Assim como a líder nacional do PV, Marina Silva, entidades que reúnem cientistas e acadêmicos de diversas áreas pediram o adiamento da votação sobre o novo Código Florestal, previsto para ir à pauta de votações do plenário da Câmara no começo da semana que vem. De acordo com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), não há “fundamento científico” nas mudanças propostas na legislação. Para as entidades, seria uma “tragédia” a votação na semana que vem com o texto como está. “Será uma tragédia para sociedade brasileira. Espero que não seja votado. Nós estamos aqui trazendo a visão de 96 sociedades científicas, a elite da ciência brasileira. O que nós gostaríamos é de poder continuar contribuindo trazendo dados para a implementação de um código moderno, e não um documento que os dados da ciência mostram que está furado, está errado”, disse Helena Nader, presidente da SBPC, durante lançamento do estudo “O Código Florestal e a Ciência – Contribuições sobre o diálogo”, em um hotel de Brasília.
A convivência em harmonia entre agricultura e natureza é possível na ciência do ecodesenvolvimento |
De acordo com as entidades, o estudo apresentado é resultado de dez meses de discussão, que se iniciou durante o debate do código em comissão especial da Câmara, no ano passado.
Para o pesquisador Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que participou do grupo de trabalho da SBPC sobre o código, seriam necessários mais dois anos de discussão para se chegar a um texto adequado para o novo Código. “Acredito que a ciência pode ajudar nesse debate.”
Sobre a proposta de liberar plantio em topo de morro ela é “extremamente irresponsável”. “As pessoas se esquecem que no Rio morreram mil e tantas pessoas em deslizamentos e está se pensando em tirar a proteção de topo de morro.”
Nobre também criticou a proposta de reduzir a Área de Preservação Permanente” nos casos de rios menores de 30 metros para 15 metros. Ele diz que atualmente a área de APP representa 7% das propriedades privadas. Com a mudança, passaria para 5%. “O argumento não se suporta diante de evidências numéricas. (…) O estudo mostra que o que está sendo proposto não tem fundamento científico”.
Elibio Leopoldo Rech Filho, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que faz parte do grupo de trabalho, diz que as entidades “não são contra nem a favor”. “Só colocamos evidências que mostram que é preciso mais tempo para que o novo código esteja a altura de ser votado.”
Ponto de discórdia – O coordenador do grupo de trabalho que estudou as mudanças no Código Florestal, José Antonio Aleixo da Silva, também criticou a defesa do relator pela isenção de reserva legal para pequenos produtores com propriedades de até quatro módulos fiscais. “Vai ser uma confusão sem fim. Existem cidades grudadas em que os módulos fiscais são diferentes.”
Nesse ponto não há consenso nem no próprio governo, segundo o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
Fontes: Ambiente Brasil
G1
http://folhaverdenews.blogspot.com/
São lideranças de vários setores da Nação contrárias à neutralização de leis ambientais básicas presentes no Código Florestal e só dois setores a favor, os ruralistas e os parlamentares que fazem parte do seu lobby. Conclusão:...
ResponderExcluirMarina pede adiamento da votação do Código Florestal. Veja por que em seu blog (http://www.minhamarina.org.br/blog/) e participe da campanha pelo adiamento da votação do Código Florestal no twitter (@silva_marina) com o tag #VocePodeAdiar
ResponderExcluirO presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Marco Maia, disse à imprensa que colocará o relatório do Deputado Aldo Rebelo que propõe mudanças vicerais no Código Florestal Brasileiro em votação na próxima terça-feira, dia 3 de maio. O relator confirma que apresentará o texto final na próxima segunda-feira, dia 2, para que a votação ocorra no máximo até quarta-feira, dia 4. Sem tempo para a sociedade analisar e se manifestar sobre a proposta.
Não podemos decidir sobre o futuro de nosso desenvolvimento dessa forma. A dificuldade de se chegar a um consenso entre o governo e o relator do projeto, a falta de transparência e participação social com que ambos estão discutindo demonstram, claramente, a falência desse tipo de negociação. Vamos fazer um apelo à Presidente Dilma Rousseff e aos deputados pelo adiamento, por alguns meses, da votação anunciada para a semana que vem.