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terça-feira, 17 de abril de 2012

ENERGIA SOLAR GARANTE CULTIVO DE UVAS NO DESERTO DE ATACAMA

Se é possível no deserto do Chile por que não na caatinga do nordeste do Brasil?
Kátia Moskvitch, da BBC, revela em detalhes uma parceria entre uma das maiores produtoras de frutas frescas do Chile e uma companhia de energia renovável da Alemanha resultou no uso de energia solar para irrigar parreiras no deserto do Atacama, um das regiões mais secas do planeta. "Queríamos aproveitar a oportunidade energética que o deserto de Atacama oferece", afirmou José Miguel Fernandez, da companhia produtora de frutas Subsole, enquanto caminhava entre os painéis solares. Na mesma página deste site internacional de notícias, a ONU diz que Brasil subaproveita seu potencial em energias renováveis, como a Solar e a Eólica. Neste mesmo tom de crítica, o editor do blog de ecologia, Padinha, questiona: "Se no deserto de Atacama, a energia do Sol garante avanço na economia sustentável do chileno, por que não na caatinga do Brasil? Ao invés de megausinas termelétricas que assolam e poluem o nordeste brasileiro, com estas energias mais avançadas os nordestinos da seca poderiam virar a vanguarda do desenvolvimento sustentável no Brasil, avançando o futuro e a qualidade de vida da Nação", comenta o ecologista ao editar o Folha Verde News de hoje. "Este projeto está de acordo com nosso compromisso com o ambiente para as gerações futuras e é uma forma de fazer com que outros produtores de frutas nos sigam", disse por sua vez José Miguel Fernandes na reportagem da BBC, sintonizado com este tipo de questionamento.


A produção de uvas em pleno deserto de Atacama no Chile indica um caminho....

...para variadas regiões de seca no Brasil, como as cattagingas do nordeste

Aqui, imagem dos paínéis de energia Solar captando energia e vida em pleno deserto
Os painéis para capturar a energia Solar estão instalados no Vale de Copiapó, em uma área pequena que parece perdida em meio às colinas e montanhas do Atacama. A região é um oásis verde no deserto e as parreiras da Subsole são cultivadas graças às reservas subterrâneas de água e a boa escolha de energia. As bombas de água do sistema de irrigação dessas plantações é movida por eletricidade gerada pelos painéis solares, que se aproveitam da fartura de luz solar existente na região norte do Chile.
O Atacama é considerado o deserto mais seco da Terra, com os mais altos níveis de luz solar do mundo. As nuvens aparecem apenas cerca de 30 dias por ano e área para instalação dos painéis não falta. No entanto, painéis para captação de energia solar não são comuns na região. A capacidade de geração de energia é de apenas 300 kWp (kilowatt-pico) - o bastante para gerar energia para um prédio de 20 andares. Mas, Roberto Jordan, da subsidiária chilena da companhia de energia renovável alemã Kraftwerk, afirma que eles são os primeiros a trabalhar com uma instalação de tamanho industrial em todo o deserto do Atacama. Para Jordan, o deserto é capaz de produzir muito mais energia ainda: "Há sol o bastante, há terra o bastante, então devemos mesmo explorar mais".
Apesar de todo o potencial do Atacama, apenas 4% da energia elétrica consumida pelo Chile vem de fontes renováveis, tais como a energia solar, geotermal, eólica e das ondas do mar. Combustíveis fósseis importados (petróleo) são usados em 60% da produção de energia elétrica do país. O restante é suprido por usinas hidrelétricas, que em alguns casos também causam sequelas socioambientais de vulto na ecologia, no clima, na qualidade de vida. Tanto que o anúncio feito pelo governo chileno no ano passado de que cinco novas usinas hidrelétricas seriam construídas na região da Patagônia deflagrou uma onda de protestos. Projetos como esse, no deserto de Atacama, são cruciais para suprir a crescente necessidade de energia do Chile. E a demanda no país deve dobrar nos próximos anos devido ao boom da mineração chilena. Contudo, aos poucos o governo tem prestado mais atenção em energias renováveis: "Nós precisamos dobrar nossa capacidade de suprimento de energia elétrica nos próximos 10 anos", afirmou Gabriel Rodriguez, da chancelaria chilena: "Nós dependemos muito da energia hidrelétrica, que é problemática por causa do impacto ambiental. Carvão, gás e petróleo nós temos que importar. Por isso é essencial investir na energia renovável".
Após tomar posse em 2010, o presidente Sebastian Piñera delineou um plano para que até 2020 ao menos 20% da energia usada no país venha de fontes renováveis.
A opção mais atrativa no campo da energia renovável, tanto para o estado quanto para a iniciativa privada, é a energia solar - principalmente devido à queda nos custos da tecnologia usada pelo setor. Segundo a Kraftwerk, o preço dos painéis solares caíram cerca de 30% em 2011 e devem sofrer redução ainda maior neste ano. Mas, a migração dos combustíveis fósseis para a energia limpa pode ser complicada: a Subsole, por exemplo, teve que conseguir financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) já que não teve apoio no Chile: "Emprestamos US$ 32 milhões (R$ 58 milhões) porque o projeto é muito importante. O mundo está precisando mudar a matriz energética, criando fontes alternativas de energia. Queremos participar disso", disse Maria Urriba, representante do BID no país. Segundo Urriba, o governo chileno precisa investir no setor da energia renovável principalmente para suprir a necessidade das empresas mineradoras instaladas no Atacama. A extração de cobre na região é responsável por 70% das exportações do Chile e as mineradoras consomem aproximadamente metade da energia produzida no país.
"O deserto do Atacama tem condições perfeitas para aproveitar a energia solar", disse Urriba.
A mineradora estatal Codelco está também construindo, mas em outra parceria, com a empresa espanhola Solapark, uma planta de energia solar próxima à cidade de Calama. Uma vez em funcionamento, a usina fornecerá 1 megawatt de energia para a maior mina de cobre do mundo, a Chuquicamata. Ainda não é possível saber se o Chile alcançará sua ambiciosa meta de que a energia renovável represente 20% do consumo do país em 2020, mas certamente o país começa a perceber no deserto de Atacama o potencial de criação do futuro, a bem de toda a vida e ao contrário do que anda acontecendo no nordeste e em outras regiões desérticas do Brasil, destaca o blog Folha Verde News, valorizando esta alternativa do Chile como o caminho mais curto para o desenvolvimento sustentável também em nosso país.

Fontes: BBC
              folhaverdenews.blogspot.com

3 comentários:

  1. Se é possível via a energia Solar gerar um desenvolvimento sustentável em pleno deserto de Atacama, no Chile, por que não na caatinga do nordeste e em todas as regiões secas do Brasil?...

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  2. Enquanto o governo chileno já programa implantar 20% de toda estrutura energética deste país com energias renováveis, como a Solar, empreendimentos governamentais e privados no Brasil caminham para outro lado, privilegiando as megausinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares...

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  3. Esta matéria da BBC precisa ser levada à Presidente Dilma e às autoridades governamentais brasileiras, é uma prova de que é possível a sustentabilidade e a criação do futuro, aumentando a riqueza nacional e a qualidade de vida do povo das regiões economicamente mais pobres, mas como um grande potencial de energia ecológica.

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