Mensagem do Movimento Marina Silva e depoimento de Sirkis agitam o PV
Ontem à noite, o pesadelo verde: a mensagem enviada a todos os membros do Movimento Marina Silva também chegou até meu e-mail, trazendo um depoimento de Alfredo Sirkis sobre erros e limites da atual estrutura partidária e política do Partido Verde. Leia na sequência você mesmo e se posicione, tudo o que não podemos fazer neste momento de gravidade total é nos omitirmos. Sendo assim, antes de mais, pondere comingo: pode ser que a decisão da Executiva Nacional por 29 a 16 votos, dando continuidade aos atuais dirigentes e adiando para 2012 a nossa Convenção de julho de 2011 para março de 2012, tenha sido feito dentro das regras formais previstas pelo estatuto e pela legislação dos partidos políticos. Velhas regras formais, por sinal, que precisam urgente de reforma. Mesmo assim, a decisão que desagrada à maioria dos Verdes é formalmente legal, porém, moralmente ilegítima! Basta ler com atenção o último parágrafo do texto de Sirkis (a busca de uma nova política, um dos fundamentos estruturais do PV): a decisão da maioria da Executiva Nacional pode ter sido legal mas antiética, diante dos princípios que regem a cidadania. A política tende cada vez mais a não ser tão cartorial e manipuladora como é ainda atualmente, para se tornar cada vez mais cidadão e ética, ecologicamente correta, vale dizer. Isso tanto em nível geral, da política de todo o país, como também no microuniverso da direção partidária e da vida de cada partido. Ainda mais do PV, que já nasceu sob a luz desta diretriz de democracia, cidadania e busca da paz. Desta forma, não vamos simplesmente lamentar que o Partido Verde pode assim virar Marron e sim, descobrir alternativas para resolver esta situação-limite e restaurar a ética, quem sabe promovendo nova eleição simultaneamente a uma Convenção ainda neste ano, dentro do espírito da necessária refundação, mas isso, sem desespero nem caça às eventuais bruxas, com normalidade, mais ainda, com serenidade, mais, com inteligência, com tolerância e desta forma, conquistando todos nós juntos, Executiva Nacional e membros do PV uma revolução, resgatando os valores fundamentais do nosso partido que humildemente e em nome do movimento ecológico, da cidadania e da não-violência ajudei a fundar nos anos 80 em São Paulo, inspirado por estes ideais e também pela ação exemplar de Gabeira, Sirkis, Lucélia Santos e todos os que conseguimos dar os primeiros passos do Partido Verde. Agora, com Marina Silva e esta exigência ética, podemos promover uma desobediência política e reverter a situação, renovando a força do conteúdo do PV. Estes são os segundos passos do Partido Verde, que nesta dificuldade atual poderá mostrar a sua força moral maior e criar uma nova realidade em sua estrutura, a bem de uma nova política no Brasil. (Padinha)
Aqui, a mensagem do Movimento Marina Silva, resumindo a situação-limite
Atenção todos,
Segue abaixo um importante relato feito ontem por Alfredo Sirkis a respeito das dinâmicas internas do PV. Este texto revela de que modo estas articulações ameaçam drasticamente a todo o projeto que juntos construimos nos útimos anos - de fortalecer a liderança de Marina com a prática de uma nova forma de fazer política.
Como o texto é longo, tomamos a liberdade selecionar alguns trechos. Recomendamos a todos que leiam e comentem diretamente no blog do Alfredo Sirkis, e que ajudem nossa causa comum difundindo esta mensagem para mais pessoas.
Com a palavra verde, Alfredo Sirkis
Ontem vivi o pesadelo verde. Vi o risco de desmoronar diante de meus olhos o sonho que tivemos em janeiro de 1986 quando juntamente com Gabeira, Herbert Daniel, Lucélia e um punhado de outros fundamos o PV, no teatro Clara Nunes. Nada indicava que aquela reunião da executiva nacional, na quinta-feira, 17 de março de 2011, em Brasília, iria produzir algo tão kafquiano. Era a primeira reunião desde o segundo turno das eleições. Uma direção partidária que não se reunia a cinco meses (!) o que não significa que durante esses cinco meses o poder partidário deixara de ser exercido...(...)
A campanha de Marina Silva à presidência com seus quase 20 milhões de votos e quase 20% do eleitorado deveria ter sido o grande marco de transição para um novo partido que se abre para acolher esse extraordinário movimento. O partido encontra-se diante de uma oportunidade ímpar de crescimento, renovação, incorporação de novas energias. Esboçou-se claramente durante a campanha, na sociedade brasileira, um espaço gigantesco, fascinante, no qual Marina jogou um papel catalisador. Mas dentro da nossa carapaça burocrática, cartorial e clientelista começava a se gestar um discurso bizarro, mesquinho: “afinal o fenômeno Marina não foi tão bom assim para o PV porque o partido só elegeu um deputado a mais do que em 2006” Houve quem até comentasse, recentemente, à luz da aposentadoria de Ronaldinho: “a era dos fenômenos acabou”. Marina passou a ser vista como um “problema”. Interessante enquanto “cereja” ou “chantili” mas estorvo quando vem aí com esse papo de democratização do PV. (...)
A hora de começar a mudar é agora, depois daquele extraordinário resultado de 2010. Cabe a construção de um partido-rede. Cada vez mais em todo o mundo se evidenciam as grandes possibilidades de mobilização e participação política com o uso da internet e das redes sociais. O PV deve criar ou adaptar uma rede social para se relacionar com seus filiados de forma participativa e interativa integrando-os aos processos de decisão inclusive para a eleição das suas direções municipais, estaduais e nacional. (...)
Todos aparentemente concordaram com essa linha de procedimento e, também, com a noção de que nos últimos anos o partido sofrera uma deriva presidencialista anômala. Marco Mroz, Sergio Xavier, Mauricio Bruzadim e, finalmente, a própria Marina falaram no mesmo sentido abrindo para o PV a perspectiva de assimilar os frutos da campanha e tomar o caminho de uma transição democrática que, na minha opinião, deveria resultar também numa transição generacional logo mais. Penso que o partido não deve ser conduzido indefinidamente por sessentões e cinquentões. A campanha revelou uma juventude maravilhosa que pode em pouco tempo receber o bastão. (...)
De repente alguém me avisou que o deputado José Sarney Filho ia propor uma pura e simples prorrogação, por um ano, do mandato daquela executiva, e, consequentemente --é claro-- do presidente José Luiz Penna que está no seu décimo segundo ano como presidente. Minha indignação foi na medida da minha surpresa. (...)
O fato é que “estourei”. Logo mais surgui a brilhante idéia de prorrogar pois dois anos! Seria apenas o bode na sala? Começo a acreditar que a palavra de ordem Penna Forever que vi num cartaz em São Paulo há tempos não é piada não. É sério: caminhamos para uma presidência vitalícia??? A quebra de confiança se instalou entre nós.
Marina ficou perplexa ainda que não propriamente surpresa. A animosidade da burocracia no partido contra ela era algo que ela vinha reparando há tempos e constantemente lhe garantindo que exagerava. Naquela hora percebi que não. Digamos que, na melhor das hipóteses, criaram por ela uma relação amor-ódio. Amor pelo que de prestígio indireto pode lhes aportar. Ódio quando sua visão de transição democrática é vista como ameaça a seus poderzinhos...
O fato é que aprovaram a moção de Sarney Filho por 29 votos a 16 com base a acordos com as clientelas internas que dominam muitos estados mantendo o partido na sua condição de vergonhosa estagnação, garantias de cargos e também o medo que existe em relação a qualquer mudança mais profunda no pequeno partido que somos, naquela nossa "coisa nossa". Dirão que estou exagerando já que “quase tudo” de minha proposta foi aprovado e que é apenas uma questão de prazo: em vez de fazer a convenção em julho de 2011 fazer até março de 2012. ( ...)
Diz o nosso Manifesto: O Partido Verde se define como um movimento de cidadãos e não de políticos profissionais ou homens de aparelho. Considera que o povo brasileiro está descontente com a chamada "classe política" e almeja um tipo de representação e ação mais eficiente, desinteressada e moderna. O povo brasileiro está cansado de uma elite fisiológica, que vê na política não uma forma de representação das aspirações dos cidadãos, mas uma carreira profissional, um caminho de enriquecimento e poder individual.
Leia a íntegra e comente no link do blog do Alfredo Sirkis: http://alfredosirkis.blogspot.com/2011/03/o-pesadelo-verde.html
Visite Movimento Marina Silva em: http://www.movmarina.com.br/?xg_source=msg_mes_network
Fontes: http://folhaverdenews.blogspot.com/
http://www.redepv.ning.com/
http://www.movmarina.com.br/
Diante desta situação-limite e desta dificuldade agora, é que precisamos mostrar a força do conteúdo e dos ideais maiores do PV: neste momento só nos resta sermos grandes como os fundamentos éticos e ecológicos do Partido Verde.
ResponderExcluirPRECISAMOS JÁ mudar e avançar o PV, a ponto de nos unirmos de vez com Marina Silva e com todas as lideranças da cidadania e da criação duma nova realidade no país. Isso que tem que acontecer e não o contrário. Se vc entrar no Folha Verde, na RedePV ou no Movimento Marina Silva vai ver que já estou indo à luta nesta questão: pedindo que nesta situação-limite prevaleçam sobre todos, todos, todos nós o conteúdo ético e ecológico que dá vida ao Partido Verde. Obrigadão, cara, Paz!
ResponderExcluirLiguei agora há pouco para o presidente do PV-SP e estou aguardando algo como uma nota oficial da executiva paulista. Porém, pelo que conheço (e bem) Maurício Brusadin e sua equipe, todos sempre ligados na busca da ética e da cidadania na política, dentro do conteúdo verde de verdade, acho que o PVSP vai também se posicionar por uma "desobediência" (se é que podemos dizer assim) à decisão da executiva nacional. Esta decisão foi formalmente legal, mas eticamente inválida, o PV nasceu e vem lutando prá fazer prevalecer a cidadania e não a politicagem cartorial, assim, creio que até Penna e Zequinha irão, diante dos ideais maiores que dão conteúdo ao PV, mudarem a sua posição. Creio -digo isso eu pessoalmente, eu Padinha, sou apenas um filiado qualquer (embora um fundador nacional do PV em São Paulo por volta de 87) - que deveríamos todos, paulistas, cariocas, gaúchos, baianos, todos, todos, todos, fazermos "à força" uma convenção nacional e decidir o que será feito. Verdes temos que decidir o que se fará com o PV. Na minha opinião, juntos com Marina Silva e as lideranças da cidadania, avançaremos mais o partido, a própria política no país e, melhor ainda, a Nação.
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