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quinta-feira, 5 de julho de 2018

PL DO VENENO SIGNIFICA UM RETROCESSO MONSTRO EM TERMOS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO E DE MEIO AMBIENTE ALERTA PESQUISADOR DA FIOCRUZ

Para Fernando Carneiro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deixar o registro de novos agrotóxicos a cargo somente do Ministério da Agricultura (como prevê projeto de lei 6.299/2002) é uma monstruosidade que está sendo comemorada como uma "modernização da legislação" apenas pelos produtores destas substâncias químicas e pelas empresas de agronegócio que visam só o lucro ao comercializar alimentos contendo veneno. Sim, comemos e bebemos veneno segundo análise laboratorial do Instituto Biológico de São Paulo comprova isso: parte da grande mídia silencia mas a gente não, assim como também jornais e sites como El Pais (Espanha) ou a Agência Pública de notícias ligada ao jornalismo mais independente. A seguir, um resumo. 



  Liberar mais ainda agrotóxicos hoje no país é levar ao caos a saúde e o ambiente




Anna Beatriz Anjos, da Agência Pública, postou no El Pais reportagem com muitas informações sobre mais este absurdo (a aprovação por comissão especial na Câmara dos Deputados do projeto de lei 6.299/2002, matéria que será decidida em votação do plenário em breve). Ao mesmo tempo, a pedido do Greenpeace, foram feitas agora análises no Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico de São Paulo, que constatou o efeito cascata do coquetel de substâncias químicas detectadas em amostras de arroz, feijão, frutas, verduras e legumes. Uma overdose de veneno, de 50 amostras analisadas, 30 além do mais continham resíduos tóxicos não permitidos no Brasil. Enquanto isso, Joyce Moewius, da Bolw, atesta que na Alemanha o mercado de alimentos orgânicos (sem agrotóxicos) representa hoje 75 bilhões de euros, cerca de 285 bilhões de reais. O mercado alemão de alimento saudável é o segundo maior do planeta, só perde para os Estados Unidos, ah, os americanos recomendam pesticidas para o Brasil e pro resto do mundo mas preferem consumir alimentos orgânicos... Não só na Europa atualmente três palavras já são sinônimos: ecológico, biológico e orgânico. E outras duas já passam a significar a mesma coisa: agrotóxicos e veneno. Isso explica muito o que está acontecendo no Brasil.


 
O pesquisador da Fiocruz Fernando Carneiro



O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz do Ceará Fernando Carneiro ressalta o valor do Grupo Temático Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e como coordenador do Observatório da Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (OBTEIA), ele garante que as mudanças na lei significam um retrocesso monstruoso. Um dos pontos mais críticos trazidos pelo projeto de lei que vai a plenário é a centralização das avaliações de novos produtos e autorização de registros no Ministério da Agricultura, em detrimento da estrutura tripartite de regulação da legislação em vigor que determina que os ministérios da Saúde e Meio Ambiente também atuem nas análises, "isso faz com que o processo fique concentrado em um só órgão que é totalmente dominado pelo agronegócio, então o risco é de realmente haver a aprovação de substâncias que possam causar todo tipo de problema".  



Modernizar o setor hoje é corrigir este absurdo da realidade



Uma modernização de verdade nas leis e na realidade atual da agropecuária será a não submissão a interesses políticos e financeiros dos fabricantes de agrotóxicos e similares mas sim mudar e avançar toda a estrutura do setor através da gestão ambiental com a implantação do desenvolvimento sustentável também no meio rural, o que equilibrará a economia com a ecologia, a bem do país e da população, hoje além do mais vítima de grandes problemas na saúde pública com um aumento de doenças que são geradas também pelo veneno adicionado aos alimentos.


Há uma diferença gigante entre uma salada de venenos com...




(Confira na seção de comentários deste nosso blog mais informações e mensagens nessa pauta de extrema importância e da maior urgência hoje no Brasil)



...alimentos saudáveis que mantém sabor e propriedades naturais


Fontes:  El Pais - Agência Pública - Fiocruz - Greenpeace

               folhaverdenews.blogspot.com

9 comentários:

  1. Hoje a gente continua alertando a opinião pública sobre o que ocorreu na trágica segunda-feira 25 de junho de 2018, a comissão especial criada na Câmara dos Deputados para discutir o projeto de lei 6.299/2002, que propõe alterações na atual legislação de agrotóxicos. Agora, a decisão irá à votação no plenário. E o movimento de cidadania precisa se mobilizar. O texto deste PL divide opiniões. De um lado, empresários do agronegócio comemoram o parecer do relator Luiz Nishimori (PR-PR) sob o argumento de que "moderniza" a aprovação e regulação dos pesticidas. Do outro, organizações de promoção à saúde coletiva e defesa do meio ambiente afirmam que o relatório flexibiliza significativamente o processo, o que representa riscos não só aos trabalhadores do campo, mas também aos consumidores dos alimentos expostos aos agrotóxicos.

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  2. Logo mais, aqui nesta seção, comentários e informações nesta pauta urgente, participe e mande a sua opinião, envie mensagem pro e-mail da redação do nosso blog da ecologia e da cidadania, aberto à sua manifestação, mande então para navepad@netsite.com.br

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  3. Outra alternativa é você mandar material de informação como vídeos, fotos, pesquisas, notícias diretamente pro e-mail do nosso editor de copnteúdo padinhafranca603@gmail.com

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  4. "Uma modernização de verdade nas leis e na realidade atual da agropecuária será a não submissão a interesses políticos e financeiros dos fabricantes de agrotóxicos e similares mas sim mudar e avançar toda a estrutura do setor através da gestão ambiental com a implantação do desenvolvimento sustentável também no meio rural, o que equilibrará a economia com a ecologia, a bem do país e da população, hoje além do mais vítima de grandes problemas na saúde pública com um aumento de doenças que são geradas também pelo veneno adicionado aos alimentos": comentário do ecologista Padinha, resumindo a posição do movimento ecológico, científico e de cidadania sobre este projeto de lei. Qual é a sua opinião?

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  5. "Há 60 anos, Rachel Carson, bióloga norte-americana, escreveu “A primavera silenciosa”, um clássico da literatura ambientalista, que marca o movimento ambiental mundial e ficou muitos meses entre os livros mais vendidos dos Estados Unidos. Teve uma repercussão tão grande que o governo americano criou uma comissão de cientistas comprovando tudo o que ela havia pesquisado, o que gerou, inclusive, a criação da agência de proteção ambiental nos States. Nós, em 2015, publicamos o dossiê Abrasco, com quase 700 páginas e mais de 60 autores colocando isso. Só que o que a gente vê hoje com esse PL é que, em vez de fazermos um movimento para cuidar da saúde da população e do meio ambiente, estamos vendo exatamente o contrário. O PL é a liberalização, o desmonte do aparato regulatório brasileiro do registro de agrotóxicos, com a perspectiva de permitir, inclusive, que substâncias muito mais danosas à saúde adentrem nosso mercado. Estamos assistindo a um retrocesso gigantesco. Era para estarmos diminuindo, mas estamos potencializando o uso": comentário do pesquisador da Fiocruz w do Ceará, Fernando Carneiro.


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  6. "O alcance deste PL do Veneno vai ter um impacto direto na saúde do trabalhador, do consumidor brasileiro, da população. Você de repente concentra o processo de avaliação e aprovação dos agrotóxicos na agricultura, tirando o papel da saúde e do meio ambiente de olhar a questão por outros ângulos – a saúde pela Toxicologia e o meio ambiente pela Ecotoxicologia. O processo fica concentrado em um órgão totalmente dominado pelo agronegócio, então o risco é de realmente haver a aprovação de substâncias que possam causar todo tipo de problema, tanto de saúde quanto de contaminação do ambiente, o que representa um risco à vida como um todo": comentário também de Fernando Carneiro, divulgando a pesquisa que fez através da Fundação Oswaldo Cruz.

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  7. "Eu como consumidor, creio que há duas saídas, uma é o boicote a produtos com agrotóxico na horta de comprar, uma coisa silenciosa mas que vai ser um clamor, outra, é o movimento de cidadania sair à ruas do país com passeatas temáticas": comentário de Irani Mendes Franco, de Curitiba, Paraná, que nos manda noticiário sobre doenças causadas pelo excesso de agrotóxicos em agricultores e também em consumidores, que ela vem constatando como médica atuante na Saúde Pública. A gente agradece este material e vamos sim divulgar, abraço, força na luta da saúde e da ecologia, Drª Irani. Paz aí.

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  8. "Ruralistas, fabricantes e parlamentares estão dizendo que é preciso nova lei porque existe burocracia, que se leva até oito anos para obter o registro de um agrotóxico no Brasil, mas isso é fake news porque compara a estrutura de países como Brasil e Estados Unidos. Na Anvisa há 20 ou 30 técnicos para analisar os pedidos de registro de agrotóxicos, na FDA [Food and Drugs Administration], a similar norte-americana, são 700. Aqui uma empresa paga poucos mil reais para fazer o processo de registro, nos Estados Unidos pode chegar a um milhão. A fila aqui é grande porque não se investe na capacidade de órgãos reguladores e porque é barato registrar, enfim, não é nada do que falam": comentário extraído da matéria de Anna Beatriz Anjos, da Agência Pública.

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  9. "Pesquisas dos últimos dez anos mostram que 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros têm resíduos de agrotóxicos e 30% estão irregulares. Então, pelo menos, um terço do que a gente come está fora do padrão, ou seja, tem potencial de dano. Recentemente eles mudaram para essa metodologia de avaliação de riscos e, de um ano para o outro, de repente, esses 30% viraram 1%. A substância é carcinogênica, mas na avaliação de risco, que o PL quer implantar, você tem premissas. Quais são elas? A pessoa vai estar com luva e com máscara. Estando com isso, o risco é aceitável. Agora, vamos olhar para a realidade do Brasil. Como é possível aceitarmos premissas desse tipo sendo que o trabalhador com raras exceções não usa nenhuma proteção, é caro, o patrão não paga o equipamento, que também não é adequado à nossa realidade, é quente. A premissa da avaliação de risco é que tudo isso está funcionando muito bem, cabe tudo no modelo teórico. Esse é o Cavalo de Troia desse projeto de lei: mudar de avaliação de perigo para avaliação de risco": comentário de Fernando Carneiro, da Fundação Oswaldo Cruz.

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