Vale a pena ser sustentável em casa? A resposta é afirmativa. Mas o que cada um pode fazer pelo planeta nem sempre é aquilo que os manuais recomendam: Carolina Romanini e Filipe Vilicic resumem nesta matéria este tema da sustentabilidade, que está nas preocupações de todos os brasileiros. Cada família deseja ajudar, na medida do possível, a reduzir o impacto sobre os recursos naturais do planeta. A dúvida se o que cada um de nós pode fazer no cotidiano tem realmente influencia num problema de dimensões planetárias. A respeito disso, diz Cristina Mendonça, da consultoria em sustentabilidade Techni: “O impacto de mudanças individuais pode ser pequeno. mas elas ajudam a divulgar a ideia do consumo consciente. Dessa forma, as mudanças podem se tornar coletivas e formar o pensamento sustentável de pessoas que atuam em empresas e governos. Nesses locais, sim, elas podem implantar ações significativas”.
Está nascendo uma nova forma mais ecológica de pensar e de viver...é a criação do futuro da vida.
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A boa ação duma única pessoa pode mudar o mundo |
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No dia a dia das crianças a ecologia revoluciona a vida |
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A recuperação da ecologia depende também das ações de cada um de nós |
Com a ajuda de especialistas, Veja analisou dez das atitudes domésticas mais sugeridas pelas campanhas ambientalistas.
Substituir sacolas de plástico pelas de papel IMPACTO : BAIXO
A sacola de plástico é a atual vilã do ambientalismo. Sua substituição pelas de papel é a primeira — e muitas vezes a única atitude sustentável que pessoas e empresas estão dispostas a adotar. Em decorrência disso, o consumo de embalagens de papel no Brasil aumentou 30% desde o ano passado. O plástico das sacolas demora quatro séculos para se decompor na natureza, usa petróleo co mo matéria-prima e. se joga do em rios e mares, provoca a morte de animais que engolem o resíduo. Só que as vantagens da troca não são tão evidentes. A produção do papel emite 70% mais poluentes atmosféricos que a de plástico. A reciclagem do papel consome 98% mais energia que a do plástico. A solução talvez não seja a troca, mas um descarte mais eficiente das embalagens plásticas.
Fazer xixi no banho IMPACTO : MÉDIO
A campanha lançada pela SOS Mata Atlântica baseia-se numa conta simples: cada descarga utiliza 12 litros de água tratada. Como um adulto saudável urina, em média. quatro vezes ao dia, são 17.520 litros de água por ano, O objetivo do xixi no banho é aproveitar a água que já está sendo usa da e poupar uma descarga por dia. Evidentemente, há modos mais eficientes de economizar água. Adotar bacias sanitárias com caixa acoplada que gaste só 6 litros por descarga, por exemplo. De qualquer for ma, toda iniciativa para economizar água tratada é bem-vinda.
Reciclar o lixo IMPACTO : ALTO
Papel, vidro e plástico são recicláveis, com vantagens óbvias para a natureza. Economizam-se matéria- prima e energia. Evita-se o acúmulo de detritos em aterros e lixões. O problema é como fazer isso. Ra ras cidades brasileiras tem coleta seletiva de lixo. Em São Paulo, por exemplo, esse tipo de serviço só atende a 20% das residências. Em muitos lugares, o melhor a fazer é encaminhar o material reciclável para instituições ou cooperativas de recicladores.
Abolir a carne da dieta IMPACTO : BAIXO
A rigor, não há motivo para colocar no mesmo prato a abstenção do consumo de carne (que é uma postura filosófica) e a adoção de hábitos sustentáveis mas existe certa confusão popular entre as duas. E verdade que a pecuária responde por 17% das emissões de gases do efeito estufa e ocupa terras que teoricamente poderiam ser florestas mas o mesmo se poderia dizer da agricultura. Ambos. a carne e os vegetais, são recursos renováveis domesticados pelo homem e fazem bem à saúde. “Alimentar-se só de vegetais pode causar doenças. como a anemia”, diz Solange Saavedra, do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo. Mas há controvérsias, a alimentação vegetariana com shoyu (molho de soja) é vista com a melhor nutrição em tese defendida na Universidade da Califórnia pelo bioquímico brasileiro Dr.Hugo Silva (USP de Ribeirão Preto, Bromatologia).
Deixar de imprimir documentos IMPACTO : MÉDIO
Economizar papel tem três objetivos. Primeiro, diminui a produção de lixo. Segundo, evita a derrubada de árvores. Terceiro, reduz o consumo de água. Doze árvores são derrubadas para cada tonelada de papel virgem. São necessários 540 litros de água para fazer um quilo de papel. O Instituto Akatu. que promove o consumo consciente, calcula que uma empresa com 100 funcionários que use 50000 folhas de papel por mês consome indiretamente 128 000 litros de água. “Só que ninguém tem de abolir de vez o papel, uni item essencial para o homem”, diz Camila Melo, do Akatu. “O certo é usá-lo somente quando for necessário”
Desligar o equipamento eletrônico da tomada IMPACTO : ALTO
Estima-se que, em média, 15% da conta de eletricidade de uma residência se deva ao consumo de aparelhos em stand-by. Aí está uma providência simples que resulta em economia de energia (em outras palavras. reduz o uso de recursos naturais e a emissão de gases do efeito estufa) e alivia o peso da conta de luz. Um uso sustentável da eletricidade pode incluir equipamentos de consumo eficiente. substituição das lâmpadas incandescentes por modelos econômicos e a administração cuidadosa do período em que o ar-condicionado permanece ligado.
Desligar o chuveiro enquanto se ensaboa IMPACTO : ALTO
A quantidade depende da vazão de cada chuveiro, mas uma boa ducha pode gastar 30 litros de água por minuto. Basta multiplicar para ver como simples economizar água e dinheiro. Na região metropolitana de São Paulo. o metro cúbico de água tratada custa 6,10 reais. Parece barato? Um banho diário de 10 minutos custa 350 reais em um ano. Um dinheiro que vai literalmente pelo ralo,
Fazer compostagem IMPACTO : MÉDIO
O processo para converter resíduos orgânicos, como alimentos e grama, em adubo trabalhoso e demorado. Leva dois meses para estar completo. Em compensação, reduz o volume do lixo domestico em 60%. O adubo pode ser aproveitado no jardim, na horta ou no sítio. Devido à complexidade da produção e do uso, a compostagem restrita a uma minoria de residências, o que reduz seu impacto positivo no ambiente.
Trocar o carro gasolina por um elétrico IMPACTO : ALTO
O carro elétrico não polui o ar e não utiliza combustíveis fósseis (exceto por tabela nos países cuja matriz energética forma da por carvão, petróleo ou gás natural). Bastante eficaz, aproveita 90% da energia gerada, diante de 17,5% do motor de combustão interna. De qualquer forma, a troca uma decisão a ser tomada no futuro, visto que ainda não há produção em massa de carros elétricos no Brasil.
Parar de jogar óleo na pia IMPACTO : MÉDIO
O óleo que jogado na rede de esgotos ajuda a formar uma massa compacta de detritos que entope as tubulações e contribui para inundações. Quando contamina os reservatórios, o óleo torna mais caro e trabalhoso o tratamento da água para uso nos domicílios. Uma boa prática recolher o óleo usado e encaminhá-lo a uma instituição ou em presa que cuide de sua reciclagem (o material pode virar biocombustível ou sabão).
Colaboração: Chuí
Fontes: Cristina Mendonça, da consultoria em sustentabilidade Techni, Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Ana Maria Domingues Luz, presidente do Instituto Gea, relatório “Estado do mundo 2010”, do Worldwatch Institute, World Wild Fund for Nature (WWF), “A economia dos ecossistemas e da biodiversidade” (Teeb), da ONU, SOS Mata Atlântica, Global Footprint Network, Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabeop), Sociedade Vegetariana Brasileira, Revista Veja - Sustentabilidade
Só este lance do xixi no banho que muitos acham meio que estranho, porém, práticas ecológicas no dia a dia das pessoas avançam realmente a sustentabilidade, que depende também claro de medidas estruturais da parte de governos federal, estadual e municipal. Mas na verdade o ecodesenvolvimento de um país depende, porém e também, do que faz cada pessoa.
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