No Brasil a primavera é esperança de chuvas mas há más notícias |
TU Wien constatou primavera irregular no hemisfério norte |
Más notícias para o clima, escreve Florian Aigner desta universidade do Japão, em matéria na revista Nature, sendo traduzida por Henrique Cortez para o site nacional de assuntos socioambientais EcoDebate: as plantas começam a crescer mais
cedo na primavera, mas, ao contrário da crença popular, isso pode resultar em
consideravelmente menos absorção de CO2 devido às condições anormais a que chegou agora o meio ambiente da Terra. Não é só no hemisfério norte que cientistas detectam a anormalidade, para exemplificar, agora em 2018 a primavera veio um pouco antes e com calor em excesso no Brasil: isso poder ser sinal de problemas no verão e no outono. Confira a seguir um resumo deste estudo aqui no blog da ecologia e da cidadania Folha Verde News, em primeira mão, nesta pauta.
Observações
de satélite mostram que primaveras mais quentes como agora resultam em maior produtividade
da vegetação a curto prazo, mas (em variadas regiões) este fato vai resultar em menor produtividade das plantas no
verão e no outono, algo que pode também sinalizar chuvas mais escassas, menos água, menos vida. A mudança climática influencia o crescimento das plantas, com o florescimentoda primavera até agora, se pensava que este fenômeno estava retardando a mudança climática, mas os cientistas estão constatando que esse processo não poderá levar a que mais carbono seja absorvido da
atmosfera para a fotossíntese e maior produção de biomassa., ao contrário do que seria natural, avaliações de dados de satélite realizadas na TU Wien mostraram que agora, este não
é o caso. Pelo contrário, em muitas regiões, o início da primavera levará a um
menor crescimento das plantas e a outros problemas no clima e no ambiente. Modelos climáticos usados até agora precisam ser
modificados, o clima mundial está em um estado ainda mais crítico do que se
pensava antes desta pesquisa mais ampla e profunda, os resultados já foram publicados em um estudo
internacional que repercute em muitos países na revista científica Nature.
“Nós já sabíamos que a crise climática havia mudado o tempo de
crescimento das plantas”, comentou Matthias Forkel, Departamento de Geodésia Geoinformação da TU Wien: "Os invernos estão ficando mais curtos e as plantas
estão ficando verdes mais cedo mas até agora, não estava claro sobre o que isso significava para o crescimento das plantas ou a seca no verão e no
outono, também, a quantidade de CO2 usada durante a fotossíntese. Pela primeira
vez, pudemos investigar os padrões globais desse efeito usando dados de
satélite. Analisamos imagens de satélite ao longo dos últimos 30 anos, examinando todo
o globo ao norte do paralelo 30 norte, do sul da Europa e do Japão às regiões
mais ao norte da tundra”, explicou Matthias Forkel. Em áreas de vegetação mais alta, a luz é fortemente absorvida e a radiação
infravermelha é intensamente refletida. Isso significa que se pode determinar
quanta fotossíntese está ocorrendo e quanto carbono é absorvido durante a
fotossíntese em todo o mundo, região a região, ponto a ponto. Essas análises de
dados foram realizadas na Universidade de Leeds, no Reino Unido, e na TU Wien,
com o envolvimento adicional de equipes de pesquisa climática e ambiental dos Estados Unidos e de alguns pesquisadores independentes de outros países. Conclusão: uma primavera quente pode resultar em seca na próxima estação.
Mapa de pesquisa dos cientistas daTU Wien |
(Confira na seção de comentários aqui deste blog mais algumas informações e conclusões desta pequisa inédita, bem como mensagens e opiniões)
Fontes: EcoDebate – Revista Nature - Technische Universität Wien
Uma primavera quente, um outono mais seco: a gente aqui no blog da ecologia agradece a tradução e a matéria editada no site EcoDebate pelo seu editor Henrique Cortez, a base deste nosso post de alerta sobre o clima hoje.
ResponderExcluir"Quando o clima primaveril começa mais cedo, é razoável supor que as plantas terão mais tempo para crescer, absorver mais carbono da atmosfera e produzir mais biomassa como resultado. Mas este não é o caso. Os dados desta pesquisa mostram, de fato, que o hemisfério norte é, na verdade, mais verde na primavera, quando as temperaturas são especialmente quentes. No entanto, esse impacto pode ser revertido no verão e no outono, levando inclusive a uma redução geral da absorção de carbono como resultado do aumento da temperatura, como um dos problemas do clima e do ambiente": comentário extraído dos estudos da Technische Universität Wien.
ResponderExcluir"Pode haver várias razões para sequelas negativas nas estações que vêm depois da primavera quente demais: o maior crescimento de plantas na primavera pode aumentar a transpiração e a demanda por água, o que, por sua vez, diminui o teor de umidade do solo e resulta em água insuficiente para as plantas no final do ano. É possível que certas plantas também tenham um período de crescimento predeterminado que não seja estendido pelo início mais precoce do crescimento": comentário extraído de matéria sobre este estudo publicada agora pela revista Nature.
ResponderExcluir“Esses mecanismos são complicados e variam em uma base regional, conforme a região. No entanto, nossos dados mostram claramente que a produtividade média das plantas diminui durante os anos que experimentam uma primavera quente. E esta é uma das consequências graves da crise climática": comentário de Matthias Forkel, um dos cientistas da TU Wien.
ResponderExcluir“Infelizmente, a conclusão deste trabalho científico altera as previsões do clima para pior. Temos que assumir que as consequências do aquecimento global serão ainda mais dramáticas do que o calculado anteriormente, em todas as regiões do planeta":comentário de Matthias Forkel, um dos cientistas da TU Wien, em palestra na Universidade de Leeds.
ResponderExcluir"Estas informações, por aqui no Brasil, servem de base para que busquemos um mínimo de gestão ambiental da realidade, por aqui a primavera chegou mais cedo com alguns chuvas e está mais quente do que o normal, a crise do clima, das estações, aqui é pior porque não há gestão de meio ambiente": comentário de Rafael Salles, engenheiro florestal pela USP e atuando na questão de matas ciliares no Tocantis. Ele nos envia um material para nossa análise, a gente agradece, paz aí na luta da ecologia, Rafael Salles.
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