Produtores culturais consagrados reclamam: imagina então a situação dos menos conhecidos Produtores culturais
consagrados reclamam: imagina então a situação dos menos
conhecidos O ator de TV e de teatro Antônio Fagundes critica o
que chama de censura econômica na produção cultural brasileira de hoje, o
também superfamoso escritor Paulo Coelho discorda dos critérios do Ministério
da Cultura do Brasil e por protesto deixa de participar da Feira de Autores de Frankfurt, em
defesa da nova geração, esquecida. Exceção no país no momento, o ator, diretor
e produtor Wagner Moura, que entre outras produções, interpreta o filme made in USA "Elysium", celebra a sua melhor fase, com vários trabalhos com sucesso de público e também elogiado pela mídia especializada. Mas em geral, atores,
atrizes, diretores de teatro, cineastas, autores, músicos, cantores e
cantoras, artistas plásticos, gente de todos os setores da atual produção
cultural brasileira, jovens ou ainda desconhecidos, endossam críticas à atual
realidade cult do Brasil: "Ela em geral não favorece novos caminhos ou linguagens, que são fundamentais para a arte e a cultura mudarem a realidade atual e criarem o nosso futuro", comenta aqui no blog da ecologia e da cidadania Folha Verde News, o nosso editor de conteúdo, Antônio de Pádua Padinha: "É uma situação de gravidade, prejudica não só as novas gerações mas também produtores que são mais experientes e têm propostas mais inovadoras, que acabam não encontrando neste mercado brechas para a sua manifestação cult". Em entrevista ao "TV Folha", o ator Antônio Fagundes critica a Lei
Rouanet de captação de recursos para a produção cultural pelo que ele chama de "censura econômica" ao teatro no Brasil.
Fagundes considera o atual sistema como uma censura mais grave do que a
imposta na época da ditadura em função das verbas ficarem condicionadas
ao gosto dos diretores de marketing das empresas. O ator procurou destacar o seu trabalho independente, no caso, na peça "Tribos", em cartaz no
teatro TUCA em São Paulo. A peça tem texto de Nuna Raine e direção de Ulisses Cruz, buscando uma nova maneira inteligente de debater a realidade do país e da vida. Um grupo de autores, escritores, atrizes, atores, músicos, pintores e poetas da Bahia fizeram ontem uma manifestação sobre esta questão levantada por Antônio Fagundes e pelas criticas de Paulo Coelho, na Alemanha. Wagner Moura disse que talvez pela sua "cara de homem normal" é a chave para os
convites que recebe para atuar. "Não me acho galã nem tão inteligente, eu me sinto muito
um homem normal, com uma cara de brasileiro. E eu acho que isso foi uma
coisa muito boa para mim no cinema, em todo trabalho", disse ele em entrevista ontem à repórter Renata Vasconcelos no programa da Globo, Fantástico. Talvez ele seja uma exceção, que vem a confirmar a realidade geral dos produtores de arte e cultura no Brasil agora.
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Wagner Moura, a exceção |
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9 Mil Anjos, uma inovação que ficou sem espaço no mercado musical | |
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Larrisa Baq assim como Diego Figueiredo estão entre os muitos que buscam atuar mais no exterior |
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Alberto Kouri também não está na lista chapa branca do Minc para Frankfurt |
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Artes culturais alternativas de vários tipos não têm espaço no mercado cult |
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A nova geração tem a rua como um canal de expressão |
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Antônio Fagundes com seu filho Bruno nos bastidores duma filmagem |
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Muita gente de fora do mercado cult |
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Stephanie Pilick/DPA/Frame/Folhapress fotografou Paulo Coelho criticando o Brasil na Alemanha |
Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão
Welt am
Sonntag, o escritor Paulo Coelho fez graves acusações ao governo
brasileiro e disse por protesto que não vai à
Feira do Livro de Frankfurt, cidade pela qual tem o maior carinho e onde seu trabalho é muito conceituado: o evento
literário, em que o Brasil é país convidado, se realiza desta próxima
quarta-feira até domingo e Paulo Coelho citou para o jornal
Folha de SP e o site
UOL como motivo do seu boicote à feira, sua discordância em relação à lista de autores convidados pelo
Ministério da Cultura de autores e da qual ele
faz parte. "Duvido que todos sejam escritores profissionais", afirmou: "Na maior parte são amigos dos amigos dos amigos, dos 70 convidados, só conheço 20, nunca ouvi falar dos outros 50. O que mais
me aborrece: existe uma nova e excitante cena literária no Brasil.
Muitos desses jovens autores não estão na lista", lamentou o escritor que preferiu em nome desta crítica sacrificar a sua participação em Frankfurt. Ele relacionou jovens autores que deveriam ter sido convidados por justiça e para divulgar a nova geração da literatura do Brasil, entre outros, Eduardo Sphor, Carolina Munhoz, Thalita Rebouças, André Vianco, Felipe
Neto e Raphael Draccon. "Não quero posar agora de Robin Hood. Não sou Zorro nem Cavaleiro
Solitário. Mas não me sentiria bem em pertencer a uma delegação oficial
de escritores brasileiros que na maioria ninguém nunca ouviu falar ou que tem um trabalho pouco representativo, isso enquanto muitos
escritores profissionais de muito talento do meu país não foram convidados",
disse Paulo Coelho também ao jornal alemão
Suddeutsche Zeitung, que deu destaque à sua crítica que exemplifica o universo meio que difícil para variados produtores culturais da atualidade brasileira.
Fontes: www.uol.com.br
jornais Suddeustche Zeitung
e Welt am
Sonntag
http://folhaverdenews.blogspot.com
Em cima de fatos e personagens destes dias fazemos uma avaliação da luta cult na atualidade do país, onde poucos criadores de arte ou de cultura não reclamam dos erros e dos limites do setor, desde famosos atores globais a anônimos poetas de rap.
ResponderExcluirA situação exposta por Paulo Coelho, campeão de traduções de seus livros em várias línguas, no que acontece agora com a Feira de Autores em Frankfurt na Alemanha (em relação a escritores brasileiros sem espaço para mostrarem seu trabalho ou seu talento) é bem clara.
ResponderExcluirWagner Moura, que se apóia na estrutura da grande mídia da Rede Globo, é uma exceção que confirma a regra: neste ponto, valiosa a crítica do também global Antônio Fagundes sobre a Lei Rouanet (e a ação dos homens de mkt das empresas, que ele chama de censura econômica).
ResponderExcluirResta a expressão na rua ou os mercados mais alternativos para as produções menos comerciais ou mais inovadoras? Mande o seu comentário ou informação sobre esta pauta para o e-mail do nosso blog
ResponderExcluir(navepad@netsite.com.br) questionando este importante setor da realidade do país.
Por um erro de edição caiu a foto dos integrantes da banda "9 Mil Anjos", que foi liderada por Júnior (irmão de Sandy) e que tinha uma proposta diferente do comum ou comercial no mercado musical: em breve ao voltarmos a esta pauta, vamos postar esta foto do grupo já extinto agora.
ResponderExcluir"Curti este post, a gente aqui na Unesp de Bauru estamos tentando criar um polo de produção cultural": foi o e-mail que a gente recebeu aqui no blog, tendo sido enviado por Aparecida de Castro, a quem pedimos qaue nos envie mais informações. Abraços e paz.
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