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terça-feira, 25 de outubro de 2011

O ÚLTIMO COMENTÁRIO DO DR. ODORICO


Morreu o advogado dos sapateiros, líder da OAB Franca e amante da Francana e da vida

Infelizmente, ele não está aqui para fazer os seus comentários, sempre com inteligência, sinceridade, amor à justiça, à cidade, à vida: morreu o Dr. Odorico, do Sindicato, da OAB, da como ele chamava torcida desorganizada da Francana, Francana que ele acompanhou desde criança, levado ao campo pela primeira vez pelo craque e vizinho da família Tõe Rosa, a Veterana está chegando ao centenário, então o Doricada torceu por mais de 50 anos por este time. Um dos poucos corinthianos verdes do mundo. No seu caixão na OAB estava uma camisa antiga do Corinthians, uma bandeira da Francana e outra do Sindicato dos Servidores Municipais, a que ele ajudava ultimamente. O atual presidente do clube, Fahim Youssef, me disse que será feito um minuto de silêncio por este torcedor ícone no Lanchão no jogo diante do São Bernardo, do ABC, do Lula, valendo vaga na fase final da Copa Paulista. Odorico Paraguaçu, como era chamado na sauna do Castelinho, foi homenageado por umas 25 coroas de flores de vários setores da comunidade, como um símbolo do amor da nossa gente por este homem, mestiço de italianos, negros, índios, árabes e judeus, mistura que só acontece por aqui na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, onde antigamente começava o sertão do Brasil. Toda esta miscigenação gerou nele uma energia bem original, um espírito tolerante, diplomático, conciliador, em busca da alegria e da paz.
Confesso que não cumpri um dos seus últimos desejos, nos tempos da boemia ele me pediu que fosse servido uísque com gelo no seu velório. Ele parou de beber e de fumar há alguns anos e devido a isso, foi servida é água mineral e café da Franca, o melhor do mundo, né.
Bem, mas o seu último comentário...Quando hospitalizado na sexta ele falou para seu cunhado Maurício de Paula: “Lá pela terça-feira estarei indo embora”. Foi mesmo. Ainda no domingo, o Ailton Rezende, deficiente visual que enxerga muito, que é vidente na verdade, telefonou para a irmã do Odorico, a professora Cidinha: “Ele estava sendo torturado por umas criaturas horríveis mas aí eu vi um espírito de luz, creio que era a mãe dele, Maria, que o puxou prá cima e o livrou do horror, abriu um sorriso”.
Ailton ligou de Patrocínio Paulista, nem sabia que o Dr. Odorico estava na UTI, que passaria por cirurgia e nem que estava antevendo a morte dele, que aconteceria horas depois. Aliás, o Odorico Antônio Silva era assim meio que paranormal, tinha algumas visões e sempre procurava desenvolver a sua energia mais pura ou mais espiritual. Um homem da noite mas também da luz.

Dr. Odorico amava a vida, sua família, sua cidade, a OAB e a luta dos sapateiros e trabalhadores
...além da Francana, um corinthiano verde

Dr. Odorico vai fazer falta na nossa comunidade, precisamos ser dignos da memória dele. E tomara que a Francana saia também das trevas para a luz, como ele foi visto pelo vidente cego, pela última vez, na dimensão entre a vida e a morte. Deus nos abençoe a todos para superarmos os desafios da realidade. Dois dias antes de ser internado, disse para Cacá (Antônio Carlos Silva, sindicalista) que estava saindo de férias e o ajudava no dia a dia: “Não sai de férias não que quando você voltar já não estarei mais aqui”. (Antônio de Pádua Padinha).

Fonte: http://folhaverdenews.blogspot.com

5 comentários:

  1. Faltou dizer que o advogado trabalhista de vários sindicatos, de trabalhadores e de empresários, morreu no dia do Sapateiro, dia de São Crispin, ele que foi chefe do jurídico dos Sapateiros por umas quatro décadas. A luta deles era uma de suas paixões na vida, data da sua morte.

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  2. Faltou dizer também que Dr. Odorico, morto aos 69 anos por complicações em uma diverticulite, era irmão do nosso editor de conteúdo, Padinha, que nos revela neste texto o lado oculto e mais popular, também nas trevas dos limites de qualquer ser humano, a busca da luz.

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  3. Na noite da morte do Dr. Odorico, uma hora após seu enterro no Cemitério da Saudade em Franca, deu uma chuva com relâmpagos, do jeito que ele curtia. Foi como uma última mensagem dele.

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  4. A família do advogado Odorico Antônio Silva, seus filhos Jaiminho, Juliana, Marcelo, sua esposa Ana, irmãos, irmã, parentes, amigos, amigas, colegas de trabalho e de lutas trabalhistas, torcedores da Francana, do Corinthians também, do futebol arte e amantes da vida estão chorando a morte deste homem que fica para a história de nossa terra e nossa gente. Só um detalhe: ele era herdeiro distante do fundador da Franca, Hipólito Pinheiro...

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  5. O fundador de Franca, pois é, Hipólito Pinheiro: Dr. Odorico era filho de Jayme Pinheiro Silva, sobrinho de José Pinheiro, descendente distante no tempo mas direto na linha genealógica do capitão que fundou há quase 300 anos a Franca do Imperador. Mas era o Odorico um homem humilde e discreto nem gostava quando a gente falava nisso. Preferia dizer que era descendente dos bugres.

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