Lixo plástico flutua sobre a água e peixes mais mortos que
vivos, boiando na superfície dos rios em busca de ar. Isso que é rotina nos rios brasileiros há alguns
anos, esta era a situação das paisagens fluviais em toda a Alemanha e especialmente no rio Elba, que deságua no Mar do Norte nas proximidades
de Hamburgo, tendo antes percorrido cerca de mil quilômetros a partir na
nascente, na fronteira com a República Checa, a poluição valia como mau exemplo
para a preservação do meio ambiente. Até a reunificação alemã, em 1990, a
Alemanha ocidental, capitalista, eliminava todo o seu esgoto no rio –
sem nenhum tipo de tratamento. Em 1988, pesquisadores detectaram um coquetel de poluentes nas águas
do Elba, composto de cerca de 16 mil toneladas de nitrogênio, 10 mil
toneladas de fósforo, 23 toneladas de mercúrio e três toneladas do
composto químico pentaclorofenol, altamente tóxico. Esses componentes
químicos eram transportados diretamente para o mar. Segundo Veit Hennig, biólogo da
Universidade de Hamburgo, as
condições do Elba na década de 80 eram críticas: “Os peixes tinham
feridas graves na boca e os linguados apresentavam pústulas nas
escamas.” Atualmente, porém, botos estão voltando tanto ao Elba quanto a outros
rios alemães e são considerados uma visão comum. Com o fechamento de
muitas fábricas da antiga Alemanha Oriental comunista, a limpeza de
águas residuais e a imposição de normas ambientais muito mais rigorosas, os
rios praticamente mortos puderam ser salvos, diz Hennig. Pescadores e
banhistas agora podem utilizar o Elba e os outros rios alemães sem
preocupações. Nas margens do rio Elba, em Hamburgo, Hennig explica por que os botos
agora nadam do Mar do Norte para o Elba. Eles seguem os peixes de que
se alimentam quando estes vão desovar no rio, de acordo com o
especialista. São cada vez mais botos, uma prova de que as águas estão
saudáveis, afirma. “As taxas de observação dos animais subiram nos últimos quatro anos.
Mas, nos últimos dois anos, vimos muito mais botos de forma aleatória,
sem programar uma fiscalização”, afirma o pesquisador. Essas visões
“acidentais” somaram duzentas no ano passado, segundo Hennig. Ao contrário de outras águas
como as de um lago, por exemplo, um rio pode transportar poluentes para o
mar rapidamente. Assim, ele faz uma autolimpeza, mas as substâncias
tóxicas e nocivas se mantêm no oceano. Os resíduos não ficaram no rio, mas também se depositaram nos
sedimentos das águas fluviais e permaneceram ali até hoje. Durante
enchentes como as que assolaram especialmente o leste e o sul da
Alemanha este ano, os poluentes podem voltar à tona. “As pessoas começaram a perceber que era possível depositar qualquer
material nas águas e eles fluíam rapidamente para o mar – o que os olhos
não veem, o coração não sente”, afirma Stephan Köster, professor do
Instituto de Gestão de Água e Proteção de Águas Residuais da
Universidade Técnica de Hamburgo. “Não faz muito tempo que a proteção do
meio ambiente nem era presente na Alemanha e que simplesmente se
abusava da natureza”, acrescenta. A mentalidade mudou, constata Köster: “Cada vez mais, houve
investimentos no tratamento de águas residuais. Não foi só num
tratamento mecânico, mas também biológico e químico das águas. Agora, já
existe um padrão de eliminar nutrientes, extrair substâncias poluentes e
eliminar o fósforo". Em uma estação tratamento
de água, vale o princípio “do maior para o menor”. Primeiro, itens
maiores são retirados com limpeza mecânica. Em seguida, os resíduos
menores são peneirados. Um filtro retém materiais como a areia, que
poderia danificar a bomba. Um tanque de decantação assegura que apenas
as substâncias dissolvidas permaneçam na água, até que bactérias possam
degradar resíduos restantes, como o carbono. Na opinião de Köster, as medidas de limpeza deram resultados. A
partir do momento em que elementos tóxicos deixaram de ser derramados
nos rios, além de um sistema de tratamento e muita fiscalização, a
Alemanha conseguiu virar o jogo, opina o especialista. Já Veit Hennig aponta para o exemplo do Elba para lembrar que ainda é
preciso fazer muito pelos rios alemães para que eles voltem a estar em
completas condições naturais. “A qualidade da água no seu sentido
químico melhorou, mas a estrutura do rio como habitat natural piorou”.
Ao dizer isto, o biólogo se refere ao crescente estreitamento do rio e
aos edifícios construídos ao longo de suas margens. No fim das contas,
afirma, não há muito a ser feito por parte dos ambientalistas alemães
para que os rios voltem a estar completamente fora de perigo."Mas ainda há muito a se fazer em termos de desenvolvimento sustentável para que haja um maior equilíbrio entre as construções urbanas e uma relativa maior sobrevivência da natureza, isso, não só na Alemanha, mais ainda por aqui no Brasil, onde temos tantos rios quantos problemas de poluição e de falta duma gestão sustentável", comenta o repórter e ecologista Antônio de Pádua Padinha, editor do nosso blog
Folha Verde News, ao postar por aqui e também no
Facebook estas informações sobre o Elba e outros rios alemães, que estão em portais de jornalismo como o
Terra e em sites como o
AmbienteBrasil para servirem de exemplo e de motivação a criação do futuro da vida de nossas águas, antes que seja tarde demais.
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Botos como estes do tipo tucuxi são cada vez mais raros nos rios brasileiros |
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Botos tem sido muito avistados no Elba e em outros rios despoluidos da Alemanha |
Fontes: www.ambientebrasil.com.br
www.terra.com.br
http://folhaverdenews.blogspot.com
Há quanto anos ouvimos falar de não sei quantosa milhões destinados à despoluição dos rios nas grandes cidades ou à revitalização do Rio São Francisco?...Enquanto isso, os programas de despoluição já acontecem realmente em países como a Alemanha.
ResponderExcluirAcontece na Alemanha não só porque é um país rico nem apenas porque lá os Verdes são uma grande força partidária na política nem porque existe uma maior consciência da ecologia, mas tudo isso junto e mais a tecnologia, que também está disponível no Brasil, e poderemos ter e aproveitar um renascimentos de nossas águas.
ResponderExcluirAs informações e comentários de Stephan Köster, professor do Instituto de Gestão de Água e Proteção de Águas Residuais da Universidade Técnica de Hamburgo precisam ser ouvidos também por aqui no Brasil: “Não faz muito tempo que a proteção do meio ambiente nem era presente na Alemanha e que simplesmente nossa gente abusava da natureza”. Isso ainda acontece por aqui...
ResponderExcluirSe você tem alguma informação sobre algum programa de despoluição de algum rio aí na sua região ou comentários e mensagens sobre a necessidade de despoluir nossas águas, mande o seu e-mail aqui para a redação do nosso blog da ecologia e da cidadania: navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirEste é um tema que deveria ser de prioridade tanto no Congresso Nacional como na Conferência Nacional de Meio Ambiente, que vai discutir basicamente as políticas públicas para os resíduos sólidos, lixo, também poluição: já aconteceram 900 conferências municipais, agora está começando a fase estadual e a sociedade civil precisa alertar o poder público sobre a emergência disso, por exemplo, salvar os rios para que o Brasil tenha futuro em seus recursos naturais e em sua vida.
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