Entre as 50 cidades
mais violentas do mundo 17 estão no Brasil que tem sido o país recordista em realidade urbana agressiva de acordo com o relatório feito pelo México
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Los Cabos no México a cidade mais violenta do mundo neste ranking |
O Brasil tem o maior número de cidades entre as 50 áreas urbanas mais violentas
do mundo, segundo a BBC baseada em ranking divulgado nesta semana pela organização de sociedade
civil mexicana Segurança, Justiça e Paz. Esta entidade faz o levantamento anualmente com
base em taxas de homicídios por 100 mil habitantes. São 17
as cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes listadas no ranking, que é
encabeçado pela mexicana Los Cabos (com 111,33 homicídios por 100 mil
habitantes em 2017) e pela capital venezuelana, Caracas (111,19). A 1ª do nosso país é Natal
(RN), aparecendo em 4º lugar internacional, com 102,56 homicídios por 100 mil habitantes:
para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera uma taxa
acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes como característica de violência
epidêmica.
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O Rio de Janeiro sob intervenção não está em as 50 mais... |
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...em compensação em cidades como Manaus a violência cresceu muito |
Outras
cidades brasileiras que aparecem no ranking são Fortaleza (CE), Belém (PA),
Vitória da Conquista (BA), Maceió (AL), Aracaju (SE), Feira de Santana (BA), Recife
(PE), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Macapá
(AP), Campos de Goycatazes (RJ), Campina Grande (PB), Teresina (PI) e Vitória
(ES). O Rio de Janeiro (sob intervenção atualmente) não aparece nesta listagem, incrivelmente. Mas Fortaleza,
em especial, é destacada no relatório por sua taxa de homicídios que subiu 85%
somente no período de um ano, de 44,98 para 83,48.
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Caracas por causa do caos da Venezuela está nesse ranking |
O
crescimento da violência em cidades menores (sobretudo, do Norte e do Nordeste do Brasil) alarma especialistas há mais de uma década. Como o Brasil não
investiga seus homicídios (mais de 90% deles ficam impunes), é difícil
identificar com total certeza as relações de causa e consequência no que diz
respeito à violência urbana, comenta ainda a BBC News. Estudiosos do tema apontam fenômenos como guerra de facções criminosas, avanço
do tráfico de drogas e crescimento urbano sem a oferta de serviços de segurança
eficazes como alguns dos motivos mais prováveis para a explosão da taxa de
homicídios em cidades outrora pacatas. Isso tem ocorrido por aqui também no interior paulista. Em
grandes capitais, onde pode haver maior número absoluto de homicídios, a taxa é
menor, já que resulta do cálculo do total de assassinatos dividido pelo tamanho
da população. São Paulo, por exemplo, teve taxa de 8,02 homicídios por 100 mil
habitantes em 2017 e o Rio de Janeiro (que sofre uma crise de segurança pública) viu a sua
taxa crescer de 29,4 em 2016 para 32 homicídios por 100 mil habitantes no ano
passado. Proporcionalmente, o Rio é menos violento que outras cidades brasileiras menores, que tem menos população e mais número proporcional de homicídios.
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A América Latina é uma das regiões mais violentas do planeta |
Este ranking
mostra ainda que a América Latina é o continente que tem o maior número de cidades
violentas do mundo: das 50 listadas no ranking, apenas oito não se localizam na região. Doze das
cidades estão no México, país que vive anos de enfrentamentos entre cartéis de
drogas e forças de segurança. Los
Cabos, uma das cidades mais turísticas do país, entrou pela primeira vez na
lista já assumindo o topo do ranking. Segundo o relatório da Segurança, Justiça
e Paz, Los Cabos passou de 61 homicídios em 2016 para 365 em 2017. Reportagem
de 2017 do jornal The New York Times alertava que a cidade virou um "paraíso
para turistas e um inferno para moradores", em grande parte, por conta de
brigas de gangues que disputam entre si o controle de rotas viárias e pontos de
venda de drogas.
Acapulco,
também no México, aparece em terceiro lugar do ranking por apresentar um
cenário semelhante. Segundo a entidade
Segurança, Justiça e Paz, o país não tem "uma ação para a erradicação
sistemática das milícias privadas e dos grupos criminosos e permitiu que a
impunidade chegasse aos piores níveis já registrados".
(Confira na seção de comentários mais dados, informações e mensagens nesta pauta)
Há também
cinco cidades venezuelanas com as maiores taxas de homicídio do mundo, no
momento em que este país enfrenta uma grave crise política ou econômica, além de aguda escassez de
alimentos, medicamentos e bens básicos. A
organização pacifista mexicana destaca, porém, a dificuldade em se obterem dados
estatísticos oficiais confiáveis na Venezuela: "Quatro milhões de
venezuelanos deixaram o país, mais da metade deles nos últimos três anos",
diz o relatório que está sendo citado em redes sociais de todo o planeta. Como resultado, as estimativas oficiais de população não
são reais, nem também as taxas de homicídio baseadas nelas, lá o problema é muito mais grave do que dizem os números.
Fontes: BBC - The New York Times -
folhaverdenews.blogspot.com
Segundo a entidade do México Segurança Justiça e Paz que faz este relatório anual sobre violência urbana, cidades com grande população (como Rio de Janeiro ou São Paulo) tem proporcionalmente menor quantidade de homicídios por habitante. De toda forma, este pode ser um critério polêmico, revela no entanto que não só as mais midiáticas são as cidades mais violentas do Brasil e da América Latina. Vale a reflexão.
ResponderExcluirO mesmo relatório da organização mexicana Segurança, Justiça e Paz também tem poucas boas notícias, em muitas cidades violentas da América Central a taxa de homicídios caiu em relação à quantidade de habitantes, caindo assim neste ranking de violência urbana. Mais polêmica. A melhor conclusão é que é urgente mudar a estrutura dos países e das cidades em nosso continente para diminuir a violência ou aumentar a condição humana de vida.
ResponderExcluirO principal destaque positivo no ranking deste ano é San Pedro Sula, em Honduras, que caiu do terceiro para o 26º posto do ranking da violência urbana entre 2016 e 2017. Os homicídios caíram 54% em apenas um ano, segundo avaliou a pesquisa desta entidade especializada do México.
ResponderExcluirTrês cidades brasileiras que figuravam no ranking da Segurança, Justiça e Paz de 2016 deixaram de aparecer em 2017. São elas: Curitiba (PR), Cuiabá (MT) e São Luís (MA). Mas é um avanço só matemático, estatístico, proporcional na relação entre o número de habitantes com o de crimes.
ResponderExcluirA diminuição da violência urbana não ocorre por acaso, sinaliza ainda a entidade do México que faz o ranking ano a ano. Além de mudanças estruturais que ainda não têm sido feitas em lugar nenhum da América Latina, os especialistas afirmam que a redução desde já pode acontecer por resultado de um esforço das autoridades governamentais em erradicar células criminosas, agir contra delitos cometidos pelas gangues e colocar ordem nas prisões. Tudo o que não acontece no Brasil...
ResponderExcluir"Os dados dessa matéria mostram bem que o problema não se limita ao Rio de Janeiro e sim está por toda região do país": comentário de Leonor Carvalho, de Salvador, estudante de Música na Universidade da Bahia.
ResponderExcluir"Vejo assim como alguns analistas que li, a intervenção no Rio como política e até eleitoral, todos sabem que as causas da violência são de natureza estrutural, seria melhor gastar essa grana toda com uma operação simbólica, com a distribuição de alimentos e cursos técnicos na periferia": comentário de João Carlos Almeida, que é de Minas Gerais, mas mora no Rio de Janeiro, no Leblon, sendo proprietário de restaurante.
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