Os repórteres Márcio Falcão e Cláudio Ângelo, direto de Brasília, informam que a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira regime de urgência para análise do novo Código Florestal. Com isso, se houver acordo dos líderes partidários, o texto pode ser votado em plenário ainda nesta quarta-feira.
Outros boxes no site da Folha de São Paulo:
Câmara não recebeu sinal para parar aprovação
Palocci diz que há '100% de desacordo'
A urgência foi aprovada com 399 votos favoráveis, 18 contrários e uma abstenção, sendo que apenas PSOL e PV orientaram suas bancadas a derrubar o requerimento que pedia a urgência. O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), condicionou a votação do código ao texto que o relator da matéria Aldo Rebelo (PCdoB-SP) apresentar amanhã. O PT, a maior bancada com 87 deputados, só aceita a votação se Aldo acolher as recomendações feitas pelo Governo.
Em uma série de reuniões ao longo do dia, o governo cobrou mudanças em pelo menos três pontos: autorização para que prefeituras e Estados autorizem desmatamentos; classificação da produção de alimentos como objeto de interesse social (o que abriria margem para descumprimento de uma série de restrições ambientais); e um texto fechado sobre a polêmica área de preservação nas margens de rio, sem permitir que a área possa ser dividida em duas faixas de 7 metros em cada margem.
O líder do PT justificou que o governo teve dificuldades para unificar o discurso internamente e que por isso não pretende recuar nas cobranças feitas ao relator. Sobre o Código Florestal, Aldo Rebelo evitou polemizar e tentou dividir a responsabilidade dizendo que ele será fruto do trabalho da Câmara e não apenas dele. Ele disse esperar que a votação do texto seja em um breve espaço de tempo. Ao finalizar, o relator disse que "cumpre apenas o seu dever" e não comentou as exigências do líder do PT para mudanças em seu texto. Nem os argumentos dos ambientalistas e dos cientistas, inteiramente contrários a alguns erros e limites do projeto.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que a urgência não seria prudente, que o texto do relator foi apresentado só na segunda-feira e que os parlamentares precisariam de mais tempo para analisar a matéria com prudência, por se tratar de um assunto da maior importância para a Nação.
Qual sua opinião sobre o novo texto do Código Florestal que será votado pela Câmara?
Com esta pergunta o site do jornal Folha de São Paulo faz uma enquete, captando a tendência da opinião pública sobre esta polêmica de mudanças nas leis ambientais básicas, defendidas radicalmente pela Bancada Ruralista, que inclusive não aceita as alterações que foram feitas ainda ontem no texto pelo relator Aldo Rebelo, buscando uma conciliação mínima, já que o consenso está muito distante ou difícil. Por sua vez a Bancada Verde, a Frente Ambientalista e parlamentares do PT e do PSOL querem até mesmo o adiamento da votação: a Ministra do Meio Ambiente e outros setores do Governo Dilma já se colocaram contrários às mudanças tais como as projetam os parlamentares ruralistas. Este bloco se tiver que votar na sessão de hoje da Câmara Federal, votará contra as mudanças, Isso fará com que o placar da votação seja decidido talvez voto a voto de maneira dramática. E mudará até o perfil do governo federal, que tem sido visto (e criticado) nacional e internacionalmente como "desenvolvimentista" (basta ver as megrausinas hidrelétricas, termelétricas, nucleares), o progresso a qualquer custo socioambiental. Esta votação do Código Florestal poderá vir a ser o começo de uma alteração de conteúdo na gestão pública e na imagem dos políticos do Brasil?...
Veja como está a enquete e um comentário do resultado parcial dela:
50% dos internautas 973 votos - o projeto será aprovado
44% 856 votos - o projeto não será aprovado
6% 124 votos - não têm opinião formada
Total: 1.953 votos
Jornalistas comentam que a maioria dos que estão achando que o projeto Aldo Rebelo será aprovado não aprovam, argumentam que a maior parte dos deputados federais não têm consciência ecológica e até muitos deles estão ali financiados ou a serviço dos lobbies, entre eles, dos grande empreedimento em agronegócios. E porisso, mesmo ruim, o "novo" Código Florestal não será barrado.
Porém, esta não é a opinião dos ecologistas, que acreditam a união de forças entre o PV, o PV, o PSOL, a Frente Ambientalista, bem como a pressão das entidades do setor e até dos principais cientistas especializados do país (ligados à SBPC, ABC e universidades) pela desaprovação, poderá levar ao adiamento da votação (para uma análise mais acurada do extenso documento proposto) ou mesmo à uma histórica derrota dos ruralistas, o que levaria a uma alteração substancial do projeto para mudar o Código Florestal Brasileiro, sem prejudicar a proteção do último equilíbrio do meio ambiente que ainda resta no meio rural e nas últimas florestas e rios não poiluídos ou com chances de vir a serem despoluidos e melhor protegidos. Esta virada histórica introduziria na prática política do Brasil o Desenvolvimento Sustentável, base da luta dos Verdes e da líder nacional Marina Silva, já que é plenamente viável conciliar o avanço da produção e da economia rural com a defesa da ecologia, base para existir chance de vida futura no Brasil, (ainda) o país da natureza. (Padinha).
A luta da líder pelo ecodesenvolvimento poderá ter uma vitória |
Verdes estão mobilizados em todo o país e com apoio de vários setores da população |
Tal como está o projeto ruralista do CF ameaça a vida da Amazônia e das últimas florestas do país |
Fontes: folha.com
Agência Brasil
http://folhaverdenews.blogspot.com/
Depois de tantas batalhas e articulações nessa luta para garantir a defesa básica do meio ambiente no meio rural do Brasil, ambientalistas, cientistas e vários setores da cidadania do país esperam que a resposta a esta pergunta desta matéria seja SIM. A bem do ecodesenvolvimento e do futuroi da vida.
ResponderExcluirNão faltou luta a variados setores da população para esta questão do Código Florestal ser o início de uma grande mudança no Brasil em relação a uma gestão pública sustentável. E algumas circunstâncias do momento mostram que os ambientalistas estão com sorte ou, em outras palavras, com proteção de Deus: a realidade captada pela mídia (e não apenas na Internet) parece articular para um avanço no país a partir deste episódio. Ou na pior das hipóteses, para mais um retrocesso político. ..
ResponderExcluirNovo relatório de Aldo desagrada governo, ambientalistas e agricultura familiar
ResponderExcluirISA, 4.05.11
Com expressões de desagrado, como se tivesse sido forçado a ceder e acatar propostas do governo e dos ambientalistas, da agricultura familiar e de outros segmentos da sociedade, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB) apresentou na segunda-feira (2/5) à imprensa o novo texto do relatório que propõe mudanças no Código Florestal. Até os repórteres observaram que ele aparentava estar contrariado por ter feito concessões, com o que ele concordou. Mas não foi isso que aconteceu. Ele não havia cedido. Ontem, as lideranças aprovaram o regime de urgência para votação, que pode acontecer nesta quarta-feira.
Fonte: www.sosflorestas.com.br