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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

METADE DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS TIVERAM QUE DECRETAR CALAMIDADE NOS ÚLTIMOS 4 ANOS POR SECAS OU ENCHENTES E OUTROS PROBLEMAS





Secas e estiagens ou inundações abalaram cerca de 3 mil cidades brasileiras nos últimos anos segundo o atual relatório da Agência Nacional das Águas (ANA)

 






 Metade dos municípios brasileiros decretaram calamidade por secas




 
Ivan Richard Espósito, da Agência Brasil, é destaque hoje no site EcoDebate e aqui no blog do movimento ecológico, científico e de cidadania Folha Verde News ao informar que entre os anos de 2003 e 2016, invadindo também 2017 agora, quase a metade dos 5.570 municípios do país foi obrigada a decretar, pelo menos uma vez em sete anos diferentes, situação de emergência ou estado de calamidade pública em virtude de secas e estiagens ou enchentes. De acordo com o relatório da Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2017, sendo divulgado pela Agência Nacional de Águas do total de cidades afetadas por longos períodos sem chuva, 1.794 são da região Nordeste. No mesmo período, de acordo com o levantamento, 48 milhões de pessoas foram afetadas e isso somente por secas (duradoura) ou estiagens (passageiras) no Brasil sem contar outros problemas do clima ou desastres do ambiente. Para dar uma ideia do alcance da situação, foram registrados 4.824 eventos de seca com danos humanos. Somente no ano passado, 18 milhões de habitantes do país foram afetados por fenômenos climáticos que provocaram escassez hídrica. Desse total, 84% no nordeste brasileiro. 
 

O problema da seca nordestina chegou ao Sudeste do país


Em resumo, o relatório informa que o Nordeste registrou 83% dos 5.154 eventos de secas registrados no país nos últimos 4 anos que prejudicam a oferta de água para abastecimento público, geração hidrelétrica, irrigação, produção industrial e navegação. Em sua terceira edição, o relatório da Conjuntura dos Recursos Hídricos é composto por dados de mais de 50 instituições parceiras da Agência Nacional de Águas e faz uma radiografia  do país. Ainda, conforme o levantamento, secas e cheias representaram 84% dos quase 39 mil desastres naturais na década, afetando cerca de 127 milhões de brasileiros. No período de 1995 a 2014, quando foi feita esta medição, as perdas decorrentes desses problemas chegaram a R$ 182,7 bilhões. Em media, os prejuízos são de R$ 9 bilhões por ano ou aproximadamente R$ 800 milhões por mês. Enfim, afeta a economia e a ecologia.



Relatório diz que quase 50% das cidades brasileiras tiveram enchentes

 
Se a seca causou impacto nas cidades nordestinas, o relatório mostra que as fortes chuvas e as cheias atingiram especialmente municípios ao Sul do país. Entre 2003 e 2016, 47,5% dos municípios brasileiros declararam situação de emergência ou estado de calamidade pelo menos uma vez por causa de cheias. Desses, 55% (1.435) ficam no Sudeste ou no Sul. Ao contabilizar eventos de cheia, o Conjuntura informa que entre 2013 e 2016 um total de 7,7 milhões de brasileiros sofreram com os impactos dos diferentes tipos de cheias: alagamentos, enxurradas e inundações. Apenas em 2016, cerca de 1,3 milhão de habitantes sofreram com a água em excesso por conta de desequilíbrios climáticos e ambientais. No período, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul tiveram 44% dos registros de eventos de cheias associados a danos paraa população urbana e rural. 




Dados do relatório alertam sobre falta de gestão ambiental sustentável no país


Dados do relatório mostram que, em média, por ano, do total de água retirada dos rios, córregos, lagoas, lagos e reservatórios no país, 46,2% vão para irrigação, 23,3% para abastecimento urbano, 10,3% para termoelétricas, 9,2% para a indústria, 7,9% para abastecimento animal, 1,6% para abastecimento rural e o mesmo percentual para mineração. Do total de água consumida no país, 67,2% são utilizadas para irrigação, 11,1% no abastecimento animal, 9,5% na indústria, 8,8% no abastecimento urbano, 2,4% no abastecimento rural, 0,8% na mineração e 0,3% nas termoelétricas. Segundo o estudo, a demanda por uso de água no Brasil é crescente, com aumento estimado de aproximadamente 80% no total retirado de água nas últimas duas décadas. Até 2030, a previsão é de que a retirada aumente em 30%, alerta o relatório. De acordo com a ANA, a evolução do uso da água está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e ao processo de urbanização do país. O equilíbrio hídrico só vira com uma gestão ambiental sustentável, esta deveria ser a prioridade governamental, advertem especialistas. 






(Confira mais informações na seção de comentários aqui no nosso blog mostrando que o Brasil é vulnerável a mais problemas e desastres naturais e ambientais nos próximos anos, também mensagens e opiniões, participe você também desta nossa edição)

 


Fontes: Agência Brasil - ABA - EcoDebate
             www.folhaverdenews.com

8 comentários:

  1. Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habitadas sujeitas a fortes terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a desastres naturais. Mesmo sem gestão ambiental por parte dos governos, graças à sua natureza, ocupa apenas a 123ª posição em um índice mundial dos países mais vulneráveis a cataclismos.

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  2. "A aparência de lugar seguro, protegido dos humores do clima e dos solavancos da geologia, deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zonas tropicais e seus efeitos deveriam ser atenuados, em grande medida, por políticas públicas de redução de danos. Nas últimas cinco décadas, mais de 10.225 brasileiros morreram em desastres naturais, a maioria em inundações e devido à queda de encostas. As estiagens duradouras, como as comumente observadas no Nordeste, são, no entanto, o tipo de ocorrência que provoca mais vítimas não fatais no país": Pesquisa FAPESP nº 241.

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  3. "Dois estudos baseados em simulações climáticas feitos por pesquisadores brasileiros indicam que o risco de ocorrência desses três tipos de desastre, ligados ao excesso ou à falta de água, deverá aumentar, até o final do século, na maioria das áreas hoje já afetadas por esses fenômenos. Eles também sinalizam que novos pontos do território nacional, em geral adjacentes às zonas atualmente atingidas por essas ocorrências, deverão se transformar em áreas de risco significativo para esses mesmos problemas. Os impactos tendem a ser maiores no futuro, com as mudanças climáticas, o crescimento das cidades e de sua população e a ocupação de mais áreas de risco": comentário de José A. Marengo, chefe da Divisão de Produtos Integrados de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que coordenou as simulações climáticas.

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  4. "Documento com esta situação foi enviado em abril deste ano à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e deveria servir de estímulo a uma gestão ambiental e de subsídio para direcionar as estratégias do recém-criado Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima": comentário na revista Natural Hazards.


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  5. "Arredores da usina de Sobradinho, Bahia: as estiagens devem atingir outras partes do país nas próximas décadas. Os estudos das estiagens mais severas, mostram hoje um problema de calamidade pública quase sempre associado a localidades do Nordeste, deverão se intensificar também no oeste e parte do leste da Amazônia, no Centro-Oeste, inclusive em torno de Brasília, em pontos dos estados do Sudeste e até no Sul. Embora parte do Nordeste seja naturalmente mais árido, a seca não se deve apenas ao clima": comentários do engenheiro civil Pedro Ivo Camarinha, pesquisador do Cemaden. “A vulnerabilidade da região se dá também por uma série de problemas de ordem socioeconômica, de uso do solo e devido à baixa capacidade de adaptação aos impactos das mudanças climáticas, bem como por causa da carência de políticas públicas específicas para enfrentar os meses de estiagem, o baixo grau de escolaridade da população e a escassez de recursos são alguns dos fatores citados por pesquisadores como determinantes para aumentar a exposição de parcelas significativas do Nordeste a secas futuras".

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  6. "A vulnerabilidade a inundações e enxurradas tende a se elevar em 30% nos três estados do Sul, na porção meridional do Mato Grosso e em boa parte da faixa litorânea do Nordeste, segundo um cenário projetado para 2100 pelas simulações climáticas. No estado de São Paulo, o mais populoso do país, a intensificação da ocorrência de enchentes do tipo relâmpago, aquelas originadas após poucos minutos de chuvas torrenciais, deverá ser mais modesta, da ordem de 10%, mas ainda assim significativa. No Brasil Central, a vulnerabilidade a enchentes deverá cair, até porque as projeções indicam menos chuvas (e mais secas) em boa parte da região. Os modelos divergem sobre o regime futuro de chuvas no oeste da Amazônia”, comentário de José A. Marengo, cujos estudos se desenvolveram em parte no âmbito de um projeto temático da FAPESP.

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  7. "Desde o início do período chuvoso em Minas Gerais, no começo de outubro, cinco pessoas morreram por causa dos temporais, duas delas nos primeiros quatro dias de dezembro. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais, mais outras cinco pessoas podem ter morrido devido à forte chuva que atingiu o estado desde a noite de ontem. Em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, um homem está desaparecido desde a noite de domingo após cair em uma enxurrada, próximo a Lagoa do Morro Alto. As buscas estão em andamento. Em Urucânia, na Zona da Mata, os bombeiros buscam duas crianças e uma mulher que teriam desaparecido na tarde de hoje durante a chuva. Em São Pedro dos Ferros, também na Zona da Mata, o corpo de um idoso de 80 anos foi encontrado hoje após uma chuva intensa e há suspeita de que tenha falecido em decorrência da chuva": comentário de Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil.

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  8. "Mortes de pessoas por enchentes, isso conmfigura também o drama do clima e do ambiente no país, que se apresenta de diferentes formas conforme a região, mas em nenhuma delas há uma prevenção seguira ou medidas de gestão sustentável": comentário de Agenor de Morais, de Vitória (ES), que se confessa "assustado com a situação".

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