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Onde ainda há tribos de índios as florestas estão mais íntegras |
Grande
parte das matas ao redor da reserva Apurinã já teve suas árvores derrubadas. Áreas
de pastagem de gado agora ocupam espaços a perder de vista da estrada,
destruindo o que costumava ser trechos intactos da imponente floresta amazônica: "Trinta
anos atrás, toda essa área era floresta intocada”, afirma Cosme da
Silva, ativista local da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Boca do
Acre, na região sudoeste do Amazonas: “Hoje,
tudo isso foi tomado por grileiros, invasores que destruíram a floresta para
criar gado”, disse Silva à Thomson Reuters Foundation do banco de
passageiro da caminhonete 4x4 ao passar por terras desmatadas na reserva
indígena. Enquanto
políticos planejam uma mudança radical para a demarcação de terras para
900 mil povos indígenas do Brasil, ambientalistas afirmam que áreas
como a Reserva 124, onde o território é propriedade formal de
comunidades indígenas, representam a melhor maneira de salvar florestas
ameaçadas de extinção: “Tenho certeza que preservamos melhor as
florestas do que outras comunidades”, disse o cacique
Apurinã, que vive dentro da reserva: fora, nas cidades do Acre onde vai vender frutas e artesanato, todos o chamam de Geraldo. "Tudo bem, não conhecem nosso povo, nossas palavras, nosso costume".
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Índio curandeiro da Amazônia colombiana com botânico Mark Plotkin |
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Xavante Gaspar Waratzere veio até aqui ao nosso blog nestes dias |
A
comunidade indígena Apurinã no Acre recebeu o título de propriedade formal da
área de 450 quilômetros quadrados em 1988, quando o Brasil viu aprovada
uma nova Constituição, com garantia a direitos dos povos indígenas. Antes
da demarcação, os moradores enfrentavam violência constante de
fazendeiros e agricultores que disputavam a terra, disse Maria José
Apurinã, 40 anos, mãe de quatro filhos e esposa do cacique: “Eu
vi muito sangue derramado por aqui". Sentada
em sua casa de madeira, ela reconhece que depois dos tempos bravos até que agora é melhor um pouco, "temos a terra, nossos filhos... esse é o nosso lugar.” Os cerca de 800 moradores da
reserva ganham a vida pescando, caçando e colhendo castanhas e açaí que
crescem naturalmente na área aqui, disse Apurinã, de 57 anos. “Nós apenas colhemos as castanhas, não destruímos as árvores”, falou, endossando o que já foi constatado por investigações e por pesquisas. A
floresta amazônica é muito melhor preservada onde as comunidades
indígenas são donas formais de suas terras do que áreas similares não
demarcadas, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores
norteamericanos na Amazônia no Peru, onde foram checar ao vivo as
descobertas de dois estudos, que concluem em suma, Índios , anjos da floresta.
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Índio colombiano da Amazônia explica a cultura do povo... |
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...de toda Amazônia onde defendem a floresta de que vivem. |
Na Amazônia brasileira, uma área maior que a Alemanha foi desmatada desde 1988, de acordo com dados do próprio Governo. Após
anos de declínio, a taxa de desmatamento aumentou 29 por cento por volta de 2016, assim varia de intensidade, mas o desmate continua sempre de acordo com dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe). Com esse quadro,
ambientalistas dizem que os governantes não conseguirão atingir seu objetivo
de desmatamento zero na Amazônia até 2030. As
florestas sob o poder dos indígenas, porém, são as mais bem protegidas
no Brasil, afirmou à Thomson Reuters Foundation Luciano Evaristo, do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). De acordo com ele, a demarcação
de terras para comunidades indígenas está entre as estratégias mais
baratas e sustentáveis para proteger a Amazônia e todas as florestas, todos os recursos da nossa última natureza em todos os biomas.
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Mito de Curupira (defensor da floresta) no dia a dia da maioria dos indígenas |
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Amazônia tem a maior diversidade do mundo em povos da floresta |
Esta matéria com informações da agência de notícias Reuters e também do site www.amazonteam.org foi inspirada pelo contato recente do índio Xavante Gaspar Tsiari Waratzere com a nossa equipe deste blog. Raoni, fez muitos índios mudarem de vida (alguns bebiam, fumavam, vendiam madeira, se associavam a garimpeiros) com o seu exemplo de ecologia, protegendo a floresta que é a sua vida.
ResponderExcluirGaspar Tsiari Waratzere é da aldeia Xavante de São Marcos (Namunkurá) e estudou História na Universidade Federal do Mato Grosso, exemplifica os desafios e a proposta das atuais gerações indígenas de protegerem a ecologia das últimas florestas. Waratzere voltou com esse objetivo à sua tribo após se tornar professor de História.
ResponderExcluirNa próximas horas aqui noc comentários, informações e opiniões, participe você também, coloque aqui sua visão ou envie uma mensagem pro e-mail da redação do nosso blog navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirVídeos, fotos, material de informação voc~e também pode mandar diretamente pro e-mail do nosso editor de conteúdo deste blog padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Os povos indígenas são essenciais para os esforços da conservação da floresta": comentário do jornalista e ambientalistas Rhett A. Butler do site Time da Amazônia (www.amazonteam.org)
ResponderExcluirRhett A. Butter entrevistou o doutor em Botânica, pesquisador de etnias, Mark Plotkin que entre outras informações de valor comentou que: "Biodiversidade integrada e conservação cultural podem ser mais eficazes do que áreas protegidas tradicionalmente, referente ao
ResponderExcluirfornecimento de benefícios para saúde das populações
locais da Amazônia, as florestas tropicais são hábitat de centenas de milhares de espécies de plantas, muitas das quais são promissoras referente aos seus compostos
que possam ser utilizados para afastar parasitas e combater doenças humanas. Ninguém entende melhor os segredos dessas plantas do que os xamãs, curandeiros, indígenas – homens e mulheres pagés – que têm desenvolvido imenso conhecimento desta biblioteca da flora para curar tudo, de podridão do pé até diabetes. Mas, como as próprias florestas com o conhecimento destes mágicos da botânica os cientistas, médicos e ambientalistas podem ajudar toda a população, também das cidades".
"Os índios de várias etnias poderiam atuar oficialmente como guardiões das florestas e das unidades de proteção da nossa natureza, até mais que o Ibama, como um trabalho remunerado que assim pudesse ajudar a vida das suas comunidades": comentário de Lindolfo Morais, de Araçatuba (SP), que fez várias viagens ao Mato Grosso para pesquisar ervas medicinais.
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