é um empresário que se dedica a alimentos orgânicos e acredita no uso sustentável dos recursos naturais

Sinal de alerta para empresários e políticos -  Segundo comentou Alexandre Mansur em seu blog, postado no site Exame da Editora Abril, “está claro o sinal para o setor produtivo e para o poder público. As empresas que desejam manter boa reputação diante dos consumidores, fornecedores e investidores devem manter distância de grupos envolvidos em invasões de terras públicas ou de grupos mobilizados para reduzir Unidades de Conservação. Não pega bem. Isso é especialmente crítico para negócios com cadeia de valor na Amazônia, como pecuária, madeira ou soja. Também é mais seguro garantir que não há ilegalidade na cadeia de suprimento. Principalmente uso irregular de recursos em terras públicas de conservação, como madeira roubada de terra indígena ou carne de bois criados ilegalmente em alguma Unidade de Conservação imprópria para esse fim. Para o poder público, o recado é que a população quer ajuda para proteger – e até expandir – as áreas preservadas. Existem várias formas de gerar riqueza e empregos de forma sustentável na Amazônia”.


 Operações do Ibama tentam combater a destruição das florestas



Fontes: exame.abril.com.br - Greenpeace - Agência Brasil
              folhaverdenews.blogspot.com


8 comentários:

  1. "Os entrevistados neste levantamento do Imazon apoiam a existência das Unidades de Conservação. Não acham que o Brasil protege mais do que deve nem acreditam que falta terra para produção. Até o contrário": comentário de Alexandre Mansur, no blog ligado à agência de causas O Mundo Que Queremos.

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  2. "É curioso notar o tamanho do fantasma do interesse estrangeiro, quando se considera que os grandes grileiros (ladrões de terra pública), traficantes de madeira e especuladores denunciados pelo Ministério Público ou flagrados pela polícia ou Ibama são brasileiros. Em geral, as grandes empresas estrangeiras têm receio de entrar na terra sem lei da Amazônia. Isso acaba por reduzir oportunidades de investimento para um desenvolvimento sadio na região": comentário na matéria do site da revista Exame, da Abril, sobre esta pesquisa feita pela organização de defesa do consumidor ReclameAqui, para o Imazon.



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  5. "Realmente, se trata dum assunto muito atual e alguns pontos desta pesquisa patrocinada pelo respeitado Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon, são surpreendentes até para quem acompanha direto esta temática": comentário de Joana Linhares, professora universárta, formada pela Unesp de Araraquara em Geografia.

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  6. "Este levantamento do instituto Imazon precisa ser levado em conta pelas autoridades governamentais do Brasil nesse momento de transição entre os governos de Michel temer e de Jair Bolsonaro porque dimensiona exatamente o desafio mas também o potencial positivo do meio ambiente": comentário de Rose Farias Silva, de Pernambuco, produtor cultural que se formou em Biologia pela PUC de Minas Gerais. "Atuo em outro setor creio que exatamente pela falta do enfoque certo que nosso país dá à questão ecológica".

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  7. "O blog do Alexandre Mansur, o trabalho com alimentos orgânicos do Pedro Paulo Diniz, são sinais de vida em meio à escuridão em que está o meio ambiente brasileiro. Todo dia acesso o Folha verde News, que sempre tem alguma informação importante para este setor": Jerônimo Ribeiro, a quem agradecemos a menção elogiosa do nosso blog, ele se formou e se especializou em Economia Ecológica na FGV.

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  8. "Acredito que a Economia Ecológica deveria ser a prioridade da gestão pública num país como o nosso, com tantos recursos naturais e uma chance de mudar e de avançar a sua estrutura": comentário também de Jerônimo Ribeiro, de São Paulo.

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