Manifesto assinado por importantes pesquisadores argumenta que dá para até aumentar as importações mas sem ferir a legislação e sem desmatar mais nada: os sistemas de
monitoramento da região por satélites (Prodes) está detectando agora o maior aumento de
derrubada de florestas em 10 anos e isso motivou esta posição dos cientistas
Edison Veiga fez
matéria nesta pauta para a BBC a partir da edição desta sexta feira da revista Science que tem
como destaque carta aberta de pesquisadores que atuam em várias instituições
europeias, fazendo uma sugestão direta: que a União Européia (UE), hoje o 2º maior parceiro comercial do Brasil, condicione
a compra de insumos brasileiros ao cumprimento de compromissos e princípios
ambientais. Este manifesto você lerá quase todo na íntegra também no site Terra e por aqui no blog da ecologia e da cidadania a
gente resume as principais informações e críticas, elas batem com a posição de
lideranças do movimento ecológico, científico e de cidadania no Brasil. Para objetivar a informação: a Amazônia perdeu 50 mil quilômetros quadrados de matas em 7 anos e o desmatamento cresceu mais cerca de 13% apenas nos últimos 12 meses.
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A produção e o comércio sustentáveis são a única forma de cumprir as leis e os princípios socioambientais |
Em linhas gerais, o
documento faz três recomendações para que o o mercado europeu continue e até aumente o consumo de produtos brasileiros, todas estas recomendações baseadas em princípios de
sustentabilidade. Pede que sejam respeitados já os direitos humanos (comunidades locais, povos indígenas), que o
rastreamento que mostra a origem dos produtos seja aperfeiçoado e que seja implementado
um processo participativo que ateste a preocupação ambiental da produção. Neste ponto voltam a citar a inclusão de cientistas, formuladores de políticas públicas, comunidades
locais e povos indígenas que precisam ser ouvidos ou respeitados. Os pesquisadores que assinam este manifesto tem representantes de todos os 28 países-membros da UE. O teor da
carta ecoa preocupações da Comissão Europeia, órgão politicamente independente
que defende os interesses do conjunto de países do bloco político-econômico: há cerca de quatro anos este bloco vem estudando como suas relações comerciais
impactam o meio ambiente e o clima mundial.
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O desmatamento e as queimadas influem direto no clima e nas chuvas de todo o continente e hemisfério |
Pesquisador de
questões de uso do solo, políticas de mitigação climática, também combate ao
desmatamento e cadeias produtivas, o brasileiro Tiago Reis, da Universidade
Católica de Louvain, é um dos autores da carta. Sobre isso ele afirmou que a publicação do texto dos cientistas atuando na Europa tem como objetivo mostrar às
instituições europeias que a comunidade científica entende a questão como
"prioritária e extremamente relevante", como expressa o texto: "A iniciativa
é muito importante, sobretudo neste momento em que sabemos que a Comissão Europeia
está estudando o assunto e formulando uma proposta de regulação para a questão
da 'importação do desmatamento'", afirmou este pesquisador. O manifesto foi
divulgado ontem na BBC. Procurado pela reportagem deste site mundial, o
Ministério do Meio Ambiente do Brasil ainda não respondeu às questões e críticas que estão bem claramente colocadas no manifesto e também na revista científica Science.
(Confira na seção de comentários aqui em nosso blog mais informações sobre este tema e também mensagens ou opiniões, bem como, dê uma olhada no vídeo que logo mais vai estar postado hoje também aqui em nossa webpágina)
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Cientistas de 28 países europeus pedem respeito às comunidades locais, índios, também à flora e à fauna |
Fontes: Revista Science - BBC - Terra
folhaverdenews.blogspot.com
Aguarde, venha conferir em seguida, logo mais a edição dos comentários aqui nesta seção.
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ResponderExcluir"O documento resume três tipos de comportamentos que o mercado europeu pode tomar e assim continuar e até aumentar as suas compras no Brasil, mas com o cuidado da procedência e também do respeito às leis ambientais ou dos direitos humanos envolvidos nas transações comerciais": comentário de Felipe José Souza, exportador, de Santos (São Paulo).
ResponderExcluir"Exortamos a União Europeia a fazer negociações comerciais com o Brasil sob as condições: a defesa da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas; a melhora dos procedimentos para rastrear commodities no que concerne ao desmatamento e aos conflitos indígenas; e a consulta e obtenção do consentimento de povos indígenas e comunidades locais para definir estrita, social e ambientalmente os critérios para as commodities negociadas": comentário extraído do texto do documento dos cientistas que está sendo divulgado na íntegra na revista Science.
ResponderExcluir"Exportações para a UE representaram 17,56% do total que o Brasil comercializou em 2018, segundo dados do Ministério da Economia. A carta ressalta que a UE comprou mais de 3 bilhões de euros de ferro do Brasil em 2017 - "a despeito de perigosos padrões de segurança e do extenso desmatamento impulsionado pela mineração" - e, em 2011, importou carne bovina de pecuária brasileira associada a um desmatamento de "mais de 300 campos de futebol por dia". Os negócios chegam a um total de mais de US$ 42 bilhões, com superávit de US$ 7,3 bilhões. A exportação de carne responde por cerca de US$ 500 milhões deste total, minério de ferro soma quase US$ 2,9 bilhões e cobre, US$ 1,5 bilhão": comentário na BBC News.
ResponderExcluir"De acordo com dados divulgados em novembro pelo ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a Amazônia enfrenta índices recordes de desmatamento. Os sistemas do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal por Satélite (Prodes) registraram um aumento de 13,7% do desmatamento em relação aos 12 meses anteriores - o maior número registrado em dez anos. Isso significa que, no período, foram suprimidos 7.900 quilômetros quadrados de floresta amazônica, o equivalente a mais de cinco vezes a área do município de São Paulo": comentário na matéria nesta pauta sendo publicada hoje pelo site Terra.
ResponderExcluir"Os números mostram que a principal vilã é a pecuária. Estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em 2016 apontou que 80% do desmatamento do Brasil se deve à conversão de áreas florestais em pastagens. Atividades de mineração respondem por 7% dos tais danos ambientais. Principal autora do texto, a bióloga especialista em conservação ambiental Laura Kehoe, pesquisadora da Universidade de Oxford, acredita que, como forte parceria comercial, a Europa é corresponsável pelo desmatamento brasileiro": comentário extraído do texto do jornalista Edison veiga para a BBC.
ResponderExcluir"Queremos que a União Europeia pare de 'importar o desmatamento' e se torne um líder mundial em comércio sustentável. Nós protegemos florestas e direitos humanos aqui em casa, por que temos regras diferentes para nossas importações? É crucial que a União Europeia defina critérios para o comércio sustentável com seus principais parceiros, inclusive as partes mais afetadas, neste caso as comunidades locais brasileiras": comentário da bióloga conservacionista Malika Virah-Sawmy, pesquisadora da Universidade Humboldt de Berlim.
ResponderExcluir"Queremos que a União Europeia pare de na prática importar o desmatamento e se torne sim um líder mundial em comércio sustentável com o Brasil": comentário da bióloga Laura Kehoe, pesquisadora da Universidade de Oxford.
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