Aumentará cada vez mais número de refugiados ambientais nos Estados Unidos, em várias regiões do planeta e também por aqui no Brasil: é um dos maiores desafios desde agora para as próximas décadas
A gente recebeu aqui no blog da
ecologia e da cidadania por e-mail um texto de uma mega reportagem que está sendo
publicada hoje pelo site e jornal The Guardian, matéria que é comentada também pela jornalista
Amélia Gonzales, através do portal do G1 da Globo resumindo todas as informações da reportagem
do repórter americano Oliver Milman, por sua vez, um estudo dando conta de que o aumento do nível do mar
deslocará 13 milhões de pessoas até o final do século e toda esta multidão apenas
nos Estados Unidos: isso se deve a furacões que vêm aí tipo o Florence, que acabou de varrer parte
da costa americana, atingindo a Carolina do sul e do norte. Não haverá um só
estado em todos os States que irá escapar de ser afetado pelo grave aumento do nível do
mar, adverte Oliver Milman em sua reportagem que repercute em todo o planeta.
A reportagem escrita por Oliver Milman foi feita a partir dos estragos na Carolina do Sul, que segundo as autoridades é uma parte da história dos Estados Unidos que hoje tende a ser derrubada pelas águas e ventos que chegam com furor dos mares cada vez mais aquecidos e desequilibrados. Ele constata que definitivamente a América do Norte entrará na era das migrações climáticas, entrevistando neste sentido o especialista em mudanças ou caos no clima Jesse Keenan que atua na Universidade de Harvard. Nem toda pessoa da população tem condições de se mudar dum local para outro e isso significa que vai cada vez mais aumentar o problema e a responsabilidade dos governantes que precisarão desde já a cuidar das vítimas depois de cada enchente (e deverão ser muitas).
O demógrafo Mat Hauer calcula que haverá 13 milhões de refugiados do clima somente nos Estados Unidos e apenas nas próximas décadas. Segundo o relatório feito por uma equipe especializada, dentro de poucas
décadas, centenas de milhares de casas serão completamente
inundadas: "Até o final do século, o
aumento do nível do mar iria redesenhar o litoral, fazendo desaparecer algumas
partes conhecidas, como o sul da Flórida, pedaços da Carolina do Norte e da
Virgínia, grande parte de Boston. Por causa do aquecimento da temperatura dos mares, este descontrole irá
alimentar os furacões que poderão vir a ser tão monstruosos como foram os três em 2017 (Irma, Maria e Harvey) e como foi Florence agora em 2018, uma série de desastres naturais espalhará os sobreviventes de maneira
instável e incerta".
No Alasca, cerca de uma dúzia de cidades costeiras também estão tentando mudar e pleiteiam financiamento federal para fazer isso. Os refugiados do clima dos Estados Unidos saem do estereótipo de pessoas que fogem de suas casas e territórios, da Ásia e da África, por questões políticas e por motivo de guerras. Só neste fim de semana, no país mais rico da Terra, 237 pessoas que estavam em 4 pequenas embarcações foram resgatadas. "Por aqui são americanos abastados tendo que procurar uma nova vida saindo em seus carros, acompanhados por caminhões que carregam a mudança, uma vida inteira de memórias e posses", conta Orrin Pilkey, professor emérito de geologia costeira da Duke University, que acabou de lançar um livro Elevação do nível do mar ao longo das costas das Américas: o Tsunami Lento, que prevê cenas apocalípticas em que milhões de pessoas, em grande parte do sul da Flórida, criarão em breve um fluxo de refugiados se deslocando para lugares mais altos. "Todas as mudanças do clima e do ambiente irão causar grandes transformações na civilização. Isso já está acontecendo, muito mais cedo do que as previsões do início do século. O que se precisa é enxergar de maneira adulta o problema, com políticas públicas voltadas para evitar as causa e cobrir as consequências, os cidadãos precisam exigir nova postura das autoridades diante dos problemas socioambientais que serão o maior desafio da humanidade de alguma forma em todo o país", escreve aqui no Brasil Amélia Gonzales, em artigo no site da Globo.
(Com dados da Oxfam e da ONU confira aqui no blog na seção de comentários informação sobre refugiados do clima em vários países)
"No caso do Brasil, por exemplo, a alta evaporação deve aumentar a escassez de água e afetar negativamente a biodiversidade, a agricultura, a economia e a saúde da população. Isso provocará uma redução de 11,4% do PIB regional e o deslocamento de cerca de 250 mil nordestinos", explica Alison Flávio Barbieri, professor e pesquisador de demografia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Outra área altamente impactada será a Amazônia, onde há previsão de aumento da frequência ou até mesmo de secas lado a lado com chuvas extremas, causando a destruição do ambiente, destruindo árvores e comunidades, incêndios e emissões de carbono, sacrificando vidas humanas. Regiões litorâneas como Rio de Janeiro, Pernambuco ou como Santa Catarina deveriam desde já começar a planejar uma gestão sustentável e uma série de ações ou de providências para se evitar o pior e até se preparar para os refugiados ambientais brasileiros. Fontes: G1 – The Guardian – AFP – Socioambiental (ISA)
folhaverdenews.blogspot.com
Cresce o número de refugiados no mundo em função do clima e isso vem sendo alertado por especialistas desde pelo menos 2015, o problema é crescente agora cada vez mais, a seguir alguns dados da ONU, Oxfam, France Press.
ResponderExcluirAs informações do The Guardian já estavam sendo adiantadas por técnicos da ONU em estudos sobre aquecimento global, em que colocavam que as principais vítimas da mudança climática fora dos Estados Unidos são as populações mais vulneráveis dos países em desenvolvimento. Diante do aumento de desastres naturais associado aos desajustes do clima, estima-se que o número de deslocados atinja os 250 milhões nas próximas décadas em todo o planeta.
ResponderExcluir"Houve nesta década mais de 30 milhões de refugiados climáticos no mundo segundo relatório do Centro de Monitoramento de Deslocados Internos (IDMC). Entre 2008 e 2015 registraram-se em média 26,4 milhões de deslocados por ano, o que representa quase uma pessoa por segundo": comentário de Laurent Fabius, quando presidente da COP-21, da ONU.
ResponderExcluir“Hoje uma grande parte dos deslocados é formada por populações afetadas por catástrofes naturais, 87% das quais estão ligadas às mudanças climáticas e estima-se que o número de refugiados climáticos até 2050 alcance os 250 milhões”: comentário de Stéphanie Rivoal, presidente da ONG Ação Contra à Fome, durante o evento “Desajustes climáticos, pobreza e refugiados”, realizado em Paris, na França.
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ResponderExcluir“A partir das constatações dos últimos anos, o aumento da frequência e intensidade de fenômenos climáticos extremos junto com a demografia e a vulnerabilidade são as principais causas do crescente número de refugiados ambientais por várias regiões”: comentário ao site do ISA da especialista em mudança climática e deslocamentos da Agência para os Refugiados de Nações Unidas (ACNUR) em Genebra, Marine Franck.
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