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terça-feira, 14 de novembro de 2017

A AGROECOLOGIA NO PAÍS DOS AGROTÓXICOS E DOS RURALISTAS PARECE UTOPIA MAS É VIÁVEL E PODE AVANÇAR O MERCADO, A ECONOMIA, A BIODIVERSIDADE E A SAÚDE DA POPULAÇÃO


A agroecologia é vital para o meio ambiente e pode ser viável para a economia nos garantindo alimentos mais saudáveis para a população, melhor condição de vida rural, mais empregos e também menos doenças na Saúde Pública ajudando assim a avançar o desenvolvimento sustentável no Brasil: esta é a nossa luta de todos agora cada vez mais

  
  
Agroecologia é positiva em todo sentido


 
Através da EcoAgência e postagens no site Rede Brasil Atual aqui uma informação de valor para a maioria da população: a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, vinculada à Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz) divulgou estudo que aponta que o número de casos de malformações congênitas mais que dobrou nas últimas duas décadas no Paraná. De 1994 a 2003, foram registrados lá 4.238 casos entre os nascidos vivos. De 2003 a 2014, o número passou para 11.787. Mas há também outras doenças ligadas a alimentos transgênicos ou contendo excesso de agrotóxicos. Os dados alarmantes estão associados ao uso abusivo de agrotóxicos, que deixam um rastro de doenças e mortes nas regiões onde há produção agrícola com uso desses venenos. E a julgar pelo aumento de projetos de lei no Congresso Nacional (com predominância de parlamentares ruralistas) que estão  incentivando ainda mais o uso de agrotóxicos e transgênicos em um país já campeão no consumo dessas tecnologias, como é o Brasil, a tendência é de agravamento da situação. Muito mais gente estará exposta a riscos ainda maiores de desenvolver diversos tipos de câncer, problemas endocrinológicos, mal de Parkinson, abortos, de gerar filhos com autismo ou até mesmo com malformações.

Agritóxicos e transgênicos geram cânceres


Não é só no Brasil, dos 1,5 bilhão de hectares de terras agrícolas em todo o mundo, 91% são destinados a culturas anuais altamente dependentes de insumos, como fertilizantes e agrotóxicos, sobretudo monoculturas de trigo, arroz, milho, algodão e soja, que é o caso de grande parte das terras paranaenses também onde se realizou a pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz. Mas, ao contrário do discurso dos fabricantes de agrotóxicos e plantas transgênicas – muitas delas desenvolvidas justamente para não morrer ao receber doses cada vez maiores de agrotóxicos –, é possível sim produzir alimentos para todos sem o uso dessas tecnologias e através da Agroecologia, que precisa ser estimulada no país como uma das formas de implantação da sustentabilidade, ou seja, de uma economia ecológica.


Além do mais a chance duma vida saudável



Para se ter uma ideia, de todas essas terras cultivadas, apenas 10 a 15% é manejada por agricultores tradicionais. Em seu livro Agroecologia: Bases Científicas para uma Agricultura Sustentável (editora Expressão Popular/AS-PTA), o professor de Agroecologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, o agrônomo Miguel Altieri destaca que na América Latina, por exemplo, cerca de 17 milhões de unidades camponesas, com menos de dois hectares, produzem 51% do milho, 77% do feijão e 61% das batatas para o consumo doméstico. Só no Brasil há cerca de 4,8 milhões de agricultores familiares (85% de todos os agricultores) que ocupam 30% do total da terra agrícola do país. E mesmo assim respondem por 33% da área plantada com milho, 61% com feijão e 64% com mandioca, somando 84% do total de mandioca e 67% de todo o feijão.


Cientistas defendem a agroecologia

Longe de serem atrasadas e improdutivas, segundo Miguel Altieri, essas propriedades são proporcionalmente mais produtivas que as grandes e chegam a prover até 20% da oferta mundial de alimentos. E ainda criam 10% mais empregos permanentes, proporcionam aumento de 20% nas vendas no varejo e aumentam a renda local em 37%. Além disso, pequenos agricultores ainda se aproximam mais da agroecologia, preservam melhor os recursos naturais, reduzindo a erosão do solo e protegendo mais a biodiversidade. Ainda de acordo com este especialista, estudos mostram que a agricultura tradicional consegue produzir o ano todo e prosperar sem o uso de agrotóxicos, em sistemas com elevada diversidade vegetal, na forma de policulturas e/ou sistemas agroflorestais dotados de plantas ricas em nutrientes, insetos predadores, polinizadoras, bactérias e outros organismos que desempenham funções ecológicas benéficas.


 Ela é também alternativa de sobrevivência



A forte base ecológica dessas pequenas propriedades têm muito a ensinar aos estudiosos e profissionais da agricultura, ainda dão suporte aos movimentos sociais do campo que se opõem à agricultura industrial em todas as suas manifestações. Os consumidores são os que devem apoiar mercados mais solidários e equitativos, que não perpetuam o modelo colonial da agricultura do pobre para o rico, mas que, ao contrário, representam um modelo que alavanca pequenas propriedades diversificadas como base para sólidas economias rurais. "Tais economias não só proporcionarão uma produção sustentável de alimentos saudáveis, agroecologicamente produzidos e acessíveis a todos, mas também permitirão que povos indígenas e pequenos produtores continuem o seu trabalho milenar de promover e conservar a biodiversidade agrícola e natural da qual todos nós dependemos hoje e dependeremos ainda mais no futuro", conclui o autor e ecologista Miguel Altieri.








Sob o governo Michel Temer, só se vê avançarem projetos que beneficiam a mineração, estimulam o desmatamento, acirram os conflitos agrários, ao fragilizar direitos de camponeses, como  também dos indígenas e de outras populações tradicionais, além de incentivar ainda mais o uso de agrotóxicos e transgênicos.É o que conclui esta matéria que apesar da realidade ainda infeliz no setor, desvenda um caminho feliz para a agroecologia.


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(Confira na seção de comentários aqui em nosso blog da ecologia e da cidadania mais algumas informações relacionadas a este tema, além de mensagens e opiniões)


Lobby do mercado e dos agrotóxicos pode ser quebrado através da agroecologia



Fontes: www.ecoagência.com.br
             www.redebrasilatual.com.br
             www;folhaverdenews.com 


6 comentários:

  1. "Previsão de doenças e de danos ambientais não deve influir em decisão da CTNBio, que analisa novas variedades de transgênicos. Em 100% dos casos, órgão desprezou riscos e incertezas em favor da indústria": comentário da jornalista Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual.

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  2. Cida de Oliveira fala isso para expressar que a Agroecologia terá dificuldades enquanto os governantes continuarem a apoiar o lobby dos agrotóxicos e dos transgênicos, apesar dos problemas que este modelo tem causado: "O câncer infantojuvenil, especialmente do tipo leucemia, é a segunda causa de morte entre a população brasileira com menos de 20 anos. Estudos mostram que a exposição aos agrotóxicos é o principal fator ambiental desta e de outras doenças, além das sequelas ambientais".

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  5. Assim que obteve, em junho passado, a liberação da cana transgênica resistente à mais comum de suas pragas, a broca, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) avisou a seus acionistas: a partir de 2018 vai lançar variedades de cana resistentes a insetos – no plural mesmo. Segundo o informe, haverá maior produtividade e menor uso de inseticidas, além de economia de mão de obra, máquinas, combustível e água. "No futuro, essa característica virá associada à tolerância a herbicidas", diz o CTC, que espera assim expandir os ganhos ambientais, econômicos e a simplicidade de manejo da operação. O anúncio é animador para as intenções de lucro dos acionistas, entre eles fundos de investimentos, cujo único compromisso é com o capital. No entanto, para cientistas, especialistas em saúde coletiva e meio ambiente, é uma preocupação a mais, porque estudos comprovam exatamente o contrário.
    Primeiro porque as plantas transgênicas não são desenvolvidas para aumentar a produtividade da lavoura. E sua produção começa a cair em pouco tempo, ao passo que aumenta o consumo de agrotóxicos. É o que aconteceu com a soja, por exemplo. Uma pesquisa divulgada na edição de outubro da revista Ciência & Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Fruto da ciência cidadã, assinada por pesquisadores vinculados a importantes universidades e à Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, o trabalho mostra que a quantidade desses produtos tóxicos nas lavouras mais do que triplicou em 10 anos e isso mostra o mega desafio da Agroecologia hoje no país.

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  6. "O desafio é realmente monstruoso mas basta uma gestão pública consciente e sustentável para mudar esta situação de impossibilidade, com a Agroecologia o Brasil pode vir a ser a vanguarda mundial dos alimentos saudáveis, bom para a economia e para a nossa ecologia, carente de nova realidade": comentário de José Leonor dos Santos, engenheiro agrônomo que se formou pela UFMG e atua no Mato Grosso.

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