Rui Daher alerta sobre os que matam a vida
Especialista Rui Daher defende que tecnologias sustentáveis sejam aplicadas nas lavouras para a saúde e qualidade dos alimentos
"Convivem em nosso rincão seres estranhos. Como aqueles que em matéria da "Veja" (04/01/12) se mostraram contrariados com o uso da palavra agrotóxico para designar inseticidas, fungicidas, herbicidas e outros venenos portadores do sufixo cida, que vem do latim e significa matar. Olímpicos em seus cargos e defensorias, esses senhores preferem o termo defensivo agrícola. E por que não? Basta que nos permitam incorporar ao grupo os homicidas como defensores da vida humana. Soube das distorções da matéria na Veja e do parti pris que ela toma através da resposta dada à revista pela Associação Brasileira de Agroecologia e divulgada na rede digital. Onde mais? Na mídia tradicional que não seria. Nela, ouvir o oposto serve quando usado a favor do que interessa ou pensa a publicação.Este espaço já se ocupou algumas vezes do assunto e acredita estarem os leitores fartos de saber dos índices de agrotóxicos encontrados em amostragens da ANVISA, dos princípios proibidos mundo afora aqui vendidos livremente, e das patologias causadas pelo uso intensivo desses produtos. Se alguém quiser conhecer o outro lado, coisa que "Veja" não fez, consulte o sítio www.aba-agroecologia.org.br.
A preocupação aqui é com o ponto em que deságuam as opiniões dos amigos ouvintes sempre que a controvérsia aparece. Tiro e queda: a fome mundial. Confiram em e-mails, comentários e tuitadas.
Há um raciocínio raso calcado em parte na forma como a mídia trata o assunto. E vem a pergunta: como vocês pensam em alimentar os bilhões de habitantes do planeta com o uso de insumos orgânicos?
Preso às figuras dos índios Tonto e Jerônimo, só me resta retrucar: "Nós quem, caras-pálidas?"
Quando se fala nos excessos do uso de agrotóxicos no Brasil, recordes mundiais de vendas da indústria agroquímica, poder lobista que faz perdurar no mercado produtos prejudiciais à saúde, o que se pretende é alertar os agricultores para outras formas de manejo e produtos capazes de em certas circunstâncias diminuírem o uso dos cidas e reduzirem o custo da produção por hectare. Que não se imagine, pois, a pretensão de produzir o que se precisa sem aplicar fertilizantes químicos e agrotóxicos. Apenas, esses consumos poderiam ser muito menores se consorciados com produtos biológicos e de extração mineral e orgânica. E olhem que estou sendo ameno, pois no campo não é difícil constatar produtividades semelhantes às obtidas com tratamentos convencionais usando-se apenas meios nutricionais e fitossanitários pouco ofensivos ao ambiente. São tecnologias sustentáveis, pesquisadas em centros de excelência, que aplicadas com doses equilibradas de agroquímicos podem, inclusive, aumentar a produtividade das lavouras.
Quanto cresceu a produção de grãos com mais preservação e economia, em 30 anos, desde que iniciou o hoje consagrado sistema de plantio direto? Na época, perguntava-se: mas sem arar, sem mecanizar? Sim, hoje mais de 60% das áreas plantadas com culturas anuais seguem a prática. Em dez anos, essa mesma proporção se reproduzirá em cultivos do país que usem produtos biológicos, orgânicos e sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta. O que não adianta é deixar tudo como está, potencializando efeitos negativos para ambiente, saúde e bolso, em nome de uma fome mundial que, com ou sem agrotóxicos, continua assolando as mesmas populações de sempre. Mais: não existissem soluções melhores, a empresa líder mundial na venda de agrotóxicos não estaria lançando um fertilizante foliar que tem entre seus principais apelos as presenças de aminoácidos e carbono orgânico"...
Poderíamos resumir esta polêmica e o conteúdo deste artigo brilhante de Rui Daher, ressaltando que agroecologia e alimentação orgânica hoje são sinônimos de futuro e qualidade de vida: assim comenta o ecologista e repórter Padinha, editor do blog Folha Verde News, que "ao contrário do sentido de morte e doença dos efeitos da multindústria de venenos agrotóxicos, que tem um lobby de muita força na grande mídia tradicional - como na revista Veja por exemplo - a agroecologia e os orgânicos têm como maior aliado a liberdade de informação da Internet, canal para que possamos avançar a mudança positiva da realidade e a criação do futuro da própria vida. Os lobbies e os megainteresses de negociantes de agrotóxicos que se manifestam em parte da grande mídia não têm espaço entre os cientistas, os ecologistas e os internautas, que estão sendo a vanguarda cultural na atualidade".
Agrotóxicos,inseticidas, fungicidas, herbicidas e outros venenos contaminam os alimentos, alertam cientistas |
folhaverdenews.blogspot.com
No final de semana o jornalista ambiental de ão Paulo, Randáu Marques, já nos havia enviado o link www.aba-agroecologia.org.br com informações e comentários de alerta sobre o veneno dos agrotóxicos e a alternativa saudável da agroecologia e dos alimentos orgânicos.
ResponderExcluirHoje, recebemos este artigo de Rui Daher, que resume bem estas informações e comentários, com imparcialidade mas com firmeza de posição: a agroecologia e os produtos orgânicos, que garantem saúde dos consumidores e qualidade de vida do meio ambiente e das pessoas, são um sinômimo para futuro, ao contrário dos agrotóxicos e todos os venenos, que significam morte da vida.
ResponderExcluirPor aqui na região, onde atuam muitos produtores e processadores de alimentos orgânicos e onde portanto também a agroecologia avança, temos a liderança de José Alexandre Ribeiro, que é o presidente nacional deste setor, contemporâneo do futuro da vida. Mas em geral, na maioria das regiões do nosso país da natureza, estão menos alertas os consumidores e os agricultores.
ResponderExcluirNeste contexto, aumenta a importância da liberdade da informação e da atuação de cientistas, ecologistas e jornalistas ambientais, assim como de todos internautas, para que consigamos vencer os lobbies dos agrotóxicos e grandes negociantes de produtos e da mídia, para assim garantir o futuro da própria vida.
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