O Gás de Xisto pode servir na geração
de energia elétrica ou como combustível nas indústrias. Um dos temores é que
sua extração possa contaminar o Aquífero Guarani: nos Estados Unidos cientistas e ecologistas estão alertando que as megaempresas querem vir explorar este recurso natural no Brasil, onde a mídia se silencia sobre os riscos de destruição da nossa maior reserva subterrânea de água potável, este tesouro da América do Sul é o 3º maior de todo o planeta. Já houve há alguns meses uma audiência em Brasília, na Câmara Federal, debatendo impactos da exploração do Gás de Xisto ao longo de toda a bacia hidrográfica do Rio Paraná que inclui o Rio Grande e toda a nossa macrorregião do interior de São Paulo e do país. A extração é feita através do Fracking, uma técnica extremamente perigosa para o meio ambiente. Todo o movimento ecológico e científico está a fazer dezenas de alertas. A mídia em geral não abre espaço para debater o problema e em resposta a este SOS Aquífero Guarani quem se manifestou foram só representantes da ANP (Agência Nacional de Petróleo), evidentemente, para argumentarem que há um "receio infundado" sobre a forma e os perigos da extração deste gás subterrâneo. A gente espera que o tema entre pauta nos meios de comunicação brasileiros, que os Presidenciáveis e demais candidatos ou candidatas a deputado e senado ou governadores venham a se manifestar sobre esta questão urgente em defesa de um dos mais ameaçados recursos da nossa natureza e que por sinal é fundamental para a economia, para a agricultura, para a indústria, para a ecologia, para a nossa própria vida: porque os políticos não se manifestam sobre este tema crucial nesse momento de luta das eleições e da cidadania no Brasil?
Aquífero Guarani essencial pro nosso futuro sustentável |
Ainda no ano passado, a Justiça de
Presidente Prudente (SP) suspendeu, a pedido do Ministério Público Federal, as
licitações para exploração de xisto, com uso da técnica do fracking fraturamento
hidráulico, na bacia do rio Paraná.
Segundo o procurador da Fazenda Pública de Martinópolis (SP), Galileu
das Chagas, a exploração de xisto vai degradar o meio ambiente da região e comprometer
a bacia do rio Paraná. “A preocupação é simplesmente uma: a exploração do gás
de xisto pelo fraturamento hidráulico traz uma contaminação letal em cadeia.
Contamina tudo, todos os seres vivos, a fertilidade do solo”, expressa o documento. De acordo com o Procurador da República Luís
Roberto Gomes, há “literatura científica suficiente” demonstrando a
contaminação da exploração de xisto por vários fatores. “Nós temos a maior
reserva de água subterrânea do mundo. E não se pode colocar em risco esse
patrimônio sem prejuízo não só da nossa, mas das futuras gerações”.
O Aquífero Guarani,
segunda maior fonte de água doce da América do Sul (após o Aquífero Alter do
Chão, na Amazônia), é situado logo acima de boa parte das reservas de xisto no interior do Brasil, entrando também pelo Uruguai, Paraguai e Argentina. Para a exploração do Gás de Xisto é necessário perfurar o aquífero
para assim poder extrair o gás e combustível fóssil. Segundo pesquisadores ligados à SBPC (Sociedade Brasileira do Progresso da Ciência) a área desta grande reserva de água precisa ser protegida e não destinada
a esse tipo de atividade que é extremamente predatória, mesmo porque os
poços se esgotam. “É isso que fica, é degradação, é terra contaminada, é gente que sobra com doenças, contaminação de recursos hídricos. Esse é o legado do fraturamento
hidráulico”, afirmou Dr; Luís Roberto Gomes, pela Procuradoria da República.
(Confira mais detalhes desta informação na nossa seção de comentários aqui no blog do nosso movimento ecológico, científico e de cidadania, mais um vez advertindo sobre este problema que é tão grande como o potencial de futuro que nos reserva para a América do Sul o precioso Aquífero Guarani)
Fontes: ecodebate.com.br - El Pais - BBC
folhaverdenews.blogspot.com
Após uma das matérias de alerta que nosso movimento fez através aqui deste blog, recebemos mais informações do Scientific American, inclusive sobre a luta dos ecologistas nos Estados Unidos contra o fracking, ignorado pela grande mídia no Brasil...
ResponderExcluir"60% da água captada do Aquífero Guarani se perde em vazamentos, este desperdício também precisa ser alertado, são vários os problemas que esta reserva está sofrendo": comentário de Aristides Passos Silva, de Ribeirão Preto (SP), que nos envia uma matéria sobre este tema e fotos sobre contaminação por esgoto e agrotóxico do Aquífero. A gente agradece ao agricultor e engenheiro, vamos analisar e então divulgar o material.
ResponderExcluir"Precaução abusiva: para o procurador da ANP, a agência que defender os interesses petrolíferos, existe uma ignorância muito grande sobre a exploração de xisto. A ANP tem resolução detalhada sobre o tema falando que quem faz o fraturamento hidráulico tem de proteger o solo e as águas”: comentário de Evandro Caldas, da Agência Nacional do Petróleo.
ResponderExcluirMande sua informação ou opinião pro e-mail da redação deste blog que colocamos aqui seu comentário, poste direto aqui nesta seção ou envie para navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirOutra opção, vídeos, material de informação, fotos sobre problemas no Aquífero ou outras questões do meio ambiente, envie direto pro e-mail do noss editor de conteúdo deste blog padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Esta discussão é essencial para avaliar riscos e vantagens do combustível. Só vejo riscos, os cinetistas precisam nos explicar também. As pessoas ainda não sabem o que é o gás de xisto e não entendem o impacto que tem a exploração dele”: comentário do deputado federal Nilto Tatto, presidente da Comissão de Meio Ambiente, na Câmara Federal em Brasília.
ResponderExcluir"Precisa ser em todo o Brasil como no caso do processo em Presidente Prudente (SP), o Ministério Público Federal apontou potenciais riscos ao meio ambiente, à saúde humana e à atividade econômica regional. Assim, pela decisão judicial, a Agência Nacional do Petróleo fica proibida de promover outras licitações na região que tenham por objeto a exploração do gás de xisto pelo fraturamento hidráulico, enquanto não houver a realização de estudos técnicos científicos que demonstrem a viabilidade do uso dessa técnica em solo brasileiro": comentário que nos envia José Paulo Miranda, do movimento ecológico do oeste paulista, que mora em Santo Anastácio e nos enviou esta mensagem da sua equipe de advogados especializados em meio ambiente. Agradecemos, paz aí.
ResponderExcluir"A diferença entre o fraturamento hidráulico e a perfuração tradicional é que ele consegue acessar as rochas sedimentares de xisto fino no subsolo e, consequentemente, explorar reservatórios que antes eram inatingíveis. Por uma tubulação imersa em quilômetros no subsolo é despejada uma mistura de grandes quantidades de água e solventes químicos comprimidos. A grande pressão provoca explosões que fragmentam a rocha. Pode causar com o tempo e dependendo da intensidade, até terremotos": comentário também de José Paulo Miranda, de Santo Anastácio (SP), advogado.
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