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quinta-feira, 25 de julho de 2019

UM NOVO DESAFIO PARA GARANTIR A QUALIDADE DA ÁGUA NO BRASIL E NO PLANETA JÁ ESTÁ SENDO ENCARADO EM PESQUISA DE CIENTISTA BRASILEIRO NO INTERIOR DE SÃO PAULO

O desafio é que mesmo em cidades exceção com saneamento básico e tratamento de água como Franca e Santos (destaques no ranking 2019 do Trata Brasil) as estações de água ainda estão longe da garantia de que a água que nosso povo bebe é realmente pura: isso se deve a um problema a mais que são os Contaminantes Emergentes, tema do Jornal da USP e do EcoDebate hoje também em resumo aqui no blog Folha Verde News


Até na ETE da Sabesp em Franca, destacada no ranking Trata Brasil, existe também ainda este problema


Contaminantes Emergentes: muito difíceis de remover nas estações de tratamento de água, são fármacos, cosméticos, pesticidas e outros compostos que contaminam os recursos hídricos e que os atuais tratamento de água não eliminam. 



Os remédios, cosméticos ou pesticidas que entram na água dificultam o tratamento e a qualidade do que bebemos


Uma das principais pesquisas desenvolvidas no Laboratório da USP é a de Maykel Marchetti, doutorando do IQSC. Após realizar um levantamento, este pesquisador descobriu quais eram os fármacos mais prescritos e consumidos no Brasil e, a partir dessa relação, já sabe quais as quatro substâncias químicas mais prováveis de estarem na água nos sistemas de abastecimento público da população. São o paracetamol (analgésico), cetoprofeno (anti-inflamatório), diclofenaco (anti-inflamatório) e o ácido salicílico (utilizado no tratamento aparentemente inofensivo da acne). Com essas informações em mãos, Maykel desenvolveu um método analítico capaz de detectar e quantificar, simultaneamente, todos esses 4 mais constantes fármacos em água e aplicou uma técnica para degradá-los. A técnica funciona através de uma reação química, envolvendo peróxido de hidrogênio (que é a água oxigenada), oxalato de ferro e luz (LED). “Essa técnica nos permitiu fazer o tratamento da água em condições similares às reais nas estações de tratamento de água", comentou o pesquisador Maykel Marchetti no Jornal da USP.  Após desenvolver um método para identificar, simultaneamente, os quatro tipos de fármaco na água, Marchetti degradou as substâncias, aplicando uma reação química. Este pode ser o começo dum tratamento de água mais avançado que a torne realmente potável, o que não acontece hoje. 


O pesquisador Maykel Marchetti da USP em São Carlos conseguiu agora um avanço na busca da solução deste dilema científico e ambiental


Os contaminantes emergentes, essas substâncias desafiam há anos centenas de cientistas brasileiros que vêm ainda buscando soluções que eliminem estas substâncias e também avaliando os impactos que elas podem causar ao meio ambiente e aos seres vivos. A pesquisa de Maykel Marchetti poderá ser enfim o fim deste dilema? Segundo o professor Eduardo Bessa Azevedo, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, o Brasil ainda não possui nem mesmo uma legislação sobre quantidades seguras desses contaminantes na água sem que prejudiquem a saúde do consumidor.  Em geral, todas elas são substâncias encontradas em pequenas concentrações, mas que, se consumidas por anos na água, podem trazer riscos e sequelas. Estudos indicam que o lançamento não controlado de fármacos nos corpos d’água pode, por exemplo, gerar o desenvolvimento de microrganismos que sejam resistentes a antibióticos. Caso haja a ingestão dessa água contaminada, seres humanos e animais estão sujeitos a problemas como disfunções no sistema endócrino e reprodutivo, além de distúrbios metabólicos. Diversos compostos químicos são capazes de interferir no metabolismo, sendo que se destacam entre eles os que estão presentes em hormônios, em anti-inflamatórios, nos antidepressivos, hidrocarbonetos poliaromáticos e nos pesticidas, cada vez mais presentes na realidade hídrica brasileira com a overdose de agrotóxicos a assolar o dia a dia em nosso país. A falta hoje de um efetivo combate aos contaminantes emergentes está preocupando os cientistas e os médicos, agora finalmente esta informação está chegando à população, aos consumidores com este tema sendo destacado em sites socioambientais como o EcoDebate. 


Eduardo Bessa Azevedo do Instituto de Química de São Carlos da USP dimensiona o tamanho do problema




“As estações de tratamento d’água basicamente trabalham para retirar sua turbidez e torná-la potável. Elas têm uma capacidade limitada de remoção desses tais contaminantes, pois foram projetadas numa época em que não existia essa demanda”, explica Eduardo Bessa. Por sua vez, o Instituto Trata Brasil revelou nesta semana que quase 35 milhões de brasileiros não têm nenhum acesso ao abastecimento de água tratada. Esta situação não é de hoje, uma em cada sete mulheres do país não tem acesso à água, enquanto 7,5% das crianças e dos adolescentes não possuem água filtrada ou vinda de fonte segura até hoje. Para ficar claro de vez, as estações de tratamento de água quando elas foram projetadas, não tinha esse problema super grave, elas não estão na realidade preparadas para detectar a presença na água dos tais contaminantes emergentes, um novo dilema ambiental no Brasil e em todo o planeta. 

As estações de tratamento não foram projetadas para eliminar da água os contaminantes emergentes


O pesquisador Maykel Marchetti diz que as pesquisas precisam continuar até se conseguir que estas substâncias contaminantes sejam totalmente removidas: ele assim não supervalorizou a sua própria descoberta que apresentou no 47º Congresso Mundial de Química da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) que aconteceu nestes dias em Paris na França. O problema dos contaminantes emergentes já preocupa os pesquisadores de vários países e o trabalho do jovem especialista brasileiro da USP chamou atenção. Para validar seu método de detecção e também de quantificação dos fármacos, Maykel Marchetti estudou as águas superficiais de São Carlos, responsáveis pela metade do abastecimento do município, pelo Córrego Espraiado e do Ribeirão Feijão. Durante um ano, coletou amostras mensais de água dos pontos de entrada e saída lá da estação de tratamento da sua cidade e, felizmente, lá não foi identificado nenhum dos quatro fármacos pesquisados. Mas um outro estudo realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou, após três anos de análises, a presença de cafeína, paracetamol, atenolol e dos hormônios estrona e 17-β-estradiol no Rio Monjolinho, embora ele não seja ainda utilizado para abastecimento público, os pesquisadores se preocupam com a conservação dos recursos hídricos e a proteção da vida aquática, buscando como evitar e como controlar estes contaminantes na água que a população de todos os lugares consome. É um verdadeiro SOS água que a gente bebe!

Esta situação é um SOS sobre a água que bebemos


(Confira depois aqui no blog na seção de comentários mais informações, dados ou detalhes por exemplo de Henrique Fontes, assessor de imprensa da USP e no vídeo, do SBT, um resumo de como anda em geral o tratamento de água e o saneamento básico no país de acordo com o novo ranking do Trata Brasil) 


O pesquisador Maykel Marchetti obtém um avanço para a solução deste novo dilema da atualidade

Fontes: Jornal da USP - EcoDebate
               folhaverdenews.blogspot.com


3 comentários:

  1. Mais tarde, estaremos postando aqui nesta seção do blog da gente comentários, aguarde nossa edição e venha conferir depois, OK?

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  2. Você pode por aqui direto a sua opinião ou informação mas se preferir ou precisar envie o conteúdo pro e-mail do editor de nosso blog que aí postamos aqui para você a sua mensagem, então mande para padinhafranca603@gmail.com

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  3. "Aqui no IQSC, Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Ambientais (LDTAmb) estamos envolvido nesse desafio, criando alternativas promissoras. Diferentemente das tecnologias tradicionais, que amenizam o problema da poluição, mas não o resolvem, as pesquisas desenvolvidas em nosso laboratório se preocupam em realmente destruir os contaminantes. Não basta reduzirmos a concentração de determinada substância se ela ainda continua com sua função biológica ativa, podendo trazer algum perigo para os consumidores de água”: comentário de Eduardo Bessa Azevedo, coordenador do Instituto de Química de São Carlos da USP. Logo mais, depois, novos comentários e informações, aguarde e venha conferir.

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