A agroecologia é
vital para o meio ambiente e pode ser viável para a economia nos garantindo
alimentos mais saudáveis para a população, melhor condição de vida rural,
mais empregos e também menos doenças na Saúde Pública ajudando assim a
avançar o desenvolvimento sustentável no Brasil: esta é a nossa luta de todos
agora cada vez mais
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Não é só no Brasil, dos 1,5 bilhão de hectares de terras agrícolas em
todo o mundo, 91% são destinados a culturas anuais altamente dependentes de
insumos, como fertilizantes e agrotóxicos, sobretudo monoculturas de trigo,
arroz, milho, algodão e soja, que é o caso de grande parte das terras
paranaenses também onde se realizou a pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz.
Mas, ao contrário do discurso dos fabricantes de agrotóxicos e plantas
transgênicas – muitas delas desenvolvidas justamente para não morrer ao receber
doses cada vez maiores de agrotóxicos –, é possível sim produzir alimentos
para todos sem o uso dessas tecnologias e através da Agroecologia, que
precisa ser estimulada no país como uma das formas de implantação da
sustentabilidade, ou seja, de uma economia ecológica.
Para se ter uma ideia, de todas essas terras cultivadas, apenas 10 a
15% é manejada por agricultores tradicionais. Em seu livro Agroecologia:
Bases Científicas para uma Agricultura Sustentável (editora Expressão
Popular/AS-PTA), o professor de Agroecologia na Universidade da
Califórnia, em Berkeley, o agrônomo Miguel Altieri destaca que na América
Latina, por exemplo, cerca de 17 milhões de unidades camponesas, com menos
de dois hectares, produzem 51% do milho, 77% do feijão e 61% das batatas para
o consumo doméstico. Só no Brasil há cerca de 4,8 milhões de agricultores
familiares (85% de todos os agricultores) que ocupam 30% do total da terra
agrícola do país. E mesmo assim respondem por 33% da área plantada com
milho, 61% com feijão e 64% com mandioca, somando 84% do total de mandioca e
67% de todo o feijão.
Longe de serem atrasadas e improdutivas, segundo Miguel Altieri, essas
propriedades são proporcionalmente mais produtivas que as grandes e chegam
a prover até 20% da oferta mundial de alimentos. E ainda criam 10% mais
empregos permanentes, proporcionam aumento de 20% nas vendas no varejo e
aumentam a renda local em 37%. Além disso, pequenos agricultores ainda se
aproximam mais da agroecologia, preservam melhor os recursos naturais,
reduzindo a erosão do solo e protegendo mais a biodiversidade. Ainda de
acordo com este especialista, estudos mostram que a agricultura tradicional
consegue produzir o ano todo e prosperar sem o uso de agrotóxicos, em
sistemas com elevada diversidade vegetal, na forma de policulturas e/ou
sistemas agroflorestais dotados de plantas ricas em nutrientes, insetos
predadores, polinizadoras, bactérias e outros organismos que desempenham
funções ecológicas benéficas.
A forte base ecológica dessas pequenas propriedades têm muito a
ensinar aos estudiosos e profissionais da agricultura, ainda dão suporte aos
movimentos sociais do campo que se opõem à agricultura industrial em todas as
suas manifestações. Os consumidores são os que devem apoiar mercados mais
solidários e equitativos, que não perpetuam o modelo colonial da agricultura
do pobre para o rico, mas que, ao contrário, representam um modelo que
alavanca pequenas propriedades diversificadas como base para sólidas
economias rurais. "Tais economias não só proporcionarão uma produção
sustentável de alimentos saudáveis, agroecologicamente produzidos e
acessíveis a todos, mas também permitirão que povos indígenas e pequenos
produtores continuem o seu trabalho milenar de promover e conservar a
biodiversidade agrícola e natural da qual todos nós dependemos hoje e
dependeremos ainda mais no futuro", conclui o autor e ecologista Miguel
Altieri.
Sob o governo Michel Temer, só se vê avançarem projetos que beneficiam
a mineração, estimulam o desmatamento, acirram os conflitos agrários, ao
fragilizar direitos de camponeses, como também dos indígenas e de
outras populações tradicionais, além de incentivar ainda mais o uso de
agrotóxicos e transgênicos.É o que conclui esta matéria que apesar da
realidade ainda infeliz no setor, desvenda um caminho feliz para a
agroecologia.
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(Confira na seção de comentários aqui em nosso blog da ecologia
e da cidadania mais algumas informações relacionadas a este tema, além de
mensagens e opiniões)
Fontes: www.ecoagência.com.br
www.redebrasilatual.com.br
www;folhaverdenews.com
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PODCAST
terça-feira, 14 de novembro de 2017
A AGROECOLOGIA NO PAÍS DOS AGROTÓXICOS E DOS RURALISTAS PARECE UTOPIA MAS É VIÁVEL E PODE AVANÇAR O MERCADO, A ECONOMIA, A BIODIVERSIDADE E A SAÚDE DA POPULAÇÃO
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"Previsão de doenças e de danos ambientais não deve influir em decisão da CTNBio, que analisa novas variedades de transgênicos. Em 100% dos casos, órgão desprezou riscos e incertezas em favor da indústria": comentário da jornalista Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual.
ResponderExcluirCida de Oliveira fala isso para expressar que a Agroecologia terá dificuldades enquanto os governantes continuarem a apoiar o lobby dos agrotóxicos e dos transgênicos, apesar dos problemas que este modelo tem causado: "O câncer infantojuvenil, especialmente do tipo leucemia, é a segunda causa de morte entre a população brasileira com menos de 20 anos. Estudos mostram que a exposição aos agrotóxicos é o principal fator ambiental desta e de outras doenças, além das sequelas ambientais".
ResponderExcluirVocê pode colocar aqui sua informação ou comentário ou se preferir ou precisar envie sua mensagem para o e-mail da redação do nosso blog de ecologia e de cidadania que a gente posta p/vc: navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirVocê também pode contatar nosso editor de conteúdo deste blog e nos enviar material como informações, vídeos, fotos, mande tudo para padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluirAssim que obteve, em junho passado, a liberação da cana transgênica resistente à mais comum de suas pragas, a broca, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) avisou a seus acionistas: a partir de 2018 vai lançar variedades de cana resistentes a insetos – no plural mesmo. Segundo o informe, haverá maior produtividade e menor uso de inseticidas, além de economia de mão de obra, máquinas, combustível e água. "No futuro, essa característica virá associada à tolerância a herbicidas", diz o CTC, que espera assim expandir os ganhos ambientais, econômicos e a simplicidade de manejo da operação. O anúncio é animador para as intenções de lucro dos acionistas, entre eles fundos de investimentos, cujo único compromisso é com o capital. No entanto, para cientistas, especialistas em saúde coletiva e meio ambiente, é uma preocupação a mais, porque estudos comprovam exatamente o contrário.
ResponderExcluirPrimeiro porque as plantas transgênicas não são desenvolvidas para aumentar a produtividade da lavoura. E sua produção começa a cair em pouco tempo, ao passo que aumenta o consumo de agrotóxicos. É o que aconteceu com a soja, por exemplo. Uma pesquisa divulgada na edição de outubro da revista Ciência & Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Fruto da ciência cidadã, assinada por pesquisadores vinculados a importantes universidades e à Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, o trabalho mostra que a quantidade desses produtos tóxicos nas lavouras mais do que triplicou em 10 anos e isso mostra o mega desafio da Agroecologia hoje no país.
"O desafio é realmente monstruoso mas basta uma gestão pública consciente e sustentável para mudar esta situação de impossibilidade, com a Agroecologia o Brasil pode vir a ser a vanguarda mundial dos alimentos saudáveis, bom para a economia e para a nossa ecologia, carente de nova realidade": comentário de José Leonor dos Santos, engenheiro agrônomo que se formou pela UFMG e atua no Mato Grosso.
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