Além de livros, albuns de fotografias de arte ou de filmes e designers estão em alta |
"POESIA COMPLETA": Mais lembrado por romances como "Crônica da casa assassinada" (1959) e "Maleita" (1937), o mineiro Lúcio Cardoso (1912-1968) tem sua faceta de poeta revelada nesta antologia, organizada pelo escritor e pesquisador Ésio Macedo Ribeiro e publicada pela Edusp. Com 1.112 páginas, incluindo notas críticas e fac-símiles, o livro oferece uma interpretação nova da obra de Cardoso - cujo centenário de nascimento será comemorado em 2012 -, sugerindo que a poesia foi sua primeira forma de expressão literária.
"MUSEU DO ROMANCE DA ETERNA": Mentor literário de Jorge Luis Borges, o argentino Macedonio Fernández (1874-1952) passou a vida anunciando - em prólogos, trechos avulsos, cartas abertas a críticos e leitores - um livro que nunca chegou a concluir. Publicado 15 anos após sua morte e só lançado em 2011 no Brasil (pela Cosac Naify, em tradução de Gênese Andrade), "Museu do romance da eterna" é uma obra-prima feita de fragmentos e digressões, que faz da inconclusão um procedimento estético radical.
"O REMORSO DE BALTAZAR SERAPIÃO" e "A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS": O português Valter Hugo desembarcou no país em julho, para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), como um autor praticamente desconhecido entre nós. Saiu do evento consagrado, depois de uma apresentação divertida e comovente (na qual levou a plateia às lágrimas ao falar de sua relação com o Brasil) e de uma sessão de autógrafos que durou horas. O sucesso de público foi ancorado no lançamento de dois romances: "O remorso de baltazar serapião" (Editora 34), estudo da opressão ambientado na Idade Média, e "A máquina de fazer espanhóis" (Cosac Naify), uma reflexão sobre a velhice. Ambos exibem a prosa inventiva que Saramago definiu como "um novo parto da língua portuguesa".
"DIÁRIO DA QUEDA": No quinto romance do gaúcho Michel Laub, publicado pela Companhia das Letras, o narrador tenta compreender e se libertar da influência do avô, um sobrevivente de Auschwitz que cria uma versão idealizada da própria vida, e do pai, um homem obcecado pelo antissemitismo e convencido da "inviabilidade da experiência humana". Ao mesmo tempo tributário e crítico da tradição da "literatura do Holocausto", o livro discute a natureza da memória, a formação de identidades individuais e coletivas e a transmissão de experiências entre gerações.
"GEOGRAFIA HISTÓRICA DO RIO DE JANEIRO": Morto em junho, aos 62 anos, o geógrafo carioca Mauricio de Almeida Abreu se dedicou por 15 anos a pesquisar, em arquivos de Brasil, Portugal, França e Vaticano, as feições do Rio de Janeiro entre 1502 e 1700. O resultado está no estudo monumental publicado no início do ano pela editora Andrea Jakobsson com a prefeitura do Rio. Em 912 páginas fartamente ilustradas, o livro oferece um painel inédito em seus detalhes e abrangência da infância da cidade e seu entorno, examinando seu desenvolvimento, divisão de terras, economia e articulação com as rotas comerciais da época.
"O MAL RONDA A TERRA": Com o subtítulo "Um tratado sobre as insatisfações do presente", o último livro publicado em vida pelo britânico Tony Judt, morto em 2010, é o testamento intelectual de um historiador que jamais abriu mão de intervir nos grandes debates contemporâneos. No livro, publicado no Brasil pela Objetiva, Judt discute os efeitos da crescente desigualdade nas sociedades desenvolvidas e faz uma defesa candente da social-democracia e do papel dos homens de letras na vida pública.
"POEMAS": Vencedora do Prêmio Nobel em 1996, a polonesa Wislawa Szymborska, de 88 anos, teve um livro publicado no Brasil pela primeira vez neste ano, em edição bilíngue, pela Companhia das Letras. A coletânea de 44 poemas, com organização e tradução de Regina Przybycien, traz uma amostra significativa de cinco décadas de obra. Em versos irônicos e filosóficos, Szymborska fala de vidas divididas entre o cotidiano e o devaneio, e do tipo muito particular de utopia (ora sublime, ora risível) oferecida pela poesia.
"LITERATURA E AFRODESCENDÊNCIA NO BRASIL": Reunindo dezenas de pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras, a antologia crítica organizada por Eduardo de Assis Duarte, professor da UFMG, é uma contribuição significativa para a formulação de um conceito de "literatura afrobrasileira". Os quatro volumes, publicados pela editora da UFMG, propõem um percurso histórico pela obra de cem autores, de clássicos a contemporâneos, passando por nomes importantes esquecidos.
"MANO, A NOITE ESTÁ VELHA": Publicado postumamente pela editora Planeta, um ano depois do brutal assassinato de seu autor, o romance é um marco na obra do paranaense Wilson Bueno (1949-2010), conhecido pelo experimentalismo de livros como "Mar paraguayo" (1992), que mesclava o português e o guarani. Numa narrativa de fortes tintas autobiográficas, mas também carregada de referências intertextuais a escritores como Hilda Hilst e Roberto Bolaño, o livro é construído como um diálogo imaginário entre o protagonista e seu irmão morto, com reflexões pungentes sobre a solidão, a violência e as relações familiares.
"O EFEITO MARINA": escrito pelo ecologista e deputado federal carioca, um dos fundadores do PV, Alfredo Sirkis, o relato da aventura eleitoral de Marina Silva, que o autor considera um fenômeno positivo do Brasil de agora, é um sucesso editorial. Ao ler “Marineiros em primeira viagem”, um relato pessoal de Sirkis sobre o processo eleitoral de 2010, pude reviver cada momento de um magnífico processo que vivenciamos juntamente com milhares de militantes verdes, colaboradores, simpatizantes e ecologistas de todo o país. Foi uma experiência fantástica, enriquecedora, mas nem por isso fácil. Enfrentamos máquinas político-partidárias poderosas que há tempos estavam anunciadas como as únicas na disputa, ao mesmo tempo em que nos deparávamos com as anomalias da legislação eleitoral brasileira. Foi um desafio complexo. Mas a despeito das diferenças abissais entre a minha campanha e de meus principais concorrentes, pude receber a ousadia do povo brasileiro, que me honrou com um terceiro lugar, com quase 20 milhões de votos, o que levou o Brasil a um avanço em busca do Desenvolvimento Sustentável", comentou assim a própria Marina Silva.
"PRIVATARIA TUCANA": O ex-governador José Serra (PSDB-SP) chamou de “lixo” o livro “Privataria Tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Na publicação, o repórter fala de um suposto esquema de corrupção no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que envolveria Serra, que ocupou a pasta do Planejamento. Amaury Ribeiro Júnior foi acusado no ano passado durante a campanha eleitoral de ter encomendado a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. Tiveram o sigilo violado o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge Caldas Pereira, a filha de Serra, Verônica, entre outros. O jornalista negociou participação na pré-campanha da presidente Dilma Rousseff. Amaury afirmou na época que estava buscando informações para seu livro, negou a prática de ilegalidade e agora confirma tudo com o lançamento neste final de ano desta reportagem sobre desvios graves na onda de privatizações no Brasil.
"MUSEU DO ROMANCE DA ETERNA": Mentor literário de Jorge Luis Borges, o argentino Macedonio Fernández (1874-1952) passou a vida anunciando - em prólogos, trechos avulsos, cartas abertas a críticos e leitores - um livro que nunca chegou a concluir. Publicado 15 anos após sua morte e só lançado em 2011 no Brasil (pela Cosac Naify, em tradução de Gênese Andrade), "Museu do romance da eterna" é uma obra-prima feita de fragmentos e digressões, que faz da inconclusão um procedimento estético radical.
"O REMORSO DE BALTAZAR SERAPIÃO" e "A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS": O português Valter Hugo desembarcou no país em julho, para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), como um autor praticamente desconhecido entre nós. Saiu do evento consagrado, depois de uma apresentação divertida e comovente (na qual levou a plateia às lágrimas ao falar de sua relação com o Brasil) e de uma sessão de autógrafos que durou horas. O sucesso de público foi ancorado no lançamento de dois romances: "O remorso de baltazar serapião" (Editora 34), estudo da opressão ambientado na Idade Média, e "A máquina de fazer espanhóis" (Cosac Naify), uma reflexão sobre a velhice. Ambos exibem a prosa inventiva que Saramago definiu como "um novo parto da língua portuguesa".
"DIÁRIO DA QUEDA": No quinto romance do gaúcho Michel Laub, publicado pela Companhia das Letras, o narrador tenta compreender e se libertar da influência do avô, um sobrevivente de Auschwitz que cria uma versão idealizada da própria vida, e do pai, um homem obcecado pelo antissemitismo e convencido da "inviabilidade da experiência humana". Ao mesmo tempo tributário e crítico da tradição da "literatura do Holocausto", o livro discute a natureza da memória, a formação de identidades individuais e coletivas e a transmissão de experiências entre gerações.
"GEOGRAFIA HISTÓRICA DO RIO DE JANEIRO": Morto em junho, aos 62 anos, o geógrafo carioca Mauricio de Almeida Abreu se dedicou por 15 anos a pesquisar, em arquivos de Brasil, Portugal, França e Vaticano, as feições do Rio de Janeiro entre 1502 e 1700. O resultado está no estudo monumental publicado no início do ano pela editora Andrea Jakobsson com a prefeitura do Rio. Em 912 páginas fartamente ilustradas, o livro oferece um painel inédito em seus detalhes e abrangência da infância da cidade e seu entorno, examinando seu desenvolvimento, divisão de terras, economia e articulação com as rotas comerciais da época.
"O MAL RONDA A TERRA": Com o subtítulo "Um tratado sobre as insatisfações do presente", o último livro publicado em vida pelo britânico Tony Judt, morto em 2010, é o testamento intelectual de um historiador que jamais abriu mão de intervir nos grandes debates contemporâneos. No livro, publicado no Brasil pela Objetiva, Judt discute os efeitos da crescente desigualdade nas sociedades desenvolvidas e faz uma defesa candente da social-democracia e do papel dos homens de letras na vida pública.
"POEMAS": Vencedora do Prêmio Nobel em 1996, a polonesa Wislawa Szymborska, de 88 anos, teve um livro publicado no Brasil pela primeira vez neste ano, em edição bilíngue, pela Companhia das Letras. A coletânea de 44 poemas, com organização e tradução de Regina Przybycien, traz uma amostra significativa de cinco décadas de obra. Em versos irônicos e filosóficos, Szymborska fala de vidas divididas entre o cotidiano e o devaneio, e do tipo muito particular de utopia (ora sublime, ora risível) oferecida pela poesia.
"LITERATURA E AFRODESCENDÊNCIA NO BRASIL": Reunindo dezenas de pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras, a antologia crítica organizada por Eduardo de Assis Duarte, professor da UFMG, é uma contribuição significativa para a formulação de um conceito de "literatura afrobrasileira". Os quatro volumes, publicados pela editora da UFMG, propõem um percurso histórico pela obra de cem autores, de clássicos a contemporâneos, passando por nomes importantes esquecidos.
"MANO, A NOITE ESTÁ VELHA": Publicado postumamente pela editora Planeta, um ano depois do brutal assassinato de seu autor, o romance é um marco na obra do paranaense Wilson Bueno (1949-2010), conhecido pelo experimentalismo de livros como "Mar paraguayo" (1992), que mesclava o português e o guarani. Numa narrativa de fortes tintas autobiográficas, mas também carregada de referências intertextuais a escritores como Hilda Hilst e Roberto Bolaño, o livro é construído como um diálogo imaginário entre o protagonista e seu irmão morto, com reflexões pungentes sobre a solidão, a violência e as relações familiares.
"O EFEITO MARINA": escrito pelo ecologista e deputado federal carioca, um dos fundadores do PV, Alfredo Sirkis, o relato da aventura eleitoral de Marina Silva, que o autor considera um fenômeno positivo do Brasil de agora, é um sucesso editorial. Ao ler “Marineiros em primeira viagem”, um relato pessoal de Sirkis sobre o processo eleitoral de 2010, pude reviver cada momento de um magnífico processo que vivenciamos juntamente com milhares de militantes verdes, colaboradores, simpatizantes e ecologistas de todo o país. Foi uma experiência fantástica, enriquecedora, mas nem por isso fácil. Enfrentamos máquinas político-partidárias poderosas que há tempos estavam anunciadas como as únicas na disputa, ao mesmo tempo em que nos deparávamos com as anomalias da legislação eleitoral brasileira. Foi um desafio complexo. Mas a despeito das diferenças abissais entre a minha campanha e de meus principais concorrentes, pude receber a ousadia do povo brasileiro, que me honrou com um terceiro lugar, com quase 20 milhões de votos, o que levou o Brasil a um avanço em busca do Desenvolvimento Sustentável", comentou assim a própria Marina Silva.
"PRIVATARIA TUCANA": O ex-governador José Serra (PSDB-SP) chamou de “lixo” o livro “Privataria Tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Na publicação, o repórter fala de um suposto esquema de corrupção no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que envolveria Serra, que ocupou a pasta do Planejamento. Amaury Ribeiro Júnior foi acusado no ano passado durante a campanha eleitoral de ter encomendado a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. Tiveram o sigilo violado o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge Caldas Pereira, a filha de Serra, Verônica, entre outros. O jornalista negociou participação na pré-campanha da presidente Dilma Rousseff. Amaury afirmou na época que estava buscando informações para seu livro, negou a prática de ilegalidade e agora confirma tudo com o lançamento neste final de ano desta reportagem sobre desvios graves na onda de privatizações no Brasil.
O livro de Alfredo Sirkis sobre o Efeito Marina é o preferido entre os ecologistas |
Livros, um lazer cult para avançar o cérebro e as emoções |
Fontes: www.yahoo.com.br
www.folha.com
www.estadao.com.br
http://folhaverdenews.blogspot.com
Em termos nacionais, estes livros indicados aqui são algumas das melhores alternativas de leitura neste final de ano, na região aconteceram também lançamento interessantes, como o livro do poeta e artista plástico Oscar Kelnner Neto.
ResponderExcluirHá uma certa expectativa ou pelo menos curiosidade sobre o livro, ainda em preparação, sobre o ex-jogador do Corinthians e da Seleção, Sócrates de Sousa Vieira, um dos maiores gênios do futebol brasileiro, que também foi um líder de cidadania, por exemplo, na campanha Diretas Já, que o Magrão levou à frente junto com várias lideranças, como Osmar Santos e outros esportistas.
ResponderExcluirUm livro é também um ato de descoberta bem pessoal, de repente, você entra numa livraria, numa biblioteca ou até numa banca de jornais e revistas, numa loja de aeroporto e descobre por sua conta algo revelador, surpreendente ou que mexe com a sua cabeça ou suas emoções: esta é uma das magias da literatura, lazer cultural que enriquece a vida de qualquer um, desenvolve o raciocínio e a imaginação das pessoas.
ResponderExcluirNa dúvida, neste final de ano, presenteie com livros, uma opção sempre interessante de lazer, que estimula o lado mais cultural de cada pessoa e da vida.
ResponderExcluirIncluir na lista de sugestões:
ResponderExcluirPRETO NO BRANCO
"Em seus 64 anos de fotojornalismo, Flávio Damm viu quase de tudo. Neste livro ele conta algumas deliciosas histórias, vividas no calor do sertão ou sob a pompa das cerimônias oficiais, cumprindo pautas para a extinta revista O Cruzeiro. E mostra suas fotos, num preto-e-branco elegante, registros impecáveis de sua atenta busca pelo “cotidiano surreal”.
http://www.lojaphotos.com.br/produto/2179489/PRETO-NO-BRANCO