Organizações sociais de Altamira e ativistas do movimento ecológico e de cidadania realizaram ontem uma ação direta no rio Xingu em protesto contra a construção da primeira ensecadeira no rio, o barramento provisório que poderá permitir a construção do paredão da barragem de Belo Monte. Foi a primeira de outras manifestações, disse um dos líderes locais do Movimento Xingu Vivo para Sempre, noticiando assim o início das intervenções no rio: em todo o Brasil e também no exterior há posições contrárias à megausina e o Ministério Publico Federal já enviou também agora um novoquestionamento oficial ao Ibama, à Funai, à Agência Nacional de Água e à Norte Energia após receber denúncia dos índios Arara, cuja aldeia fica abaixo do local da ensecadeira, de que as águas que usam para beber, cozinhar e banhar estavam enlameadas e impróprias para o consumo, podendo vir também a prejudicar a pesca e a alimentação dos índios. Pela manhã, pescadores, ribeirinhos, moradores dos bairros que serão alagados, freiras, estudantes, indigenistas, ecologistas e trabalhadores se dirigiram em três barcos à comunidade do Arroz Cru, que fica a poucos quilômetros do local onde a Norte Energia iniciou a construção da ensecadeira, para preparar uma série de atos e intervenções no sentido de mobilizar a cidadania brasileira e tentar impedir a concretização de Belo Monte. Ontem, poir exemplo, os manifestantes chegaram cedo e de surpresa ao local da obra, no Sítio Pimental, com uma faixa de 40 metros de comprimento com os dizeres: “Belo Monte: aqui tem crime do governo federal”, e interromperam os serviços que estavam sendo realizados pelos trabalhadores da obra.
Uma comissão do ato conversou com todos os operários que estavam no local, para garantir a segurança e o caráter pacífico da manifestação. Em seguida, caminhões e tratores foram pintados com tinta vermelha, simbolizando o sangue do Xingu e de suas populações. “CCBM [Consórcio Construtor Belo Monte] assassino” e “isso foi só um recado”, diziam alguns dos grafites que decoravam os veículos. Enquanto estudantes salpicavam os tratores com sangue simbólico, os operários da obra bateram em retirada. Durante o ato, os trabalhadores e encarregados filmaram os manifestantes e afirmaram que teriam sido orientados a não reagir. Posteriormente, os manifestantes atravessaram os 430 metros do rio de uma margem à outra, na ilha do Pimental, onde a Norte Energia iniciou o desmatamento de 15 mil hectares (o equivalente a 15 mil campos de futebol) autorizados pelo Ibama, para verificar a extensão do estrago ambiental. “Hoje fizemos uma manifestação simbólica, paramos as obras da primeira intervenção no Xingu por uma hora, mas nossa revolta não tem tamanho. A água já está poluída, as árvores estão tombando, e tudo isso acontece enquanto mais de 13 ações correm na Justiça por crimes envolvendo Belo Monte. Mas queremos deixar claro que, apesar do massacre moral que estão querendo nos impor, estamos prontos para uma guerra, pelo nosso rio, pela nossa gente, pela nossa vida”, afirmou Antonia Melo, coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre. Foi também citado o movimento Gota D'água, artistas e ecologistas foram a Brasília entregar a petição que reuniu, em um mês, mais de um milhão de assinaturas contra a construção da hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu. Na companhia de representantes do Movimento Xingu Vivo para Sempre e da ONG Humanos Direitos, participaram de audiência com Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, Edison Lobão, ministro de Minas e Energia e Izabela Teixeira, ministra do Meio Ambiente. Apesar de terem sido recebidos, o governo não deu sinais de que pretende interromper o andamento da megausina, mas argumentou Antonia Melo, "com certeza, o Governo já sentiu que variados setores da sociedade brasileira querem parar Belo Monte, esse é o significado deste lote de 1 milhão de assinaturas, que tem uma força moral muito grande". Já houve também argumentos claros contra a construção desta e de outras megausinas hidrelétricas na Amazônia por cientistas das agências SBPC e ABC, além de ponderações também contrárias à obra por parte da Justiça e do Ministério Público. "Há um custo altíssimo com uma produção muito pequena, a partir disto um questionamento: é viável da forma que está? O risco que Belo Monte corre que é de produzir 11 mil megawats no momento em que tiver na sua maior capacidade de água, numa cheia, e talvez não gere nada na sua maior vazante”, chegou a afirmar, no Diário do Pará, o procurador Ubiratan Cazetta, do Ministério Público Federal. Ou seja, além de desastrosa para a ecologia, Belo Monte é inviável economicamente, isso, no ano da Rio+20 (a conferência mundial da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável em junho no Rio de Janeiro), isso tudo poderá fazer com que haja bom senso e o Governo reveja a construção desta megausina no Xingu? ...Os próximos fatos darão a resposta.
Além da ação local ontem no Xingu cenetenas de manifestações em todo o Brasil... |
...pedindo para Governo parar com Belo Monte, buscar bom senso e energias Eólica e Solar |
Só o movimento Gota D'Água entregou 1 milhão de assinaturas a autoridades governamentais |
Fontes: EcoDebate
http://folhaverdenews.blogspot.com
A voz do Brasil hoje são as centenas de manifestações feitas em todas as regiões do país contra a construção da megausina de Belo Monte no Rio Xingu: cientistas, ecologistas, estudantes, lideranças socioambientais, como do Movimento Xingu Vivo, ex-ministros e especialistas de Meio Ambiente, Ministério Público, OAB, entidades religiosas e até a OEA já pediram bom senso e revisão deste projeto.
ResponderExcluirNós aqui neste blog de ecologia há quase dois anos estamos acompanhando e registrando constantemente todas as manifestações, inclusive as que sugerem desde já um programa de Desenvolvimento Sustentável, equilibrando economia com ecologia, com o fim das megausinas hidrelétricas, termelétricas, nucleares e a opção por pequenas ou até médias hidrelétricas e em especial, o usao das energias mais limpas e racionais, como a Eólica e a Solar, com um potencial energético sem igual no Brasil.
ResponderExcluirDiante deste contexto, a insistência do Governo em manter o projeto de megausinas, como Belo Monte, de responsabilidade da Eletro Norte, em pleno 2012, quando no Brasil acontecerá em breve uma conferência mundial da ONU sobre Desenvolvimento Suistentável, é no mímino incompreensível, demonstrando a submissão governamental a megainteresses que não são os da Nação nem do bom senso, diante das necessidades atuais de energia e das possibilidades da tecnologia hoje.
ResponderExcluirNeste rítimo, a simpática Presidente Dilma Rousseff, bem como a ministra do Meio Ambiente Isabella Teixeira e o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, entre outras autoridades governamentais, deixarão para a história a responsabilidade por este erro estratégico de gestão e de política pública, sendo responsáveis também pelos efeitos desastrosos que megaobras deste tipo causarão ao Brasil, aumentando os desequilíbrios e piorando a qualidade de vida da população, dramaticamente.
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