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sexta-feira, 23 de março de 2018

ESTE CASO PROVA O RACISMO NO BRASIL E FOI MANCHETE ESTA SEMANA NO WALL STREET JOURNAL NOS ESTADOS UNIDOS


Eugenia: brasileiros estão importando sêmen de brancos americanos e este fato vira mais uma notícia internacional negativa para o nosso país agora
 


A gente agradece ao amigo e produtor cultural Gregório Bacic, de São Paulo, que se consagrou na TV Cultura, dirigindo o programa Provocações do inesquecível Antônio Abujamra, Bacic que  enviou para o nosso blog de ecologia e de cidadania esta matéria do Wall Street Journal, mostrando que o número de pessoas no Brasil que prefere doadores brancos e de olhos azuis cresceu 3000% nos últimos anos. Não deixa de ser um contraste com as origens do nosso povo e com a maioria da atual população brasileira. "Talvez este fato também possa sinalizar por outro ângulo uma espécie de submissão de nossa gente aos padrões culturais e estéticos dos States ou da própria sociedade de consumo, uma traição à historia ou à formação da nossa gente, configura claro, racismo contra os negros", comenta por aqui o ecologista Antônio de Pádia Silva Padinha ao editar e resumir esta reportagem por aqui no Folha Verde News, para você conferir na sequência, OK? 





"Parece a Alemanha nazista, mas é o Brasil de 2018: o Wall Street Journal traz nesta semana uma reportagem sobre como a procura por sêmen importado dos Estados Unidos explodiu em nosso país nos últimos anos, graças ao interesse de gente que deseja “branquear” os filhos e garantir que tenham olhos claros e aspecto europeu. Em outras palavras, eugenia. Hitler ficaria orgulhoso": este é o lead da matéria que é preocupante dentro da onda reacionária de algumas parcelas da população brasileira na atualidade: "O fato é que com olhos claros, cabelos loiros e algumas sardas no rosto, o doador número 9601 é um dos mais requisitados por mulheres ricas do Brasil que estão importando o DNA de jovens norte-americanos em números sem precedentes”, diz a reportagem feita pela jornalista Samantha Pearson no WSJ. Baseada em dados da própria Anvisa, a repórter afirma que a importação de esperma gringo subiu 3000% desde 2011, sobretudo entre mulheres ricas solteiras e casais de lésbicas que preferem perfis de doadores com “pele clara” e “olhos azuis”. Na mesma proporção, crescem as criticas a atitudes deste tipo ou com esse conteúdo, surpreender para muitos, mas sintomático das tendências culturais ou políticas e estéticas de parcela economicamente mais abonada na realidade brasileira de agora, parcela que pode ser vista como...culturalmente pobre.



A Liga das Garotas Alemãs de Hitler lembradas na matéria do WSJ


 Padrão de beleza que não tem a ver com a maioria do povo do Brasil


Ainda na década de 90, um musical de teatro "Ongira, Grito Africano" , que foi uma peça montada pelo movimento negro em São Paulo, já criticava no texto esta tendência do branqueamento da população. Parecia algo adormecido na realidade mas agora o WSJ nesta matéria cita de forma explícita a política de branqueamento que teve lugar em nosso país nos séculos 19 e 20, e o racismo  que sobrevive em nossos dias para explicar o desejo por filhos arianos. O Brasil foi um dos primeiros países a ter um movimento de “melhoria da raça” organizado, com o surgimento da Sociedade Eugênica de São Paulo, que foi criada em 1918. Entre as iniciativas propostas estava impedir a imigração de pessoas que não fossem brancas. As famílias que estão importando esperma de doadores, digamos, caucasianos, parecem seguir à risca esta orientação que para a maioria da população pode até parecer ridícula. Há chargistas que já fizeram artes criticando este "complexo de vira latas", com gente rica do Brasil comprando esperma dos Estados Unidos: mais de 500 tubos de sêmen made in USA congelado em nitrogênio líquido chegaram ao nosso país no ano passado, contra apenas 16 em 2011”, destaca ainda a reportagem: "Nestes últimos meses, casais heterossexuais compraram 41% do esperma importado, mulheres solteiras, 36% e casais lésbicos, 21%, mas a demanda está crescendo entre os dois últimos grupos". Grupos também crescentes e esta situação está em contradição com a cultura brasileira da vida. 
 


A nossa gente na maior parte é mestiça, morena, afro, indígena...




(Confira na seção de comentários deste blog outras informações, também opiniões e mensagens sobre esta pauta surpreendente e expressiva da atualidade de alguns setores da população brasileira) 
 
 


 Negros loiros são 10% da população da Ilha Salomão (Pacífico)


 Todas as raças têm beleza e a variedade embeleza o ser humano


Fontes: Wall Street Journal - Socialista Morena
             folhaverdenews.blogspot.com

9 comentários:

  1. Nestes dias em que o Brasil e todo o mundo (ainda hije teve protesto diante da ONU em Genebra na Suiça) todos estão chocados com o assassinato da Marielle Franco, da favela da Maré, do Rio, matérias lembram o fato que negros e pobre são a maioria das vítimas da violência policial na periferia das grandes cidades brasileiras, sintoma de racismo também.

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  2. Nesse contexto, saiu esta matéria investigativa do Wall Street Journal que resumimos aqui para você no blog da ecologia e da cidadania. Com olhos claros, cabelos loiros e algumas sardas no rosto, o doador número 9601 é um dos mais requisitados por mulheres ricas do Brasil que estão importando o DNA de jovens norte-americanos...

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  3. "Além de querer branquear os descendentes, o complexo de vira-latas também é uma razão para a importação: os brasileiros que compram esperma gringo dizem “não confiar” no “produto nacional”, como se estivessem tratando de um produto eletrônico ou tênis de corrida. Segundo uma mãe que importou esperma dos EUA, enquanto aqui as informações sobre o doador seriam precárias, ela conseguiu coletar 29 páginas sobre o doador norte-americano": comentário extraído na matéria do WSJ.



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  4. "O Brasil compra quase todo o esperma importado de doadores caracterizados como caucasianos. Quase um terço dos espécimes são de doadores loiros e 52% de homens com olhos azuis. O país também aparece como um dos mercados que mais crescem em importação de sêmen nos últimos anos. Mais de 500 tubos de sêmen congelado em nitrogênio líquido chegaram ao Brasil no ano passado, contra 16 em 2011. Em 2016, casais heterossexuais compraram 41% do esperma importado, mulheres solteiras, 36% e casais lésbicos, 21%, mas a demanda está crescendo entre os dois últimos grupos": comentário da repórter Samanta Pearson na sua matéria no WSJ.


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  5. "Interessante e dramática esta reportagem do WSJ e estou enviando aí para vocês uma matéria que colhi no site Carta Capital. No Brasil, todo mundo é quase-branco. Exceto quem não é...Dia a manchete.
    Mesmo com todas as estatísticas, é ainda relativamente comum nos depararmos, a torto e a direita, com o velho bordão de que 'não há racismo no Brasil. Não é o que mostra esta reportagem de
    Hélio Menezes": comentário de Júlia Forlam, de São Paulo, a quem agradecemos o envio deste trabalho da Carta Capital, crítico e de muita atualidade. Abraços e paz aí, Júlia Forlam, advogada, OAB-SP.


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  6. "Os resultados do censo de 2010 são claros (ou, sendo mais preciso, escuros): dos 191 milhões de brasileiros, 7,6% se classificaram como pretos e 43,1% como pardos, totalizando 50,7% da população, ao lado dos demais 47,7% autodeclarados brancos e 1,6% entre amarelos e indígenas. Os números estatísticos confirmam, talvez com certa superestima e alargamento da categoria “branco”, o que qualquer transeunte que passe pelas ruas de São Paulo, Manaus, Salvador ou Porto Alegre já sabe: que somos um país marcadamente negro. De muitas cores, muitos matizes, de cinquenta ou mais tons de preto e marrom, de toda maneira, negro": comentário de Hélio Menezes na sua reportagem em Carta Capital.

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  7. Logo mais, aqui nesta seção, mais informações e comentários, coloque aqui a sua opinião ou envie uma mensagem pro e-mail da redação do nosso blog de ecologia e cidadania: navepad@netsite.com.br

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  8. Você pode também enviar vídeos, fotos, charges, material de informação direto pro editor de conteúdo deste blog padinhafranca603@gmail.com

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  9. "Se trata também dum problema econômico mas só um trabalho cultural intenso pode mudar este absurdo": comentário de Carlos Alberto Gomes Silva, que é economista e atua no Rio de Janeiro, também relaciona esta matéria do WSJ com os casos de mortes de jovens e crianças negros nas favelas.

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