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sábado, 15 de fevereiro de 2025

PORQUE CIENTISTAS E ECOLOGISTAS SÃO CONTRA EXPLORAR PETRÓLEO E GÁS NA FOZ DO RIO AMAZÔNAS?

Belém que será sede da COP30 da ONU na luta planetária para brecar mudanças climáticas e ambientais sofre a tensão ou a contradição entre interesse petrolífero e defesa da ecologia


A defesa da ecologia amazônica encara agora...


...o desafio da super poderosa  indústria petrolífera

 Boa parte da população prefere a ecologia do que a exploração petrolífera, uma economia já defasada, na foz do Rio Amazonas


Ainda no ano passado decisão técnica do Ibama negava autorização para a Petrobras dar início à exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, a pressão política e desta indústria (a que é ligado Trump) para o avanço da atividade no local é constante e o tema segue ocupando os holofotes da mídia. Aqui no blog da gente resumimos nesta polêmica a matéria de Lu Sudré, do site do Greenpeace, e informações desta semana no ClimaInfo. "O presidente Lula que precisa recuperar nas atuais pesquisas negativas a sua imagem política de forma positiva tem uma chance histórica agora de apoiar a Amazônia e não os interesses petrolíferos, ganhando o apoio de muita gente da população, cada vez mais consciente do valor da ecologia", argumenta aqui o editor deste blog Antônio de Pádua Padinha.


Um conflito monstruoso


6 razões para não explorar petróleo na Amazônia -  A exploração de petróleo na Amazônia traz diversos riscos, como contribuir ainda mais para o aumento da temperatura global e não resultar em prosperidade econômica. Apesar dessa realidade, os países signatários do Acordo de Paris ainda não assumiram o compromisso de elaborar um plano para eliminar a dependência mundial dos combustíveis fósseis. Menos ainda os Estados Unidos atualmente presidido por Donald Trump...Os 20 principais produtores de petróleo, incluindo o Brasil, persistem na expansão da sua produção. Confira 6 razões para que o Brasil deixe a exploração de petróleo longe da Amazônia. Cientistas e povos nativos da Amazônia estão na contramão da indústria de gás e de petróleo. 

1. Evitar o pior da crise climática - Acabar com a queima dos combustíveis fósseis, processo responsável pela emissão dos gases de efeito estufa e, consequente, pelo aquecimento do planeta, é imprescindível para que metas dos acordos de combate à crise do clima sejam alcançadas. A janela de oportunidade para manter o aumento da temperatura do planeta em 1,5ºC, como propõem os cientistas do IPCC da ONU fechando, alertam também ecologistas e pesquisadores brasileiros e de todo mundo Continuar a investir em combustíveis fósseis é escolher o agravamento dos fenômenos climáticos extremos, uma grave ameaça ao meio ambiente e às populações em situação de vulnerabilidade .A eliminação justa e progressiva do carvão, do petróleo e do gás natural é essencial para o futuro das diferentes formas de vida no planeta. Liberar mais exploração de fósseis, ainda mais na Amazônia, vai na contramão desse objetivo.

2. Perigo para a biodiversidade - A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é guardiã de uma biodiversidade única e extremamente sensível — ou seja, estamos falando de espécies de fauna e flora que só ocorrem nessa região e que, caso impactadas por um eventual derramamento de petróleo, terão muita dificuldade para se regenerar. Na Bacia da Foz do Amazonas por exemplo está localizado o maior corredor contínuo de manguezais do planeta. Não há como estimar o tamanho da destruição desse ecossistema caso o óleo toque a costa. Na região também está o Grande Sistema de Recifes da Amazônia. Dados científicos mostram que o setor avança em todo a Pan-Amazônia. Por aqui, no entanto, a situação é mais grave: a Amazônia brasileira detém 52% dos blocos de petróleo (aproximadamente 451) que estão dentro das categorias de estudo, oferta e concessão em terra e mar (onshore e offshore). A presença dessa indústria na floresta e na costa amazônica já é uma realidade, trazendo ameaças à biodiversidade e aos povos que lá vivem, e que só se expandirão caso a Foz do Amazonas também seja perfurada. Sobre essa região, em específico, há de se considerar a falta de conhecimento consolidado sobre as correntes marinhas, já que o aporte de água do rio Amazonas que deságua no oceano Atlântico sofre influência deste, o que dificulta mais clareza nas modelagens sobre como aconteceria a dispersão do óleo em caso de vazamento.

Marina Silva do MMA e o Ibama tentam evitar o píor


3. Equívoco econômico - Diante de um horizonte de descarbonização da economia global e de necessidade urgente de investimentos em energias limpas, seguir apostando em novos projetos de exploração de petróleo pode se tornar também um equívoco econômico em longo prazo. A Agência Internacional de Energia projeta o pico da demanda do petróleo para antes do fim desta década, com posterior declínio. Isso significa que a exploração na bacia da Foz do Amazonas, por exemplo, se iniciada hoje, começaria a produzir petróleo para um mercado em pleno encolhimento. Além disso, esta pesquisa ainda aponta que o retorno global do investimento em energia renovável é sete vezes maior do que os de combustíveis fósseis.

4. Uma transição climática justa de verdade - A Petrobrás que tem mais de 70 anos, anuncia ser protagonista da transição energética do Brasil. Contudo, gasta milhões com a expansão do petróleo na Bacia da Foz do Amazonas e em outras regiões. No seu plano estratégico para o período 2023/2027 apresenta um investimento relacionado ao portfólio de baixo carbono de US$ 4,4 bilhões, apenas 5,6% do total das despesas de capital da estatal. Agora, imagine se, de fato, a estatal priorizasse a transição energética justa, voltando investimentos e capacidade técnica para esse objetivo? O governo federal também tem tropeçado nesse caminho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a retomada da proteção da Amazônia, porém não tem se colocado contrário aos interesses petrolíferos. A contradição também aparece até também no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Verde que prevê mais de R$ 449 bilhões para projetos de “transição e segurança energética”. No entanto, R$ 273,8 bilhões desse montante serão para a ampliação da exploração petroleira. 


 Cientistas e ecologistas tentam barrar a loucura ambiental


5. Falsas promessas - A indústria do petróleo apresenta seus projetos para a população como uma certeza de emprego e crescimento econômico por meio dos chamados royalties. Mas o que registra a realidade é que as empresas têm lucros altíssimos sem a contrapartida necessária para o bem-estar público. Esse é o caso de Maricá, no Rio de Janeiro. Um artigo publicado pelo site ClimaInfo detalha como serviços básicos ainda estão sucateados, apesar de o município ter um robusto fundo de royaltiesO RJ é o maior produtor de petróleo do país em razão dos poços da Bacia de Campos. Porém, segundo o IBGE, mais de 4 milhões viviam abaixo da linha da pobreza no estado desde 2021. Municípios com pouca infraestrutura, como é o caso do Oiapoque, no Amapá, sentem, majoritariamente, os impactos negativos da atividade. Além disso, a maior parte dos empregos de qualidade gerados pela exploração de petróleo e gás não é ocupada pela população local, pois a mão de obra para essa atividade é altamente especializada.

6. Liderança climática comprometida - Lula e lideranças do seu governo têm colocado o Brasil como liderança climática e amazônica, no entanto, esse protagonismo está ameaçado pela aposta na expansão do petróleo em áreas sensíveis. Ao apoiar mais projetos de exploração, é possível que o papel assumido pelo Presidente Lula de cobrar os países mais ricos, que mais contribuem para a crise climática, seja fragilizado. Até oportunidades de financiamento climático podem ser afastadas do país. Por essas (e tantas outras) razões, cientistas e ecologistas estamos nos mobilizando para pressionar o presidente brasileiro a declarar a Amazônia uma zona livre de petróleo.


Energias limpas e defesa ecológica criam mais empregos e avançam o desenvolvimento sustentável  atualmente superurgente

Confira depois na seção de comentários aqui deste blog da ecologia, da cidadania e da não violência outros dados e argumentos que são hoje contrários ao projeto petrolífero na Amazônia e a favor de brecar as mudanças climáticas e ambientais que abalam o país e todo o planeta, dependendo de maiores investimentos em energias limpas, estas sim, capazes de criar um desenvolvimento sustentável e um futuro feliz na região amazônica. 


Fontes: Greenpeace - ClimaInfo - folhaverdenews.blogspot.com

 

4 comentários:

  1. "JÁ HOUVE UMA DEFINIÇÃO TÉCNICA do Ibama e de Marina Silva sobre não explorar petróleo na Foz do Amazonas, há pressões mas a decisão é de triplicar energia renovável, duplicando a eficiência energética e fazer a transição para o fim do uso de combustível fóssil": comentário postado no Facebook com o link para esta matéria aqui do blog Folha Verde News.

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  2. Você pode postar direto aqui nesta seção sua opinião ou sua mensagem ou pesquisa, se preferir envie um e-mail para o editor deste blog padinhafranca603@gmail.com

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  3. "Quais são os impactos da extração de petróleo na Amazônia? - Degradação do solo, desmatamento e genocídio indígena estão entre os principais impactos da extração de petróleo na Amazônia": comentário expresso em matéria no tema no site dop Greenpeace.

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  4. "O desmatamento na Amazônia apresentou queda nos primeiros meses de 2023. No entanto, a extração de petróleo na região pode fazer com que esses números voltem a crescer. Isso porque os danos ao bioma começam com a construção da infraestrutura para operações dessa indústria. A produção de estradas e oleodutos aumenta os casos de desmatamento e conflitos territoriais": comentário na matéria de Lú Sudre, no site do Greenpeace.

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