A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana marcou para a semana que vem, 23 de março, audiência pública para discutir o processo de licenciamento ambiental de um grande condomínio residencial na região da Mata do Planalto. O Ministério Público apresentará estudos de impacto na região, recomendando à Prefeitura que rejeite o empreendimento. A reunião aberta a todos será às 10h, no Plenário Helvécio Arantes.
Em manifestação no último dia 12, moradores da zona norte percorreram ruas da região e deram um abraço simbólico na Mata. De acordo com o vereador Leonardo Mattos (PV), que acompanhou a caminhada, Belo Horizonte precisa decidir que tipo de cidade quer: “uma BH verde ou uma cidade de concreto. A cultura exploratória tem que ceder lugar ao senso de preservação e à sustentabilidade”, comentou. Os vereadores Heleno Abreu (PHS) e Silvinho Rezende (PT) também participaram do protesto.
Para a audiência pública serão convidados os secretários municipais de Governo e de Meio Ambiente, Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM), Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM), Projeto Manuelzão, Ouvidoria Ambiental, Ministério Público Estadual, Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da UFMG (Gesta) e líderes comunitários dos bairros Campo Alegre, Planalto, Granja Verde, Vila Clóris e Coração Eucarístico. Esta reportagem está sendo feita tendo também como base nas fotos e nas informações in loco levantadas pela jornalista Andréia Cristina Andrade de Sousa.
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Mata do Planalto, um oásis de vida natural no espaço urbano de BH |
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Caminhada verde de moradores, ecologistas e vereadores pela natureza do lugar |
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Mais de 500 pessoas na manifestação em BH |
O verde Leonardo Mattos, um dos líderes do ecodesenvolvimento de BH |
Em defesa da mata
Há um ano, em março de 2010, uma audiência pública recebeu ambientalistas e moradores dos bairros Planalto, Vila Clóris e Campo Alegre preocupados com a construção de um grande empreendimento imobiliário na região da Mata do Planalto, conhecida como Mata do Maciel. Grande parte da área verde de 300.000 m², que abriga 20 nascentes e rica biodiversidade, poderia dar lugar a 760 apartamentos. Além de temerem a destruição da mata, os moradores se preocupam com os impactos no trânsito e a qualidade de vida em geral, já que quatro mil moradores a mais passariam a circular na região.
Outra audiência, em setembro do ano passado, inspirou medidas para dar maior transparência e permitir a participação da comunidade no processo de licenciamento ambiental de grandes obras na cidade.
O promotor de justiça do Ministério Público Estadual de Meio Ambiente, Luciano Badine, questionou a legitimidade na condução do processo que autorizava a construção dos prédios. Os vereadores decidiram elaborar um projeto de lei, em tramitação na Casa, que determina a presença em licenciamentos do órgão no Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM).
O caso ganhou repercussão na mídia e, diante da polêmica, a decisão sobre a licença prévia para o empreendimento foi retirada da pauta do Comam, a pedido do prefeito Marcio Lacerda, que solicitou uma análise mais aprofundada do caso. Ainda não há prazo definido para nova inclusão do assunto na pauta de votação do conselho ambiental de Belo Horizonte.
Em novembro, uma comissão de lideranças comunitárias e ambientalistas, mediada por vereadores, se reuniu com os secretários municipais de Governo e Meio Ambiente para tentar barrar a construção do condomínio.
No mesmo mês, a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana fez uma visita técnica na mata para conhecer a região alvo das obras. Durante a vista, o secretário Municipal de Meio Ambiente, Lívio Lasmar, afirmou que a posição da Prefeitura era clara: não dar nenhum passo adiante no licenciamento prévio enquanto a questão não fosse bem discutida e avaliada.
Agora, pós-caminhada de moradores e ecologistas, com abraço na Mata do Planalto, na próxima semana poderá estar sendo ensaiada a definição deste caso, que segundo o verde Leo Mattos, se tornou emblemático para BH e o seu povo definirem como querem a sua vida ou o seu futuro, uma cidade ecológica com qualidade de vida maior do que na maior parte das capitais ou cidades grandes no país ou mais uma megalópole de concreto. Belo Horizonte nos próximos anos, se for efetivada a despoluição de todo o complexo da lagoa da Pampulha, melhorado o sistema de transporte público com energia limpa, preservadas as várias matas, lagoas, nascentes, recuperados os dois principais córregos que cortam o espaço urbano, implantado um serviço amplo de reciclagem e tratamento do lixo e dos esgotos, diminuidos os índices ainda altos de violência urbana, poderá se transformar numa cidade ecológica, a ser beneficiada com os recursos do ecoturismo, compensando todos os investimentos e preparando a partir da capital Minas Gerais para a criação do futuro. (Padinha)
Fonte: http://folhaverdenews.blogspot.com/
Cada nascente, cada mata, cada vida nativa que se preserva é uma chance a mais para o futuro de uma cidade ou uma região: os empreendimentos têm variados espaços, por exemplo, em Belo Horizonte, onde árvores nativas não podem ser mais derrubadas, cada nascente é uma jóia, cada mata um tesouro, para a BH ecológica que pode ser criada, corrigidos alguns problemas, como point do turismo no interior do Brasil.
ResponderExcluirEm dois outros sites de abrangência nacional esta matéria de BH verde está também postada, em
ResponderExcluirwww.redepv.ning.com
http://www.movmarina.com.br
E nos dois web espaços, entra com o seguinte comentário, que reproduzimos aqui p/ vc em FVN:
Em BH o PV se ali a outras lideranças da cidadania para avançar um projeto de ecodesenvolvimento do que faz parte a preservação da Mata do Planalto: maior que o interesse imobiliário está o futuro da vida desta cidade, estratégica para o interior do Brasil, desde que ela venha a se adequar como ponto de ecoturismo nos próximos anos. O processo de luta e de criação do futuro já começou.