O Governo finalmente começou a abrir o setor elétrico para a chamada
microgeração de energia, uma decisão que vai mexer com as regras de fornecimento e distribuição energética no Brasil. A regulamentação que vai permitir a transformação de cada residência do país em uma microusina foi formatada pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Técnicos especializados fizeram uma apresentação final da proposta para a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em fevereiro, as regras da microgeração passaram por reunião deliberativa da Aneel para poderem vir a ser publicadas no "Diário Oficial da União". Em resumo, a microgeração se baseia na instalação de painéis solares em residências para geração complementar de energia elétrica - a regulamentação da Aneel também vai permitir a instalação de minitorres eólicas, mas o alvo principal são os painéis solares fotovoltaicos. A mudança permite que o cidadão continue a consumir a energia elétrica fornecida pela distribuidora, mas o medidor de sua casa também passa a contabilizar a potência gerada pelos seus painéis solares. No fim do mês, a concessionária de energia abate da conta de luz o volume gerado pelos equipamentos do consumidor. Numa situação em que a casa de um consumidor chegue a gerar energia excedente, essa potência extra será enviada para o sistema integrado nacional, ou seja, o cidadão passará a "vender" energia. "Quando isso ocorrer, o consumidor terá um tipo de crédito em sua conta, que será abatido no consumo dos meses seguintes", diz Ivan Camargo, superintendente de regulação da distribuição da Aneel. Dentro do Ministério de Minas e Energia (MME), a microgeração é vista como aposta decisiva para que a energia solar finalmente decole no país. "Temos projetos de usinas solares em andamento e isso é importante para esse setor, mas realmente acredito que consolidação da energia fotovoltaica se dará por meio dessa geração distribuída", afirma Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME.
A trilha aberta pelo governo segue um caminho já percorrido por países europeus como Alemanha, Espanha e Portugal. Para que a microgeração se torne realidade, porém, é preciso que haja adesão do consumidor. O preço é um entrave. A custos atuais, estima-se que a parafernália tecnológica para implantação de um painel solar de 1 quilowatt chega a cerca de R$ 15 mil. "Com essa estrutura, uma residência de consumo médio deixaria de pagar pelo consumo diário de vários itens como TV, geladeira e luz, com exceção de chuveiro e ar-condicionado", comenta Hamilton Moss de Souza, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME. O preço pode ficar mais acessível no caso de prédios, condomínios ou alguma outra forma de microgeração coletiva. Os técnicos governamentais acreditam que, com a regulamentação do serviço - que será administrado pelas distribuidoras de energia - a tendência é que o preço dos equipamentos caia bruscamente. Para estimular a adesão da população, o Governo ja está criando linhas de financiamento específicas para o programa, diz o secretário Altino Ventura Filho: "A ideia é que o cidadão possa pagar um preço pelo equipamento baseado no valor que conseguir economizar em conta de luz".
Paralelamente à questão regulatória, o MME vai iniciar neste primeiro semestre de 2012 o projeto conhecido como "120 Telhados", que prevê a instalação de tetos solares em 120 residências espalhadas pelo país. A iniciativa, que conta com apoio da Universidade de São Paulo (USP) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), deveria ter começado no ano passado, mas não foi para frente por retenção de recursos. "Agora será liberado um crédito de R$ 4 milhões para que iniciemos esse piloto", diz Hamilton Moss de Souza, do MME. As distribuidoras de energia vão escolher consumidores para testar diferentes tecnologias de medidores e painéis de energia. Os estudos, que serão analisados mensalmente, devem durar até dois anos. E a expectativa do governo é de que a iniciativa abra as portas para a criação de uma indústria nacional de energia solar. Hoje, quase 100% dos equipamentos vendidos no país são importados. "De um ano para cá temos recebido visitas de empresas da Coreia do Sul, Japão, China, Alemanha e Espanha. O preço dos painéis tem caído consideravelmente a cada ano. Com essas medidas, o governo quer criar uma situação favorável para que o mercado cresça naturalmente", afirma ainda Altino Ventura Filho.
A médio prazo, acredita-se que a energia solar terá o mesmo destino das eólicas atualmente. Até cinco anos atrás, as turbinas movidas a vento não faziam parte da matriz energética do país pela baixa competitividade que ofereciam. Hoje, as eólicas são a segunda fonte mais barata de energia, só atrás das hidrelétricas. O preço estimado do MW/h gerado por uma usina solar oscila atualmente entre R$ 300 e R$ 500, enquanto as eólicas já alcançam valores na casa dos R$ 100. Por conta dessa situação, até hoje não foi habilitado um projeto sequer de usina solar nos leilões de compra de energia realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A única usina solar de geração de energia em escala comercial em operação no Brasil pertence ao empresário Eike Batista, hoje entre os 10 homens mais ricos do planeta. A usina MPX Tauá foi instalada no ano passado no interior do Ceará, a 360 quilômetros de Fortaleza. "A dificuldade da energia solar é que o Brasil vive o paradoxo da abundância energética", comenta Nivalde José de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ). "Mas acredito que essa fonte pode chegar a uma situação semelhante a das eólicas num futuro próximo". A partir daí, estão conseguidas as bases objetivas para que tanto a energia solar como a eólica comecem a fazer parte da realidade brasileira, "ambas são alternativas reais, já tecnologicamente resolvidas e podem fazer com que no país da natureza tenhamos o início de um desenvolvimento sustentável, a abundância de sol e de ventos podendo ser utilizadas, acabarão por diminuir a busca por megausinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares que são agressivas ao equilíbrio do meio ambiente", comentou ao editar estas informações aqui no blog
Folha Verde News o ecologista Padinha: "Os cientistas que há tempos vinham ressaltando a necessidade de substituir os projetos destas megausinas por pequenas usinas, agora terão na microgeração de energia solar e eólica o canal mais direto para a criação do futuro".
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A microgeração de energia solar doméstica é uma revolução que avançará o país |
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As energias solar e eólica já estão com tecnologia desenvolvida e... |
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Até projetos mais futuristas como o avião solar já são viáveis |
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Condomínios e prédios poderão facilitar a microgeração |
Fontes: Valor Econômico
www.elloconsultores.com.br
http://folhaverdenews.blogspot.com
O Brasil da microgeração de energia solar e torres eólicas é um outro Brasil, não é o país das megausinas termelétricas, hidrelétricas e nucleares que desequilibram o meio ambiente e centralizam a economia.
ResponderExcluirOs projetos de microgeração de energia tendem a implantar de vez as alternativas solar e eólica na realidade do país, concretizando o potencial de desenvolvimento sustentável, o caminho mais direto para a criação do futuro.
ResponderExcluirNós que aqui no blog da ecologia temos combatido duramente as megausinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares, como Belo Monte, que temos lutado contra o Código Florestal ruralista e que por causa destes erros estratégicos do Governo temos aberto espaço no Folha Verde News às críticas de cientistas, ecologistas e outros variados setores da populaçao, agora diante de um projeto de tanto valor e alcance como o da microgeração de energia, temos também que elogiar.
ResponderExcluirEsse sim é o país da natureza, do avanço tecnológico e da cidadania, este sim é o cenário para o sucesso do Governo Dilma, bem como, da Conferência Mundial da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável em junho no Rio: o que se espera é que a megalomania dos projetos ecologicamente inviáveis sejam substituídos pela economia verde, como é o caso da microgeração.
ResponderExcluirboa tarde !!! gostaria de saber se é viavel a venda de energia excedente gerado por gerador eolico ! aquem devo procurar
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