Guaraná é hoje exportado em mais de 7 toneladas/ano |
Índios consomem Guaraná numa cuia ritual |
Os índios Saterés-Mawés se consideram filhos do Guaraná |
É um povo milenar do baixo Amazonas |
Os índios Saterés-Mawés domesticaram o Guaraná em meio a algumas lendas da Amazônia, como a que conta que o indiozinho teria sido morto por familiares porque pegara um fruto proibido. Do corpo, a mãe enterrou um olho. O Guaraná maduro é vermelho por fora e branco e preto por dentro. Ele parece mesmo um olho humano em cachos. Como diz a lenda, levou mais vida para quem vive da planta. Os índios da etnia Sateré-Mawé ocupam a região amazônica em torno dos municípios Maués, Barreirinha e Parintins. Esses indígenas têm tradição no cultivo do Guaraná. O índio que civilmente se identidifica como Joel Batista planta a cultura há mais de 50 anos, começou a criar abelhas para melhorar a frutificação. “Sem abelha não floresce mas com a abelha, floresce, melhor”. O Guaraná misturado somente à água vira bebida energética que renova as forças e mantém a vitalidade. A pessoa que consome o líquido acredita na longevidade. Joel Batista, com 72 anos, não tem um dia que não beba o Guaraná. E todos da família bebem na única cuia e sempre da esquerda para a direita, duas vezes num ritual desde tempos imemoriais. Atualmente, os índios e os caboclos retiram parte da plantação para vender. O Consórcio Sateré Maué, que funciona como cooperativa, é formado por 300 produtores. A sede fica em Parintins, a 369 quilômetros de Manaus. No local, as sementes passam por um processo de limpeza. Elas são trituradas e viram pó, produto pronto para ir de barco até Manaus para ser comercializado para todo o país e para o exterior. O Guaraná coletado dos produtores indígenas do baixo Amazonas leva uma média de três meses para ser beneficiado. Depois de todo o processo, o produto vai preferencialmente para a Itália, Holanda, Alemanha e França, além do mercado nacional. A exportação começou há 20 anos com 20 quilos. Hoje, chega a sete toneladas por ano. E os orientais já estão importando também em grandes quantidades. “Essa semente é especial pra gente do povo Sateré-Mawé porque somos reconhecidos mitologicamente como filhos do Guaraná. Depois, trabalhamos com os produtores da forma bem tradicional, da forma cultural e chega até esse processo de exportação, aonde somos reconhecidos hoje mundialmente”, diz Eudes Batista, administrador do consórcio. O dinheiro conseguido com a venda do guaraná é muito importante no sustento das famílias. E a ciência ajuda a melhorar a produção. Os povos indígenas começaram a domesticação do Guaraná na Amazônia há mais de 500 anos pelo menos e da cultura e da sabedoria nativa surgiu a inspiração para as pesquisas genéticas, que estão em estágio avançado na Embrapa da região norte do Brasil.“As indústrias requerem grande quantidade de Guaraná. Nós sabemos que embora tenha sido originário da floresta, quando você quer produção na floresta, a produtividade é muito baixa porque ele gasta toda a sua energia pra alcançar o dorceu superior das plantas, pra produzir muito pouco”, diz Fermino Nascimento Filho, agrônomo da Embrapa. Na década de 1960 a produtividade nativa era considerada alta. Mas as doenças mudaram a qualidade e derrubaram o rendimento. No laboratório de biologia molecular da Embrapa Amazônia Ocidental, é possível descobrir toda a genética do pé de Guaraná e como evitar problemas no campo. “A gente utiliza técnicas que elas estão focadas na variabilidade do DNA, do genoma de cada uma dessas plantas. Assim identificando aquelas plantas que são resistentes, tem caracteres agronômicos de interesse tanto resistência quanto produtividade”, diz Gilvan Ferreira, também, biólogo da Embrapa. Com essa contribuição, nascem as plantas mais resistentes e produtivas. A Embrapa melhorou as cultivares para garantir um Guaraná de mais qualidade ainda. Há 16 tipos no mercado. Cada planta ganha uma plaquinha com números e nome indígena. Uma das plantas lançada em 2011 pode produzir até três quilos por ano, contra 1,5 quilo de uma planta comum. Com a planta completamente domesticada, o Guaraná indígena é transformado em produtos como refrigerante ou cerveja e alguns medicamentos também. O produto faz sucesso fora e dentro do Brasil. O agricultor Antônio Gonçalves planta Guaraná no sítio. Ele tem o costume tradicional de consumir o Guaraná, mas fez a plantação crescer pensando no comércio. A primeira muda foi plantada há cerca de 50 anos. Hoje, são mais de três mil pés espalhados em nove hectares. Só desta plantação são colhidas por ano quase três toneladas de Guaraná, a riqueza do Amazonas.
Médicos como Dr. Victor Sorrentino desaconselham o uso de refrigerante mesmo contendo Guaraná |
Os povos nativos e os refrigerantes que usam o Guaraná como ingrediente
Estes povos da floresta chamados regionalmente "Mawés''. Ao longo de sua história, já
receberam vários nomes, dados por cronistas, desbravadores dos sertões,
missionários e naturalistas: Mavoz, Malrié, Mangnés, Mangnês, Jaquezes,
Magnazes, Mahués, Magnés, Mauris, Mawés, Maragná, Mahué, Magneses,
Orapium. Autodenominam-se Sateré-Mawé. O primeiro nome - Sateré - quer dizer
"lagarta de fogo", referência ao clã mais importante dentre os que
compõem esta sociedade, aquele que indica tradicionalmente a linha
sucessória dos chefes políticos. O segundo nome - Mawé - quer dizer
"papagaio inteligente e curioso" e não é designação clânica.
A língua Sateré-Mawé integra o tronco lingüístico Tupi. Segundo o
etnógrafo Curt Nimuendaju (1948), ela difere do Guarani-Tupinambá. Os
pronomes concordam perfeitamente com a língua Curuaya-Munduruku, e a
gramática, ao que tudo indica, é Tupi. O vocabulário Mawé contém
elementos completamente estranhos ao Tupi, mas não pode ser relacionado a
nenhuma outra família lingüística. Desde o século XVIII, seu repertório
incorporou numerosas palavras da língua geral. Os índios e caboclos atualmente são bilíngües, falando o Sateré-Mawé e o português,
mas algumas das mulheres dessa tribo, apesar de três séculos de contato com os
brancos, só fala a língua Sateré-Mawé e continua todo dia a fazer o uso do Guaraná na cuia que desde as crianças aos mais velhos todos consomem, também como uma forma de respeito à sua tradição cultural indigena. Em contraste com as tradições dos povos da floresta, a indústria dos refrigerantes (com o consumo aumentando em mais de 400% nestes dois últimos anos no Brasil) usam um pouco de pó de Guaraná em meio a toda uma fórmula, que inclui adoçantes e aditivos, alguns considerados tóxicos e cancerígenos: vale entrar no blog do médico Victor Sorrentino (indicado aqui como fonte) para ver em detalhes estes riscos do consumo de todos os refrigerantes industrializados, especialmente para as crianças. Para todos, porém, o Guaraná natural, na forma de pó, xarope, suco ou semente prensada e seca ou torrada é visto como um energético que não tem contraindicações e faz bem à saúde.
Fontes: www.ambientebrasil.com.br
Globo Natureza
www.blogdodrvictorsorrentino.com
http://folhaverdenews.blogspot.com
Fontes: www.ambientebrasil.com.br
Globo Natureza
www.blogdodrvictorsorrentino.com
http://folhaverdenews.blogspot.com
Superinteressantes as informações sobre a tradição dos índios do baixo Amazonas, os Sateré-Mawé, que se consideram filhos do Guaraná, hoje um produto que exporta cerca de 7 toneladas por ano e é uma das opções brasileiras para um desenvolvimento sustentável dos povos da floresta do norte do país. Nas cidades, o Guaraná é considerado o energético mais natural e mais eficiente, sem efeitos colaterais, como refrigerantes e outros produtos industrializados.
ResponderExcluirO Guaraná no Brasil e em todos os países é usado também como um afrodisíaco, além de energético, havendo ainda os que o utilizam como tônico muscular e remédio amargo para desintoxicar o fígado.
ResponderExcluirMédicos como o Dr. Victor Sorrentino desaconselham o consumo de quaisquer refrigerantes (mesmo os que usam o nome ou contenham um pouco de Guaraná) por que viciam, engordam, têm vários malefícios para a saúde, toxicidade, aditivos, mas ao contrário o Guaraná natural não tem estes problemas, embora contenha cafeína e possa tirar o sono, sendo visto como um estimulante leve, mas não uma droga.
ResponderExcluirPara mais informações sobre os perigos e problemas causados pelos refrigerantes, indicamos aqui entre as fontes deste post o blog do Dr. Victor Sorrentino: www.blogdodrvictorsorrentino.com
ResponderExcluirMande sua informação, mensagem, opinião ou comentário sobre esta pauta de hoje do nosso blog da ecologia e da cidadania aqui para o e-mail da redação: navepad@netsite.com.br
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