Segundo o porta-voz da agência da ONU para
refugiados por desespero muitos
estão usando formas as mais precárias e inseguras de transporte para
escapar ou sendo explorados em condições desumanas: especialistas falam
em caso de genocídio, uma situação dramática e confusa que envolve também interesses de outros países como China ou Estados Unidos e Paquistão a dano de parte da população local
No
sul da Ásia refugiados continuam fugindo da antiga Birmânia, hoje
Myanmar, em direção a Bangladesh após quase três
meses desde o início dos problemas étnicos e políticos contra a minoria
Rohingya no país desde o final de agosto. Ainda ontem recebemos por
e-mail na redação de nosso blog da cidadania e da ecologia informações
do porta-voz da agência da ONU para refugiados (ACNUR),
William Spindler, que deixou claro: "Por desespero, muita gente desta
minoria
estão usando formas inseguras de transporte para escapar, tem havido
muitas mortes, pelo menos mais de 100 refugiados já morreram nesta
travessia e em outras rotas improvisadas de fuga"..
Minoria Robingya passando por muitos sofrimentos e perigos |
A
gente recebeu um resumo das informações, Willian Spindler falou a
jornalistas em Genebra na Suiça que nos últimos 10 dias há relatos de
cerca de 30 balsas improvisadas, que carregavam mais de mil
pessoas nessa rota de fuga. Sem ter dinheiro
para pagar pela travessia, muitos refugiados estão construindo balsas
com
qualquer material que conseguem achar, na maioria dos casos bambu e
latas
vazias amarradas com cordas e cobertas com lençóis de plástico. Dezenas
de fugitivos nestas condições precárias já morreram desde o início da
crise que vem causando sofrimentos à minoria Robingya.
A minoria Robingya sofrendo atrocidades |
Crianças são maiores vítimas desta violência étnica |
A representante
especial do secretário geral da ONU na questão de violência
sexual em conflitos, Pramila
Patten, pediu mais medidas para proteger e ajudar vítimas destas
agressões entre os deslocados. Após sua visita a
Cox’s Bazar, em Bangladesh, Patten afirmou que suas observações apontam
para um
“padrão de atrocidades generalizadas, como estupros, também coletivos,
nudez pública forçada e escravidão sexual em cativeiro militar
direcionada a
mulheres e meninas Rohingya”. Segundo as Nações Unidas e entidades
humanitárias, a crise causada pela violência no estado de Rakhine, em
Myanmar, está
causando “sofrimento que chega a ser uma grande catástrofe".
Uma das rotas de fuga da minoria Robingya |
Mais
de 600 mil refugiados Rohingya já atravessaram a fronteira para
Bangladesh e se calcula que o país agora abrigue 800 mil deslocados
desta minoria. A ONU tem alertado também sobre problemas como tráfico
humano, exploração sexual, trabalho escravo contra estas pessoas que têm
fugido para Cox’s Bazar. O Conselho de
Segurança das Nações Unidas já havia condenado fortemente a violência generalizada no
estado de Rakhine, em Myanmar, que levou ao deslocamento de mais de 600 mil
membros da comunidade minoritária Rohingya. Ainda o início de novembro, o
Conselho apelou ao governo do país para acabar com o uso de força militar
excessiva e com a violência contra esta comunidade naquela região. Agora, de acordo com
entrevistas de repórteres no local e pesquisas feitas pela agência da ONU
nos acampamentos improvisados, homens, mulheres e crianças desesperados
estão sendo recrutados com
ofertas falsas de trabalho remunerado em diversas indústrias como pesca,
comércio, mendicância e, no caso das meninas, trabalho doméstico, que
acaba por envolver serviços sexuais. Quase sem nenhuma fonte alternativa
de renda, os refugiados ficam expostos e acabam por
aceitar qualquer oportunidade que lhes seja oferecida, até as
arriscadas,
perigosas e que envolvem as crianças de suas famílias. Muitas vezes,
eles são privados de sono, sendo forçados a
trabalhar mais horas do que o combinado e não têm permissão de deixar o
local
de trabalho ou nem mesmo de entrar em contato com suas famílias.
Mulheres e meninas são muitas
vezes sujeitas a abusos, configurando uma violência generalizada contra a
minoria Rohingya. Para alguns especialistas o conflito étnico pode
gerar uma espécie de genocídio.
Minoria Robingya: um drama humanitário, genocídio? |
(Confira na seção de comentários aqui em nosso blog mais informações sobre este drama humanitário, também mensagens sobre estes acontecimentos agora)
Fontes: www.nacoesunidas.org
www.folhaverdenews.com
Myanmar (antiga Birmânia) é um país budista que fica entre a China, Laos, Tailândia, Índia e Bangladesh, ao sul da Ásia, desde 1948 independente do Reino Unido, vive problemas políticos (também por causa de interesses da China, dos Estados Unidos) e muitas tensões étnicas, como a da minoria Rohingya, tema de nossa matéria hoje e de alerta da ONU.
ResponderExcluirToda esta violência é contraditória porque Myanmar é liderado por ex-Prêmio Nobel da Paz (veja o que diz o vídeo independente que postamos aqui no blog).
ResponderExcluirO secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se reuniu no último dia 13 de novembro com a conselheira da República da União de Mianmar, Aung San Suu Kyi, durante o Encontro de Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). A reunião ocorreu em Manila, nas Filipinas. No encontro bilateral, Guterres conversou com a conselheira de Estado sobre a situação na região de Rakhine, em Mianmar, em especial sobre a questão humanitária dos refugiadps, da minoria Rohingya, pedindo soluções.
ResponderExcluirMais de 600 mil pessoas tiveram que fugir de suas casas em direção ao país vizinho, Bangladesh, para escapar da violência contra a minoria Rohingya. O secretário geral da ONU, Guterres afirmou ser fundamental um reforço de ações para garantir o acesso humanitário, seguro, digno e voluntário das pessoas assim como a verdadeira reconciliação entre as comunidades. O secretário-geral também ressaltou a importância da implementação das recomendações da Comissão Consultiva sobre Rakhine. O Conselho de Segurança da ONU pede que Mianmar dê fim a uso de força militar excessiva e da violência na região.
ResponderExcluirO Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou fortemente a violência generalizada no estado de Rakhine, em Mianmar, que levou ao deslocamento de mais de 600 mil membros da comunidade minoritária Rohingya. A declaração do Conselho de Segurança convoca o governo a “restaurar a administração civil e aplicar o Estado de Direito e tomar medidas imediatas de acordo com as obrigações e os compromissos do [governo] de respeitar os direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres, das crianças e das pessoas pertencentes a grupos vulneráveis, sem discriminação e independentemente da etnia, da religião ou do status de cidadania”.
ResponderExcluirImportantíssima a posição da ONU mesmo porque segundo especialistas, ouvidos na BBC, a situação em Myanmar parece caracterizar genocídio da minoria Rohingya.
ResponderExcluirLogo mais, mais informações aqui, onde você pode colocar a sua opinião, se preferir envie a mensagem para a redação do nosso blog de ecologia e de cidadania e-mail para navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirPara envio de fotos ou vídeos ou sugestão de pauta mande pro e-mail do nosso editor de conteúdo padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Acredito que deveria ser cassado o Prêmio Nobel da Paz dado anos atrás à conselheira da República da União de Mianmar, Aung San Suu Kyi, tendo em vista toda essa violência étnica": comentário de João Luís dos Santos Neves, advogado, de São Paulo (SP).
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