O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante fez um alerta ) a respeito do novo Código Florestal. Segundo Cavalcante, a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) pode provocar uma devastação brutal na Amazônia e uma desequilíbrio ambiental ainda maior em outras regiões do país. Dr. Cavalcante, no entanto, defendeu a modernização da legislação atual. “É inegável que é importante se atualizar a legislação florestal brasileira. A atual é uma legislação que efetivamente já não mais representa a vida que se tem no campo, a postura que se tem que ter em termos de proteção ao meio ambiente”, afirmou, resumindo assim a idéia de uma economia rural em equilíbrio com a ecologia.
Apesar da consciência, Cavalcante teme que o Código Florestal, caso seja aprovado tal como está no projeto de inspiração ruralista, possa gerar uma grande devastação ambiental futuramente. “A se manter dessa forma os percentuais de 20% e 35% para preservação nas áreas de Cerrado e Campos Naturais, previstos no projeto, vamos ter em verdade uma devastação brutal na Amazônia além de outros problemas mais".
Por conta disso, o presidente apelou aos parlamentares para "uma profunda reflexão sobre o novo Código, particularmente sobre os percentuais para preservação de áreas amazônicas do Cerrado e Campos Naturais".
Por fim, ele alertou também para o fato de que os municípios (e os governos de estado) com as novas normas, passam a ganhar amplos poderes para definir zonas de preservação ambiental, dentro de percentuais definidos na lei: “É temerário dar esse poder aos prefeitos ou governadores e retirar essa competência do Ibama, que ficará completamente alijado e alienado desse processo decisório. Nós sabemos que a realidade dos municípios hoje, no Brasil, é dominada pelo capital econômico. Então, certamente, quem mandarão são os grandes ruralistas, pois são eles quem mandam nos municípios, que não têm qualquer estrutura para assumir uma responsabilidade dessas”, concluiu.
Marina em um ato público com Verdes quer cidadania nos debates ambientais |
Os recursos naturais precisam ser preservados a bem da Nação |
Por sua vez, a ecologista e líder do PV Marina Silva se manifestou argumentando que o debate sobre Código Florestal não pode ser monopolizado. A ex-ministra do Meio Ambiente e Senadora, que foi cvandidata a Presidente da República com votação expressiva, não quer se omitir dos debates e disse que o país tem condições políticas suficientes para ampliar o conjunto de leis e normas que defendem o desenvolvimento sustentável e a agricultura familiar. Marina criticou o fato de existir hoje um debate centrado no texto do novo Código Florestal, apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
“Em pleno século 21, o que nós temos: em lugar de andarmos para a frente, nós estamos andando para trás. Há sustentabilidade política para, em lugar de ficarmos aqui discutindo reduzir os prejuízos e os riscos do relatório do deputado Aldo Rebelo, nós discutirmos a ampliação dos ganhos para a agricultura familiar, o desenvolvimento sustentável”, afirmou Marina durante o Seminário Nacional sobre o Código Florestal, organizado por mais de 20 movimentos sociais em São Paulo.
Marina ressaltou que quem está tentando aprovar o novo Código Florestal é uma parcela do setor do agronegócio que não concorda com os avanços da Constituição de 1988: “A Constituição estabeleceu a função social da terra e um ambiente saudável como direito de todos os brasileiros. Eles não concordam com isso e, em todas as oportunidades que têm, querem revogar a Constituição”, disse.
A lider nacional verde elogiou o adiamento da votação do novo código paraamanhã, 3ª feira,10/5. E de
acordo com ela, sendo apoiada nesta luta por dezenas de entidades ambientalistas, afirmou que a sociedade civil vai apresentar as propostas de alteração do texto do código para a Casa Civil. Com isso, deixou claro que o debate do Código Florestal e do próprio Desenvolvimento Sustentável não pode ser monopolizado por ninguém, nem mesmo pelas autoridades políticas, "este tema interessa a toda a Nação que tem direito de ter todas as informações sobre as mudanças ou decisões e participar de todo o processo".
Fontes: http://ultimainstancia.uol.com.br/
http://folhaverdenews.blogspot.com/
A participação de variados setores da sociedade civil na discussão do Código Florestal e de toda a realidade ambiental e econômica do país é algo que enriquece as chances brasileiras de um desenvolvimento de verdade, realmente, os deputados e até o Governo não podem monopolizar nem manipular o debate ou a realidade, que envolve o interesse de toda a população.
ResponderExcluirSEGUNDO A AGÊNCIA BRASIL GOVERNO SE PREOCUPA COM MUDANÇAS E EMENDAS RURALISTAS
ResponderExcluir"O governo federal está otimista em relação a um acordo sobre o novo Código Florestal antes que seja levado à votação na Câmara dos Deputados, prevista para amanhã (10/5). A intenção é evitar que as novas regras ou mudanças ruralistas na lei ambiental, criticadas por ambientalistase outros setores da sociedade, recebam emendas de deputados. A afirmação é do assessor especial do Ministério do Meio Ambiente, Luiz Antonio Carvalho: “A ministra [Izabella Teixeira] me pediu que dissesse o seguinte: estamos otimistas, vamos brigar até o último momento para que se construa um consenso, inclusive com o deputado Aldo Rabelo [relator do texto do novo código] para que o projeto entre sem sofrer emendas lá dentro [da Câmara]”, afirmou no Seminário Nacional sobre o Código Florestal, organizado por mais de 20 movimentos sociais.
"Isso [deixar o código sujeito a emendas] hoje é o pior que pode acontecer, porque as emendas não virão a nosso favor. Elas virão em favor da anistia para a área rural consolidada, para massacrar, digamos assim, para demolir o conceito de reserva legal, e por aí vai”, acrescentou.
O acordo buscado pelo Governo, segundo o assessor, levará em conta a proposta atual, os interesses do agronegócio, do desenvolvimento sustentável e do Governo. No entanto, destacou que o ministério não compactua com a proposta – considerada inconstitucional por Carvalho – de anistiar as irregularidades ambientais cometidas antes de junho de 2008. Fonte: Agência Brasil
DEU AGORA NO ESTADÃO: MARINA, PV, PSOL E ONGS LEVAM PROPOSTAS PARA CASA CIVIL
ResponderExcluirMarina Silva (PV) estaria nesse momento em Brasília entregando um conjunto de propostas à Casa Civil com sugestões para que o governo adie mais uma vez a votação da reforma do Código Florestal, proposta em relatório de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Propostas, que segundo Marina serão endereçadas diretamente ao ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, fazem parte de um documento assinado conjuntamente pelo PV, PSOL e organizações não governamentais (ONGs), que participaram do Seminário Nacional sobre o Código Florestal,
que foi sábado no DF e noticiado no post de Miguel Jorge.
Ativistas e líderes partidários ligados à questões relativas ao meio ambiente estão esperançosos em relação à possibilidade de o governo federal vir a vetar os pontos polêmicos do novo projeto apresentado pelo relator Aldo Rebelo. A oportunidade pode ocorrer na terça-feira, durante reunião entre os ministros das áreas envolvidas com o tema e os líderes dos partidos na Câmara que apoiam o Governo. Marina poderá participar em nome das entidades ambientalistas, como líder nacional do ecodesenvolvimento, que é hoje. Fonte: www.estadao.com.br