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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

AS SEMENTES SUICIDAS AINDA REPRESENTAM UM PERIGO PARA A AGRICULTURA DO BRASIL



Retirado de pauta na CCJ o projeto de lei 268/07 mas ele ainda tem o apoio de ruralistas 

Este projeto abominado por agrônomos, cientistas e ecologistas é também conhecido por causa do uso das chamadas sementes transgênicas suicidas: felizmente, ele foi retirado da pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados a pedido também de  entidades representantes dos movimentos sociais do campo no encerramento da última reunião da comissão. O PL 268/2007 permitiria  a produção e comercialização de sementes transgênicas cujas safras não possuam a característica de germinação após a colheita, evitando assim que possam ser novamente usadas, esta característica é chamada de Terminator ou semente suicida, no Brasil. Junto ao pedido para a retirada de pauta, os deputados, agroecologistas  e representantes dos movimentos sociais do campo entregaram ao presidente da CCJ, deputado Décio Lima (PT), um abaixo assinado com mais de 15 mil assinaturas contra o projeto que foi claro: "Dependendo de mim, as sementes suicidas nunca mais entram em debate na Câmara"... "Diante do perigo que elas representam para a agroecologia, para a biodiversidade e até para a saúde da nossa natureza e também dos consumidores brasileiros, precisamos sempre ficar atentos e alertar a população e as autoridades", comentou nosso editor, o ecologista Antônio de Pádua Padinha aqui no blog Folha Verde News, onde ele recebeu um e-mail com informações da pesquisadora Sílvia Ribeiro, da IHU-On-Line (Instituto Humanistas Unisinos, IHU),  enviado a nós através de Adriano Diogo, que preside a seção paulista da Comissão da Verdade e se mostrou mobilizado para esta questão também por uma carta aberta enviada à Presidenta Dilma Rousseff pelo Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e outras entidades, advertindo sobre os riscos das chamadas sementes suicidas.  Silvia Ribeiro é jornalista especializada em questões socioambientais, com atuação muito respeitada em países como Suécia, Uruguai e Brasil. Em todo o mundo, organizações ambientalistas, de agricultores e de desenvolvimento sustentável estão unidas contra estas sementes de tecnologia Terminator, desenvolvidas pela Delta & Pine e Monsanto, conseguiram movimentar uma onda de muitos protestos internacionais. Retirado de pauta dia 16 de outubro, o infeliz PL de autoria do deputado Eduardo Sciarra (PSD-PR), beneficia diretamente às multinacionais que produzem estes transgênicos, como a norte-americana Monsanto, que em 2007, adquiriu a Deltapine, desenvolvedora da tecnologia Terminator,  obrigando o produtor brasileiro em todos os seus plantios comprar as suas sementes. Além disso, há ainda o risco de cruzamento com as sementes plantadas na vizinhança, o que provocaria impactos sobre a biodiversidade e ecossistemas, e grandes prejuízos econômicos para os agricultores brasileiros. O deputado Décio Lima se comprometeu a não colocar a matéria na pauta da CCJ. “Se depender da minha deliberação, esse projeto não retornará à pauta da comissão enquanto eu estiver na presidência da CCJ”, reafirmou à Maíra Campos e repórteres da Agência Brasil e também dos sites Hora do Povo e EcoAgência . "Posso garantir que não colocarei o projeto em pauta e também que ele não terá o meu voto favorável”, acrescentou. Para o deputado estadual gaúcho Altemir Tortelli, coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar, Agricultura Familiar e Sustentabilidade, a permissão para este tipo de cultivo poderá vir a ter um efeito desastroso.“Se algo assim for aprovado, o Brasil não apenas mudará sua lei nacional, com consequências inaceitáveis para a biodiversidade e para os agricultores – especialmente para agricultura familiar – mas também violará, unilateralmente, um acordo internacional da ONU, com efeitos desastrosos para a segurança e soberania alimentar dos povos”, afirmou Altemir Tortelli. O projeto vai contra inclusive aos acordos internacionais aos quais o Brasil é signatário. Se a proposta for aprovada, o Brasil passará a ser o único entre 170 países a romper acordo internacional que proíbe a utilização deste tipo de semente. Desde 2000 a ONU, num acordo internacional (Conferência das Partes COP-5) do qual o Brasil é signatário, se compromete a não permitir a introdução destas sementes suicidas. Também está na lei brasileira de biotecnologia desde 2003, que é crime introduzir e vender a semente  tipo Terminator no Brasil.  “O que está em jogo, na verdade, é o controle absoluto das multinacionais sobre a agricultura de um país. Cada vez que as multinacionais conseguem aumentar seu controle sobre as sementes, os agricultores, de outro lado, perdem a autonomia sobre a semente”, diz o técnico Gabriel Fernandes, da entidade ambientalista ASPTA (Agricultura Familiar e Agroecologia). Alguns parlamentares ruralistas e outros influenciados pelo lobby da Monsanto apóiam o uso no Brasil da  tecnologia suicida afirmam que ela poderia ser mais uma garantia para a biossegurança (por ser estéril, ela impediria a contaminação das sementes convencionais pelas transgênicas. é o que eles argumentam). No entanto, Gabriel Fernandes rebate os argumentos. “Na verdade, isso é uma grande falácia, porque as sementes Terminator não vão evitar a contaminação, pelo contrário, podem promover uma contaminação ainda mais grave, passar essa esterilidade para outras sementes nativas, naturais, orgânicas. Então o agricultor que vai colher a semente dele e separar para plantar na próxima safra, se tiver sido contaminada com as sementes Terminator ou suicidas, boa parte da lavoura não vai nascer no ano seguinte”, adverte o presidente da entidade ASPTA, Agricultura Familiar e Agroecologia. As sementes suicidas são muito rentáveis é para as multinacionais. Além de o agricultor ter que comprar estas sementes todas as safras, a tecnologia permite uma fiscalização mais eficiente em relação aos royalties, cobrados pelas múltis para a utilização de suas sementes. Especialistas avaliam que se algum agricultor escapar do controle das empresas, a semente Terminator resolve a situação, já que não germina. Além disso, ainda há a possibilidade de fazer uma alteração genética na planta como, por exemplo, provocar uma dependência, fazendo com que a semente produza somente se for aplicado determinado agrotóxico. A Terminator é uma semente suicida e mais, provoca dependência, como as drogas...

A luta para proteger a agroecologia das sementes suicidas...

...tem fórum internacional, apoio de pesquisadores e de ecologistas em todo o planeta
 
Fontes: Agência Brasil 
              IHU On-Line
              www.horadopovo.com.br
              www.ecoagencia.com.br
              http://folhaverdenews.blogspot.com
 

5 comentários:

  1. O Instituto Humanistas Unisinos (IHU) via a pesquisadora Silvia Ribeiro informa que apesar de o Convênio de Diversidade Biológica das Nações Unidas – CDB ter adotado uma moratória global conta a experimentação e o uso da tecnologia Terminator dez anos atrás, tramitam no Congresso Nacional brasileiro dois projetos de lei que pretendem liberar o uso dessas sementes no país.

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  2. As iniciativas são “extremamente preocupantes” e propõem a criação de uma “lei que é contra a soberania alimentar”, declara Silvia Ribeiro, da IHU On-Line, jornalista, pesquisadora socioambiental que é pela sua atuação respeitada em vários países. De acordo com a pesquisadora, a tecnologia Terminator foi desenvolvida pela empresa Delta & Pine, propriedade da Monsanto, em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Trata-se de uma tecnologia transgênica para fazer sementes suicidas: são plantadas, dão fruto, mas a segunda geração torna-se estéril, para obrigar os agricultores a comprar sementes novamente em cada estação”.

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  3. Atualmente, seis transnacionais controlam as sementes transgênicas plantadas no mundo. Destas, cinco “têm patentes do tipo Terminator” e três “detêm mais da metade do mercado global de sementes (53%)”. Este são os lobbies que estão por trás dos projetos de lei (PL) de autoria da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e do deputado Cândido Vaccarezza (PT) e enfatiza que, se o Brasil aprová-los, estará condenando a sua própria agricultura e a biodiversidade da natureza do Brasil.

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  4. Mande vc tb a sua informação, comentário, mensagem ou opinião aqui para o e-mail do nosso blog de ecologia e de cidadania: navepad@netsite.com.br

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  5. "Este projeto de lei foi tirado de pauta na Câmara mas senadores ligados ao ruralismo e ao desenvolvimentismo podem estar preparando alguma estratégia em defesa destas sementes assassinas desenvolvidas pela Delta & Pine e comercializadas pela Monsanto": é a mensagem que nos envia o agrônomo José Castro Santos por e-mail.

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