Um agrotóxico usado na Guerra do Vietnã está hoje destruindo videiras na Campanha Gaúcha
![]() |
Agricultores e pesquisadores de universidades gaúchas... |
![]() |
...mostram e debatem a destruição nas videiras... |
![]() |
...como sequela da overdose do agrotóxico 2, 4 D na soja e milho da região da Campanha Gaúcha |
A maior parte dos pesticidas considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente são vendidos a países pobres ou emergentes, como é o caso do 2,4 D usado por exemplo nas plantações de soja que estão afetando as videiras, é o que comenta Evanildo da Silveira, que fez esta matéria em Vera Cruz, no Rio Grande do Sul, matéria que está bombando na BBC News: aqui no blog da ecologia e cidadania um resumo de mais este absurdo, cá entre nós. agro é fogo... Grandes culturas de soja e milho transformaram o Brasil hoje no principal comprador de agrotóxicos do mundo. E a overdose causa sequelas no ambiente, na saúde humana, na própria agricultura, na terra.
![]() |
Tecnologia para usar no Brasil o herbicida que... |
![]() |
... fez triste história na Guerra do Vietnan |
Há cerca de 15 anos, a Campanha gaúcha — a metade sul do Rio Grande do Sul — começou a entrar na lista das regiões produtoras de uvas e vinhos finos do mundo. Entre 2000 e 2015 sua participação no mercado nacional cresceu de 12%, para 20%. Mas a produção de vinho na região está ameaçada. Usado nas plantações de soja, o agrotóxico 2,4-D tem contaminado as videiras vizinhas, causando grandes prejuízo aos vitivinicultores — e levando muitos deles a desistir da atividade. É o caso de Jacenir Freitas Soares, que tem sete hectares de vinhedo das uvas Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc no munícipio de Lavras do Sul, a 322 km de Porto Alegre. "Antes da chegada da soja na região — e com ela, o 2,4-D — , eu colhia 24 toneladas da primeira e 40 da segunda", conta. "No ano passado, a queda da produção foi de cerca de 50%. Colhi 13,5 toneladas de Sauvignon e 20,3 de Franc. Assim não vai dar para continuar. Em 2022, vou cortar as parreiras e parar de produzir".
O agrotóxico, quando aplicado de forma incorreta ou em condições atmosféricas inadequadas, é levado pelo vento (fenômeno chamado de deriva) e pode chegar a 20 ou 30 km de distância do ponto de origem. Com a deriva, ele atinge os vinhedos vizinhos, causando a queda da produção de uvas e, consequentemente, de vinho. Tecnicamente chamado de ácido diclorofenoxiacético, ele é um herbicida hormonal (que mimetiza alguns hormônios das plantas) desenvolvido na década de 1940. Esse químico se tornou mais conhecido, durante a Guerra do Vietnã (1959-1975, com a participação dos Estados Unidos a partir de 1965), quando associado ao 2,4,5-T ou ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético. Essa combinação era usada para produzir o famoso agente laranja, empregado pelo Exército americano para desfolhar as matas daquele país e facilitar a localização de soldados inimigos. Hoje, o 2,4-D é utilizado nas lavouras de soja e de milho antes do plantio para eliminar as plantas consideradas pragas para a cultura. E estão causando prejuízos ao meio ambiente, à saúde humana e à própria agricultura, essa guerra tem que acabar, diz slogan do movimento ecológico. científico e de cidadania, este caso dos plantadores de uvas e de maçãs no sul do Brasil precisa ser debatido no Congresso Nacional em Brasília.
![]() |
Agrônomos e pesquisadores comprovam as sequelas do 2, 4D na fruticultura gaúcha |
(Já temos mais dados e informações neste tema, depois, vamos postar na seção de comentários do blog da gente, onde nesta edição vamos inserir dois vídeos, um deles do Projeto Colabora com plantadores gaúchos de uva sobre as sequelas do 2, 4 D nas videiras e um outro da UFSCAR sobre os benefícios da agricultura sem o uso de agrotóxicos e herbicidas)
Três fatores em três momentos diferentes deram origem ao problema de contaminação com o 2,4-D, segundo o agrônomo Aldo Merotto Junior, da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "O primeiro foi a expansão de áreas cultivadas no sistema de plantio direto (um sistema de manejo do solo), no final dos anos 90", conta. "Até então, o herbicida 2,4-D era usado na cultura do trigo e, no inverno, em áreas cultivadas em plantio direto para aplicações em pré-semeadura, nas regiões que estavam iniciando o uso desta tecnologia (Planalto do Rio Grande do Sul e Sudoeste do Paraná)". No final da década de 1990, o plantio direto se difundiu para outras áreas da região sul do Brasil, e assim passou a estar próximo de culturas sensíveis ao 2,4-D, como as videiras, quando então os danos passaram a acontecer com mais frequência. "O segundo fato foi o surgimento de plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato (muito usado nas lavouras de soja) e a necessidade de maior utilização do 2,4-D", explica Merotto. "Isto ocorreu de forma mais intensa a partir de 2010".O terceiro fator, diz, foi a recente e grande expansão da cultura da soja na Campanha gaúcha, a partir de 2015. Por sua vez, para o agrônomo Norton Victor Sampaio, professor dos cursos de Enologia e Agronegócio da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), os primeiros casos de 2,4-D danificando vinícolas foram registrados nas regiões de Napa Valley e Santa Helena, no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos.
![]() |
Overdose e mau uso de herbicidas e agrotóxicos... |
![]() |
...usados na soja e no milho prejudicam as videiras |
Fontes: BBC - Unipampa - UFRGS
folhaverdenews.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário