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quinta-feira, 18 de abril de 2019

UM OUTRO ÂNGULO DA VIOLÊNCIA AMBIENTAL URBANA: ELA CAUSA O DESEQUILÍBRIO DAS FLORESTAS COMO É O CASO DE MANAUS E DA AMAZÔNIA

Poluição urbana da capital amazonense aumenta em até mais de 400% a formação de aerossóis que agridem a ecologia da floresta amazônica


A poluição de Manaus já invade também...

...áreas de florestas em torno do espaço urbano


Estudo internacional feito pela cientista Maria Fernanda Ziegler, com a participação de vários pesquisadores brasileiros, com o apoio da Fapesp, descobriu que a poluição urbana vinda de Manaus (AM) aumenta – em muito mais do que o esperado – a formação dos aerossóis produzidos pela própria floresta amazônica. Esta informação está em manchete em sites brasileiros tipo EcoDebate, Jornal da USP, Terra e também na revista Nature Communications, confira aqui no blog da gente a seguir um resumo deste trabalho apoiado também através da campanha científica Green Ocean Amazon (GOAmazon). Este fenômeno influi na vida da floresta, até mesmo na formação de chuvas que vem para todo Brasil da Amazônia.


Ilustração do artigo na Nature Communications


A poluição urbana na região de Manaus resulta em um aumento médio de 200%, chegando a picos de até 400%, na formação dos aerossóis orgânicos secundários. O aumento exagerado dos aerossóis produzidos pela floresta tem impacto significativo em fatores importantes para as mudanças climáticas globais, como o balanço radioativo, a produção de nuvens e de chuva, assim como na taxa de fotossíntese das plantas. Em situações em que a poluição urbana não afeta a floresta, os aerossóis orgânicos são produzidos no solo da própria Amazônia. Porém, como o estudo mostrou, em quantidades muito inferiores. Estudos semelhantes realizados em florestas boreais – que são a base da modelagem climática global – apresentavam aumento de no máximo 60% dos aerossóis orgânicos secundários em florestas impactadas pela poluição de cidades próximas em outras regiões do planeta. “Pela primeira vez, conseguimos entender e prever com modelos as concentrações de aerossóis na Amazônia. Já era sabido que todos os modelos climáticos do Hemisfério Norte não se aplicam aos casos da floresta amazônica. Víamos que a conta, baseada nos estudos anteriores, não fechava. Portanto, os resultados dessa nova pesquisa vão trazer maior acuidade aos modelos meteorológicos, assim como à modelagem climática regional e global”: foi o que explicou Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e um dos autores do artigo de apresentação da pesquisa na revista Nature Communications. Como Artaxo comentou no EcoDebate, "agora o próximo passo é englobar a química destes aerossóis tropicais nos modelos climáticos globais, como os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, conseguindo assim prever melhor os ciclos hidrológicos da Amazônia e aí  identificar alterações nos padrões de chuva de toda a região tropical do planeta.


Pesquisa de alcance também na meteorologia

A cidade de Manaus aumentou muito sua área e...

...hoje já chega a 2 milhões e 700 mil habitantes e...


...florestas em torno sentem os efeitos disso


(Confira outras informações e dados sobre esta pesquisa top na seção de comentários aqui no blog da gente, mais detalhes, mensagens e opiniões)



Urgente gestão ambiental para proteger as florestas da Amazônia diante da expansão de Manaus 




FontesNature Communications - EcoDebate - Jornal da USP - Terra - folhaverdenews.blogspot.com


9 comentários:

  1. Aguarde nas próximas horas a edição de comentários aqui nesta seção, OK?

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  4. “Quando surge uma grande quantidade de enxofre e de compostos nitrogenados na atmosfera, vindos como poluição, ocorre uma oxidação muito mais rápida desses vapores orgânicos na floresta. Essa conversão cria muitos aerossóis novos, muito mais do que se teria de maneira puramente natural”: comentário de Henrique Barbosa, professor do IF-USP que também está divulgando esta pesquisa de amplo interesse.

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  5. "Aerossóis são partículas (sólidas, líquidas ou gasosas) suspensas no ar. Podem ser produzidos naturalmente pela floresta, como partículas primárias, ou secundariamente na atmosfera a partir de precursores gasosos (COV) emitidos pelas florestas (aerossóis orgânicos secundários), por exemplo, ou por atividades humanas, como na queima de combustíveis fósseis. O aumento de até 400% dos aerossóis orgânicos secundários em virtude da pluma de poluição de Manaus tem um impacto muito significativo no ecossistema. Essas partículas são importantes para a transmissão de radiação solar na atmosfera, para a formação e o desenvolvimento de nuvens, produzindo chuva, entre outros efeitos. Os pesquisadores conseguimos observar e medir os compostos que vêm da pluma de poluição manauara, como ozônio (O3), óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de enxofre (SO2) e radicais hidroxila (OH)": comentário de Maria Fernanda Ziegler, cientista que fez esta pesquisa com o apoio da Fapesp.

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  6. "O artigo Urban pollution greatly enhances formation of natural aerosols over the Amazon rainforest (doi: 10.1038/s41467-019-08909-4), de Manish Shrivastava, Meinrat O. Andreae, Paulo Artaxo, Henrique M. J. Barbosa, Larry K. Berg, Joel Brito, Joseph Ching, Richard C. Easter, Jiwen Fan, Jerome D. Fast, Zhe Feng, Jose D. Fuentes, Marianne Glasius, Allen H. Goldstein, Eliane Gomes Alves, Helber Gomes, Dasa Gu, Alex Guenther, Shantanu H. Jathar, Saewung Kim, Ying Liu, Sijia Lou, Scot T. Martin, V. Faye McNeill, Adan Medeiros, Suzane S. de Sá, John E. Shilling, Stephen R. Springston, R. A. F. Souza, Joel A. Thornton, Gabriel Isaacman-VanWertz, Lindsay D. Yee, Rita Ynoue, Rahul A. Zaveri, Alla Zelenyuk e Chun Zhao, pode ser lido em www.nature.com/articles/s41467-019-08909-4.
    (Leia mais sobre o GOAmazon em: agencia.fapesp.br/29519, agencia.fapesp.br/27044, agencia.fapesp.br/25371, agencia.fapesp.br/24177, agencia.fapesp.br/22366 e agencia.fapesp.br/18691)": informação do site EcoDebate.

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  7. “A Amazônia é uma região extremamente limpa de poluição. Um minúsculo aumento de compostos nitrogenados, por exemplo, provoca um aumento brutal de aerossóis na floresta. A perturbação causada pela emissão antropogênica é muito violenta e tem impactos em todo o clima da região, no sistema hidrológico, assim como no clima global. Essa alteração tem forte impacto sobretudo na formação das nuvens na Amazônia. Por causa da quantidade de aerossóis ultrafinos nas nuvens, muda a velocidade do ar ascendente. Isso deixa as nuvens mais vigorosas e com mais água precipitável. A quantidade de aerossóis também influencia fortemente a fotossíntese da floresta, que depende da radiação solar para a fixação de carbono pelo ecossistema": comentário também de Henrique Barbosa, professor do IF-USP no Jornal da USP.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. "Uma pesquisa complexa, até para mim que sou da área da geografia, imagine para quem não tem nenhum formação técnica ou científica, mas algo fica claro para todos, a poluição do ar em Manaus já prejudica a ecologia da floresta naquela região da Amazônia. Creio que deveria ser feito um estudo da relação entre a poluição do ar nas capitais com várias doenças e grande quantidade de mortes": comentário de Isabel Cristina, professora de Geografia e Estatística em São Paulo.

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