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sábado, 22 de março de 2025

EM MINAS PESQUISADORES DESENVOLVEM UM COMBUSTÍVEL MAIS ECONÔMICO E MAIS ECOLOGICO

UFMG cria a biogasolina, diesel verde e combustível de aviação uma alternativa aos combustíveis fósseis tão poluentes para reduzir emissões de carbono e avançar o futuro


Pesquisadores Yuri Contijo Rosa e Henrique Oliveira


 A pesquisa da UFMG é orientada pela doutora Vânya Pasa


A pesquisa está sendo desenvolvida no Laboratório de Ensaios de Combustíveis (LEC), no âmbito do doutorado do pesquisador Yuri Gontijo Rosa, orientado pela doutora Vânya Pasa e coorientado pelo pesquisador visitante Henrique Oliveira. Gontijo desenvolveu um catalisador que possibilita que, sob condições ideais de temperatura e pressão, os óleos descartáveis sejam convertidos em combustíveis sustentáveis. A tecnologia permite a produção de biogasolina, diesel verde e combustível de aviação a partir de óleo de fritura e sebo bovino, oferecendo uma alternativa aos combustíveis fósseis e reduzindo as emissões de carbono. Pesquisadores do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um catalisador inovador capaz de transformar diferentes tipos de óleos vegetais e gorduras animais em combustíveis sustentáveis. A tecnologia permite a conversão de óleo de fritura, óleo de soja, macaúba, mamona, castanha de caju e até sebo de boi em biogasolina, diesel verde e combustível sustentável de aviação (SAF). 


A equipe do LEC, Laboratório de Ensáios de Combustíveis


Combustível renovável - O estudo teve início durante o mestrado de Yuri Contijo Rosa, quando ele começou a desenvolver o catalisador, um pó com propriedades químicas específicas que promovem a transformação dos óleos em combustíveis renováveis. Segundo o pesquisador, o catalisador atua promovendo reações químicas que alteram a estrutura dos óleos utilizados como matéria-prima. Quando submetidos a condições ideais de temperatura e pressão, os óleos descartáveis passam por um processo de conversão que resulta na produção de combustíveis sustentáveis, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e minimizando os impactos no meio ambiente, algo extraordinário nesta era de crise climática e ambiental. 


 Antes que seja o caos


Professora Vânya Pasa destaca que já existem outros catalisadores com funções semelhantes, mas o desenvolvido no LEC apresenta vantagens importantes. Além de ser altamente estável e eficiente, ele possui uma taxa de conversão elevada e se mostra extremamente versátil, podendo ser utilizado com diversos tipos de biomassa. Entre os materiais que podem ser convertidos em combustível estão sebo bovino, gordura animal, óleo de fritura usado e gordura de porco. Um outro diferencial do combustível gerado pelo catalisador da UFMG é a sua resistência à oxidação. Diferente do biodiesel comercializado atualmente no Brasil, que absorve água e pode gerar microrganismos que causam sua decomposição, o diesel verde e o bioquerosene produzidos no laboratório não possuem oxigênio em sua composição. Isso significa que esses combustíveis não oxidam, o que evita danos aos motores e aumenta sua vida útil.


 O começo da pesquisa do combustível futuro


Atualmente, o biodiesel utilizado no Brasil pode causar problemas mecânicos em máquinas agrícolas, caminhões e outros veículos quando armazenado por longos períodos. Com o diesel verde, esse problema é eliminado, tornando-o uma alternativa mais segura e eficiente para diferentes setores da economia. A pesquisa avançou para uma nova etapa em que a equipe do LEC está produzindo o catalisador em formato granulado e prototípico. Agora, ele está sendo testado em escala-piloto, utilizando cerca de 10 quilos de biomassa por dia como matéria-prima para a produção de biocombustível. De acordo com os pesquisadores, o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis como o biogasolina, o diesel verde e o SAF é essencial para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e contribuir para o combate às mudanças climáticas. O combustível sustentável de aviação, por exemplo, já é utilizado em alguns países da Europa e da América do Norte e pode reduzir as emissões de CO2 em até 90% em comparação ao querosene de aviação convencional.


O óleo lixo se transformará em luxo


Transição energética - Yuri Gontijo explica que os combustíveis avançados, também chamados de combustíveis drop-in ou renováveis, possuem as mesmas substâncias e propriedades físico-químicas dos combustíveis fósseis, mas são produzidos a partir de fontes renováveis. Isso permite que sejam utilizados sem necessidade de modificação nos motores, garantindo uma transição mais fácil para fontes de energia mais limpas. Mesmo com os avanços científicos, a produção de combustíveis sustentáveis ainda enfrenta desafios, principalmente em relação à viabilidade econômica. Atualmente, o custo de produção desses combustíveis é mais alto do que o dos combustíveis fósseis, o que dificulta sua ampla adoção. Para a doutora Vânya Pasa, a implementação de políticas públicas voltadas para a coleta e reaproveitamento de resíduos como óleo de fritura e sebo bovino pode ser fundamental para viabilizar a produção desses combustíveis em larga escala. Segundo ela, o Brasil precisa desenvolver estratégias que incentivem o reaproveitamento desses materiais, evitando seu descarte inadequado e tornando-os matéria-prima acessível para a produção de biocombustíveis. Cabe aqui colocar a expectativa dos pesquisadores de que, no futuro, não apenas aviões e máquinas agrícolas, mas também caminhões, ônibus e automóveis possam utilizar combustíveis sustentáveis, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis e para a preservação do meio ambiente. Aí, será o futuro da nossa vida. 


 Esta pesquisa vai além dos combustíveis de aviação...

 ...e movimentam a criação da sustentabilidade


Fontes: UFMG - Veja - folhaverdenews.blogspot,com


3 comentários:

  1. A pesquisa está sendo realizada no Laboratório de Ensaios de Combustíveis (LEC) e faz parte do doutorado do pesquisador Yuri Gontijo Rosa, sob orientação da professora Vânya Pasa e coorientação do pesquisador visitante Henrique Oliveira. Por sinal a doutora em Química da UFMG Vânya Pasa foi recentemente nomeada pelo Presidente Lula para o CNPE (Conselho Nacional de Pesquisas Energéticas).

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  2. Atualmente, o custo de produção desses combustíveis é mais alto do que o dos combustíveis fósseis, o que dificulta sua ampla adoção. Para a professora Vânya Pasa, a implementação de políticas públicas voltadas para a coleta e reaproveitamento de resíduos como óleo de fritura e sebo bovino pode ser fundamental para viabilizar a produção desses combustíveis em larga escala. Segundo ela, o Brasil precisa desenvolver estratégias que incentivem o reaproveitamento desses materiais, evitando seu descarte inadequado e tornando-os matéria-prima acessível para a produção de biocombustíveis.

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