"É extremamente preocupante a forma como está sendo conduzido o debate em torno da atualização da principal lei que protege nossas florestas e nossa biodiversidade: o Código Florestal. O que tem pautado a ação dos que querem modificar a legislação às pressas parece limitar-se ao interesse imediato, que não leva em conta questões estratégicas, quando sabemos que essa discussão diz respeito à vida de todos nós: as florestas prestam um serviço inestimável de proteção, regulação climática e hídrica, essencial para nossa economia e para a produção agrícola e de energia.
As perdas florestais avançam assustadoramente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Já perdemos 93% da mata atlântica, quase metade do cerrado e da caatinga e quase 20% da Amazônia. Ao mesmo tempo, temos mais de 60 milhões de hectares de terras agrícolas que foram degradadas e estão abandonadas, como resultado de um modelo agrícola que precisa mudar.
O cerne das mudanças deve ser o de melhorar a proteção das florestas que nos restam, de criar políticas de incentivo que promovam o desenvolvimento do setor agrícola e florestal, gerando emprego e renda em uma escala muito maior.
Deve ser o de discutir os ajustes necessários para que os produtores rurais possam superar os passivos ambientais e para que nossa agricultura dê um salto de qualidade e produtividade, com sustentabilidade. É a nossa riqueza natural que nos permite ser um dos campeões mundiais de produção agrícola.
Não usar com sabedoria esses recursos é matar a galinha dos ovos de ouro. Quando discutimos o destino das florestas, estamos projetando o Brasil que queremos. Estamos definindo o papel que o país terá no mundo, o tipo de economia e qualidade ambiental que teremos. Por isso, é absurdo opor produtores rurais e ambientalistas, produção agrícola e meio ambiente.
Mas o absurdo existe e considero que é na política que está o nosso maior problema. É na qualidade do debate e na forma como ele está sendo conduzido na Câmara dos Deputados. Eivado de preconceitos e falsas alegações de que quem defende as florestas estaria a serviço de interesses internacionais, ou, pior, de que a preservação implicaria a diminuição da produção de alimentos e que, com isso, haveria aumento de preços. Isso nos faz lembrar dos momentos que antecederam a abolição da escravatura no país, quando parte dos produtores rurais bradava que sem os escravos o Brasil rural estaria falido e não haveria quem produzisse comida para nossas mesas.
Por isso, proponho que o Executivo assuma o protagonismo dessa discussão, empenhando-se em construir uma proposta bem estruturada, que atenda aos interesses de toda a sociedade, considerando o que dizem os cientistas brasileiros, com o fortalecimento da governança pública e a criação dos incentivos para o cumprimento da legislação ambiental.
Proponho que a presidente Dilma faça um chamamento à classe política e à nação para que, nos próximos meses, discutamos uma política nacional para a gestão sustentável de nossas florestas e de nossos recursos naturais. Para tanto, poderíamos adiar o prazo de averbação da reserva legal, previsto para 11 de junho, de forma que tenhamos um ambiente menos tensionado para o diálogo.
Cabe ao governo a responsabilidade de colocar o país no caminho da sustentabilidade e impedir o desmonte da legislação ambiental. Nos últimos 16 anos, atravessamos dois governos com muitas tentativas de mudanças na legislação. Nesse período, a sociedade impediu que houvesse um retrocesso. Agora, cabe a uma mulher a tarefa de promover o encontro e a mediação para a superação do impasse, para a construção de um caminho que integre e projete um futuro melhor para todos".
A sobrevida de nossa natureza é interesse nacional |
A agricultura orgânica precisa entrar em questão também |
Marina com cidadania chama à responsabilidade o Governo e todos os setores da população do país |
(Marina Silva, professora de história, foi candidata à Presidência da República pelo PV em 2010, ministra do Meio Ambiente (2003-2008) e senadora pelo Acre (1995-2011)
Fontes: http://www.minhamarina.org.br/
http://folhaverdenews.blogspot.com/
Superimportante este artigo de Marina Silva que a Folha de São Paulo levou para todo o país: ela chama à responsabilidade o Governo Federal para que ele cumpra a sua função de garantir as leis ambientais básicas para a natureza e a vida. E conclama para a missão da sustentabilidade, o desenvolvimento que harmoniza economia com ecologia.
ResponderExcluirVamos todos divulgar ao máximo esta mensagem, esta é uma semana de decisão para os debates do Código Florestal em Brasília e no Brasil.
Uma semana de decisão para nossa ecologia, nossa economia, nossa Nação.
Principais entidades científicas também pedem adiamento da votação do novo Código Florestal, assim como faz Marina Silva em nome dos Verdes
ResponderExcluirAssim como a líder nacional do PV, Marina Silva, entidades que reúnem cientistas e acadêmicos de diversas áreas pediram o adiamento da votação sobre o novo Código Florestal, previsto para ir à pauta de votações do plenário da Câmara no começo da semana que vem. De acordo com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), não há “fundamento científico” nas mudanças propostas na legislação. Para as entidades, seria uma “tragédia” a votação na semana que vem com o texto como está. “Será uma tragédia para sociedade brasileira. Espero que não seja votado. Nós estamos aqui trazendo a visão de 96 sociedades científicas, a elite da ciência brasileira. O que nós gostaríamos é de poder continuar contribuindo trazendo dados para a implementação de um código moderno, e não um documento que os dados da ciência mostram que está furado, está errado”, disse Helena Nader, presidente da SBPC, durante lançamento do estudo “O Código Florestal e a Ciência – Contribuições sobre o diálogo”, em um hotel de Brasília.
A convivência em harmonia entre agricultura e natureza é possível na ciência do ecodesenvolvimento
O G1 procurou a assessoria do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP), relator do projeto na Câmara, mas ele não respondeu. Em entrevista ao G1 na semana passada, Rebelo disse que o Código é “uma tentativa de equilibrar a defesa do meio ambiente com a produção agrícola”.
De acordo com as entidades, o estudo apresentado é resultado de dez meses de discussão, que se iniciou durante o debate do código em comissão especial da Câmara, no ano passado.
Para o pesquisador Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que participou do grupo de trabalho da SBPC sobre o código, seriam necessários mais dois anos de discussão para se chegar a um texto adequado para o novo Código. “Acredito que a ciência pode ajudar nesse debate.”
Sobre a proposta de liberar plantio em topo de morro ela é “extremamente irresponsável”. “As pessoas se esquecem que no Rio morreram mil e tantas pessoas em deslizamentos e está se pensando em tirar a proteção de topo de morro.”
Nobre também criticou a proposta de reduzir a Área de Preservação Permanente” nos casos de rios menores de 30 metros para 15 metros. Ele diz que atualmente a área de APP representa 7% das propriedades privadas. Com a mudança, passaria para 5%. “O argumento não se suporta diante de evidências numéricas. (…) O estudo mostra que o que está sendo proposto não tem fundamento científico”.
Elibio Leopoldo Rech Filho, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que faz parte do grupo de trabalho, diz que as entidades “não são contra nem a favor”. “Só colocamos evidências que mostram que é preciso mais tempo para que o novo código esteja a altura de ser votado.”
Ponto de discórdia – O coordenador do grupo de trabalho que estudou as mudanças no Código Florestal, José Antonio Aleixo da Silva, também criticou a defesa do relator pela isenção de reserva legal para pequenos produtores com propriedades de até quatro módulos fiscais. “Vai ser uma confusão sem fim. Existem cidades grudadas em que os módulos fiscais são diferentes.”
Nesse ponto não há consenso nem no próprio governo, segundo o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
Fontes: Ambiente Brasil
G1
http://folhaverdenews.blogspot.com/
folha verde news disse...
São lideranças de vários setores da Nação contrárias à neutralização de leis ambientais básicas presentes no Código Florestal e só dois setores a favor, os ruralistas e os parlamentares que fazem parte do seu lobby. Conclusão:...
Entre as manifestações de maior importância estão a dos principais cientistas, ligados a agências como SBPC e ABC, bem como de lideranças da ecologia e da cidadania, entidades e gente como Marina Silva, todos indo à luta para que prevaleça o bom senso e o interesse do Brasil, não apenas o dos ruralistas, que não se preocupam tanto com a preservação dos recursos da natureza e sim mais com os lucros dos seu agronegócios. Cada um de nós pode ajudar neste momento esta luta, descubra você como fazer isso. ..
ResponderExcluirMarina Silva critica postura do governo na votação do Código FlorestalRedação SRZD | Nacional | 01/05/2011
ResponderExcluirMarina Silva participou de encontro de lideranças do PV, no auditório do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), neste domingo, no Rio de Janeiro. O encontro foi organizado pela legenda para discutir mudanças internas. A militante criticou a forma como o governo tem tratado o Código Florestal.
"O PV não é mais o mesmo depois do fenômeno Marina Silva nas eleições de 2010.", disse Alfredo Sirkis. O PV quer um regimento interno mais rígido e que permita uma maior mobilidade em seus quadros. "Precisamos de novos nomes, de novos líderes, para enriquecer nossas propostas", concluiu Sirkis.
Marina Silva ratificou as declarações de Sirkis."Precisamos de novos líderes em todas as regiões do Brasil", disse a candidata do PV a Presidência da República.
Marina aproveitou a oportunidade e lançou o nome de Fernando Gabeira à Prefeitura do Rio em 2011. "O Gabeira é um simbolo do PV e tem uma identificaçãomuito grande com a cidade", comentou Marina.
A votação do Código Florestal, no entanto, foi o principal tema do discurso de Marina.
"Precisamos usar de todos os meios disponíveis para impedir que o Código Florestal seja aprovado do modo que Aldo Rabelo quer, pois isso representa um retrocesso nas questões do meio ambiente no Brasil", disse a ex-candidata à presidência.
A militante do PV também criticou a postura do Governo Federal na votação do Código Florestal que, segundo Marina, está tendo uma atitude passiva e conivente com o que há de mais retrógrado em termos de sustentabilidade no Brasil.
http://www.sidneyrezende.com/noticia/129895+marina+silva+critica+po... .
MARCIO ASTRINI DO GREENPEACE MANDOU ESTA MENSAGEM AQUI PRO BLOG FOLHA VERDE NEWS:
ResponderExcluirOlá, os ruralistas voltaram a ligar suas motosserras com força total no Congresso. O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que se bandeou para o lado do agronegócio do passado, tenta colocar seu texto final para mudar o Código Florestal em votação nesta semana. É um projeto que joga no lixo a lei que protege o patrimônio ambiental brasileiro.
A data prevista é terça-feira (3/5). Precisamos de sua ajuda para mandar um recado para os políticos. No dia, nosso Twitter e Facebook trarão a mensagem:
Congresso, desligue a motosserra! Diga não ao Código Florestal do Aldo Rebelo!
Replique, repasse, retuíte. Diga para os deputados que desejamos um Código Florestal que realmente seja bom para o Brasil, e não esse em discussão, que premia desmatador, beneficia apenas os grandes latifúndios e abre espaço para mais árvores tombarem.
Enquanto os representantes desse agronegócio antiquado preparam seu pacote de maldades, os agricultores familiares já disseram, em manifesto, ser contra qualquer projeto que aumente a devastação.
A ciência fez coro: suas maiores instituições Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciências (ABC) foram a público dizer que o país precisa de mais preservação - não de menos, como propõem os ruralistas. E todos nós já sabemos que o Brasil não precisa nem deve desmatar mais para se desenvolver.
Espalhe essa ideia, convide seus amigos.
www.greenpeace.org.br