Se no futebol, os Estados Unidos são freguezes do Brasil, no cinema, é o caso contrário, a canção "Man os Muppet", de "Os Muppets", venceu o Oscar na categoria melhor canção original, desbancando os brasileiros Carlinhos Brown e Sérgio Mendes, que concorriam com "Real in Rio", de "Rio" que sintetiza bem a criatividade da atual música brasileira. O sinal de que havia uma certa indisposição dos organizadores do maior evento comercial do cinema de Hollywood contra uma quebra do tabu veio com a supressão das apresentações das canções concorrentes, como tem sido costume na festa, ao vivo por redes internacionais de TV para todos os cantos do planeta: a alegação oficial foi "necessidade de ganhar tempo", porém, quem conhece o jogo norteamericano de comunicação viu nisso uma espécie sutil de censura."Man or Muppet", de Bret McKenzie, canta uma angústia existencial sofrida por seu protagonista humano e seu irmão fantoche por não saberem se são humanos ou bonecos, "um drama bem típico duma sociedade de consumo, vestido por um pop que pode ser visto como o tradicional falso clássico", criticou Padinha, editor do Folha Verde News.
O filme com uma estrutura mais de propaganda prejudicou também a premiação da trilha sonora de alta qualidade |
"Real in Rio" foi composto pelos músicos brasileiros Sergio Mendes e Carlinhos Brown em parceria com a americana Siedah Garrett. O samba foi traduzido para "Favo de Mel" na versão dublada do longa. "We are the best at rhythm and laughter/ That's why we love Carnaval" [Somos os melhores em ritmo e riso/ É por isso que amamos o Carnaval], rasga a letra do samba enredo, cantado por diversas vozes como nas marchinhas carnavalescas. Composta em uma semana, "Real in Rio" dá conta, em seus quase quatro minutos, de reunir diversos estereótipos do que é ser carioca, do que é ser brasileiro. Talvez a maior fragilidade venha dessa estrutura do filme, que pode até ser visto como mediocre, apesar do potencial do diretor Carlos Saldanha e não por problemas da música ou da trilha sonoras. Mas realmente o que pegou foi quandoba Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou que não haveria performances musicais durante a cerimônia do Oscar, tirando assim também a chance de comparação entre os dois trabalhos de estilos bem diferentes um do outro. E antes, a última vez que o Brasil aparecera na lista de indicados ao Oscar havia sido em 2003, com o curta de animação "Gone Nutty", do mesmo Carlos Saldanha, e "Cidade de Deus", que concorreu nas categorias melhor direção, montagem, fotografia e roteiro adaptado, mas nenhum deles ganhou. O tabu continua.
Fontes: Terra
www.cidadeverde,com.br
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O Brasil vai ganhar o Oscar do cinema de Hollywood quando os Estados Unidos vencer a Copa do Mundo de futebol: foi uma piada que saiu no New York Times, mas ela de certa forma revela um grau da realidade.
ResponderExcluirDificilmente, ainda mais agora que com a crise econômica no Hemisfério Norte, o Brasil assumiu uma maior liderança ou, pelo menos, destaque internacional, dificilmente, alguma iniciativa por parte de algum setor dos Estados Unidos vai "encher a bola" do país que eles já vêm como adversário ou pelo menos como concorrente. Já foi o tempo em que o que era bom para os Estados Unidos, era bom para o Brasil...
ResponderExcluirEstá na hora também de no Brasil haver uma superação das diferenças comerciais entre variados meios de comunicação com a promoção de um festival multicultural, que fuja dos padrões mais comerciais, tanto da sociedade de consumo (estilo norteamericano de pensar e de viver) como da indústria de entretenimento deles, um megaevento inyternacional de mídia no Brasil, prestigiando a criatividade ou as criações mais originais, mais autorais e mais contemporâneas de linguagem, também na música e no cinema. Não se pode esperar isso de Hollywood. Se eles tem o Oscar, como disse nosso editor Padinha, nós deveriamos ter a nossa...Maria.
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