Protestos
antirreforma da Previdência têm teatro, reza e greve de fome feita por pequenos agricultores da Pastoral da Terra da Igreja Católica e enquanto projeto que altera as
regras para aposentadoria tramita na Câmara, movimentos sociais e sindicatos
aumentam pressão sobre deputados federais
A greve de fome que havia começado no auditório da Fenaj (federação nacional de jornalistas) se transferiu para o Salão Verde da Câmara Federal, para ficar mias perto dos acontecimentos, já que deputados vêm articulando nesta semana por ali a votação do projeto governamental. Segundo nos informa Liana Costa, do site Metrópoles, em meio às articulações do Palácio do Planalto para
a votação da Reforma da Previdência, sindicatos de trabalhadores e movimentos sociais
variados estão cada vez mais intensificando a pressão sobre parlamentares, através de protestos. As estratégias utilizadas pelos que protestam contra as mudanças nas regras da
aposentadoria vão desde greve de fome a performances culturais. A expectativa
do Governo é que a discussão do texto no plenário seja feita ainda
neste ano, mas a votação deve ficar para fevereiro, após o recesso de Natal e Ano Novo que é bastante esticado para as autoridades públicas do Legislativo, Executivo e Judiciário. No Distrito Federal, um grupo de sete manifestantes ligados ao
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) desde a semana passada entrou em
greve de fome contra a proposta de Reforma da Previdência. O ato teve início
no último dia 5 de dezembro quando os manifestantes, todos ligados à Pastoral da Terra da Igreja Católica, fizeram a última refeição. Desde então, os líderes
camponeses ingeriram apenas água e soro de
hidratação. A grande mídia brasileira parece ignorar a greve de fome que no entanto está sendo destacada por correspondentes estrangeiros de jornais e sites em especial da Europa.
No oitavo
dia de greve os manifestantes já recebiam acompanhamento médico, começaram a
apresentar dificuldades de locomoção e dores de cabeça e de estômago.
“É uma situação extrema, onde você coloca seu bem-estar em jogo,
utiliza o seu corpo e a sua saúde para protestar. Mas o que a gente vive hoje,
no Congresso, com a Reforma da Previdência, é uma situação extrema”,
afirmou o porta-voz do MPA, Bruno Pilon. Pelo menos até a manhã desta quarta-feira, 13, o protesto não tem previsão de
término, podendo se estender ao limite máximo suportado pelos manifestantes, talvez, na semana que vem quando se encerram os trabalhos legislativos de 2017. Além dos sete manifestantes no
Congresso Nacional, outros agricultores entraram em greve de fome nos
estados de Sergipe, Rondônia e Rio Grande do Sul. O argumento
dos movimentos é que, apesar do discurso do Governo Federal (argumentando garantia de
benefícios aos trabalhadores rurais), a proposta obrigará a contribuição
mensal e individual dos pequenos agricultores. O movimento recebeu ontem à tarde a visita do arcebispo metropolitano de Brasília, dom Sergio da Rocha.
O religioso se reuniu em torno dos grevistas, conversou por alguns minutos com estes líderes de pequenos agricultoires e
realizou uma bênção coletiva. O encontro foi acompanhado por alguns deputados e
senadores de partidos da oposição e repórteres, no Salão Verde da Câmara Federal.
Segundo a Pastoral da Terra da Igreja Católica, jejum dos trabalhadores rurais serve de exemplo ou para despertar a consciência da população. Para o MST, a luta contra a Reforma da Previdência é a principal disputa do momento e manifestou apoio aos que estão fazendo greve de fome junto à Câmara Federal e em outros três locais, pequenos agricultores católicos no Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe. Desde ontem, o protesto na filosofia da Não Violência teve a adesão de Rosangela Piovizani e Rosa Jobi, ambas do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), que se uniram ao protesto das líderes da Pastoral da Terra Leila Denise, Josi Costa, e do Frei Sérgio Görgen, que fazem parte do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), há dois dias aderiu também ao jejum o bombeiro civil e militante do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) Fábio Tinga. Está rolando dentro destes movimentos uma convocação a militantes ou apoiadores e ativistas de cidadania para também entrarem neste protesto de jejum público por todo o Brasil. O argumento para a mobilização é que apesar do discurso oficial do Governo Temer de que os trabalhadores rurais não seriam afetados pelas novas regras das aposentadorias, eles serão efetivamente afetados por diversos dispositivos que aparecem nas versões em análise do projeto. Por exemplo, além de idade mínima mínima e do tempo de contribuição, a obrigatoriedade de 180 contribuições mensais individuais (ou 15 anos) para alcançar os benefícios alcançaria também os trabalhadores rurais e os pequenos agricultores.
"Nosso jejum de protesto pode ser classificado como medida extrema, serve para alertar e antecipar os efeitos desta reforma na mesa da maioria da população que vai nos próximos anos passar fome" (Frei Sérgio Görgen, Pastoral da Terra, MPA)
"Neste ambiente
de profundas conturbações que o país está vivendo, a partir da realização de
modificações na legislação que colocam em risco os direitos do povo, em
especial dos mais pobres e vulneráveis, voltamos a afirmar, esta reforma é, com
certeza, uma atitude imprudente", afirma em nota distribuída à imprensa a entidade católica Cáritas Brasileira. Com um detalhe expressivo, a nota é intitulada Se calarem a voz dos profetas as pedras
falarão.
(Confira na seção de comentários aqui no nosso blog mais informações e mensagens)
Fontes: www.metropoles.com
www.redebrasilatual.com.br
Uma atitude heróica em termos de cidadania destes líderes da Pastoral da Terra que se manifestam pacificamente, usando como arma de luta contra erros da Previdência em nome de pequenos agricultores e trabalhadores rurais a filosofia da Não Violência, algo exemplar hoje num país tão violento como o nosso.
ResponderExcluirSegundo nota da Cáritas Brasileira, entidade da Igreja Católica, "a iniciativa dos trabalhadores serve de exemplo para despertar a consciência da população sobre o desprezo e o autoritarismo daqueles que estão, sem o mínimo de diálogo, passando por cima de direitos consagrados".
ResponderExcluirLogo mais, mais informações e mensagens, participe e coloque aqui sua opinião ou envie e-mail para a redação do nosso blog de ecologia e de cidadania através do webendereço navepad@netsite.com.br
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ResponderExcluir"Espero que não coloquem, tropa de choque contra estes manifestantes em greve de fome, o Brasil tem que tratar com dignidade os que contrariam os interesses da maioria governamental": comentário de Luiza Helena, que se identifica como participante dos movimento de cidadania dos jovens em São Paulo: "Vou encaminhar esta notícia para meus amigos e amigas, é algo importante".
ResponderExcluir"Vejo este jejum político e pacífico como o clima de Natal de verdade": comentário de Josué Alves, de Belo Horizonte (MG), executivo, ele informa não seguir nenhuma religião e que "a partir de agora vou prestar atenção à Pastoral da Terra".
ResponderExcluir"O uso do jejum consciente ou da greve de fome como arma pacífica de cidadania e luta pelos direitos é algo exemplar, é uma sacrifício que dá resultados e engrandece a pessoa que faz essa prática": comentário de Odair Pereira, técnico em São Paulo Terapias Naturais e Medicina Chinesa, "desde criança sou simpatizante de Gandhi e da Não Violência".
ResponderExcluirO que me aborrece é que a grande mídia nem cita este movimento da Pastoral da Terra que é de muito valor nesse país tão violento e corrupto": comentário de Elza Santonelli, de Campinas (SP), engenheira no setor público.
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